Se existe uma coisa que o
esporte me ensinou, é sobre o título desta postagem.
É sobre o que a gente
aprende com ele, o esporte, seja qual for, quando a gente ama aquilo que faz.
Levaremos lições para
todos os aspectos de nossas vidas.
Não parar, ser
perseverante, resiliente, enfim...
Mesmo com todos os
percalços que, com certeza acontecerão durante a caminhada no esporte que
escolhermos.
Embora tenha sido surfista
e “jogador de futebol”, meus melhores resultados foram no Triathlon, tema
central deste Blog.
Já disse isto mil vezes,
mas, como Blog é meu (kkkk), me dou o direito de repetir mais mil vezes.
Meu
esporte do coração sempre foi e será o Surf, embora não o esteja praticando nos
últimos tempos.
Meu
esporte de “talento” (e de coração também) sempre foi e será o futebol.
Não
tive sucesso por motivos pessoais, dos quais não me arrependo.
Quem
sabe, se houvesse alcançado sucesso neste esporte, teria obtido muito menos
aprendizados, tão novo que ainda eu era.
Deus
sempre escreve certo.
E
nem sempre por linhas tortas.
E
o Triathlon, por sua vez, me ensinou muito.
E um dos aprendizados valiosos foi
este:
Nem
sempre quem chega em primeiro é o melhor.
Nem
sempre quem chega em último é o pior.
E
quem chega, em quaisquer circunstâncias, é um vencedor.
Chegando quase em último,
mas chegando.
Para minha surpresa, chegando
em primeiro.
Sem desmerecer as provas
curtas (Shorts), médias (Olímpicas), longas (distância “Meio-Iron”) e outras,
as provas de Ironman Full nos dão este aprendizado.
Claro que existem outras
ainda mais exigentes, como Ultraman.
Mas, para você chegar ao
Ultra, provavelmente deve ter passado pelo IronMan, que lhe deu o alicerce para
fazer o Ultra.
Eu disse provavelmente.
Conheço alguns atletas que
se envolveram com o Triathlon apenas para provar para eles mesmos que seriam
capazes de concluir um IronMan, sem nunca antes terem feito qualquer outra
distância nesse esporte.
Não os recrimino.
Só
fico triste pelo fato de que, em sua maioria, não tiveram tempo de pegar amor
por este esporte.
Passaram
logo de cara pelo grande desafio da preparação e, provavelmente, o abandonaram
em seguida.
Mas,
ainda assim, com certeza, tiraram lições para as suas vidas.
Meu modo de pensar é
resultado deste histórico resumido
Quando
iniciei no Triathlon, foi por um grande perrengue físico. Uma lesão no tendão
de Aquiles, da qual me “curei” sem operar, mas que me impediu de voltar a jogar
futebol e até mesmo de surfar, por mais de um ano e meio.
Daí,
meio sem ter o que fazer, passei a nadar em uma academia, coisa que não fazia
antes porque achava que me virava bem no mar, após os caldos nas sessões de Surf.
Depois
fui convidado por grandes amigos a fazer apenas um Biathlon.
Coisa
de 500 m de natação + 3 km de corrida “linear”, sem precisar dar os piques e
giros das corridas do futebol.
Fiquei
inseguro, mas fui.
Afinal,
o que poderia acontecer a não ser eu me sentir constrangido por não estar
competitivo?
Aconteceu
que cheguei entre os últimos, claro.
Mas
cheguei.
Esse
foi o start para que eu pudesse entender que não venci a prova, mas sim venci a
mim mesmo.
E
depois vieram tantas experiências, como no meu primeiro Triathlon Short, fazendo
o percurso de pedal com uma "bike de rua".
Correndo
descalço (isso é outro assunto).
E
acumulando aprendizados.
Depois,
vieram os Triathlons Olímpicos, onde, em minha primeira tentativa, fui campeão
por acaso (outro assunto).
Depois
de muitos Olímpicos, vieram as provas Long Distance, onde aprendi que nada é
possível sem uma enorme dedicação.
E
depois... vieram as provas de IronMan.
Trabalhar
em expediente normal, treinar, cuidar de suas coisas pessoais, treinar,
descansar (?), treinar, se alimentar, treinar, se hidratar, treinar, tomar
capote de bike, treinar, se curar do capote, treinar, chorar, treinar, se
sentir incapaz de realizar, treinar, não ter equipamentos certos, treinar,
perder minha mãezinha (já tinha perdido meu pai há anos), treinar, me machucar
novamente, me curar novamente e... desistir.
Foi
o que eu pensei em fazer: desistir.
Afinal,
para que e por que eu
estaria fazendo aquilo?
Só
que “aquilo” foi me ensinando tanta determinação e resiliência, que decidi
levar tal aprendizado para a minha vida.
Depois
disso tive muito sucesso.
Não
vou encher o saquinho de ninguém colocando meus resultados no TB de Triathlon,
em Pirassununga, no Internacional de Santos, no Insano de Guaratuba, nos
Challenge, no Mundial do Challenge na Eslováquia, enfim...
Mas
enfatizo que tudo foi resultado do meu aprendizado.
Hoje, quando penso em
desistir de algo que vá me dar muito trabalho (e garanto que tenho, Graças a
Deus, muitas coisas que me ocupam e me dão muito trabalho), lembro disso tudo e
me sinto orgulhoso em dizer que, sim, vale a pena.
Sem me importar se vou atingir
as metas em primeiro ou em último lugar, o esporte me ensinou que, sim, vou
concluí-las, mesmo que com dor.
Afinal, a dor faz parte
deste esporte maravilhoso que é viver a vida.
3AV
Marco Cyrino
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