Silvio Marques,
via Publique!
O que vemos atualmente nas provas de ciclismo e Triathlon são profissionais atacando a parte dianteira da bicicleta, em um posicionamento extremamente agressivo.
Tendência ou não, todos com a extensão quase completa do joelho na fase descendente do ciclo da pedalada com a regulagem da altura do banco limitada pela neutralidade entre a dorsiflexão e a flexão plantar dos pés na fase máxima descendente dos pedais.
Avançam o banco em sua máxima possibilidade, alcançando angulações acima dos 80 graus em relação ao eixo do pedal, o que possibilita que, quando em sua extensão máxima de joelho ajustada, a outra perna em sua máxima flexão de joelho ajustada coloca o dorso do pé atrás da linha máxima posterior do quadril, aumentando em eficiência a produção de potência no último quarto descendente da pedalada, direcionando o eixo do ciclo da pedalada não apenas para a frente mas angulando-o também para baixo, diminuindo o arrasto aerodinâmico.
A diminuição da flexão do joelho na extensão máxima do pedal na fase descendente proporciona menor utilização de carga sobre a musculatura dos glúteos, preservando-a em grande parte para a corrida.
O segredo está em equilibrar a diminuição da área de contato da parte traseira da bike com o solo no início do ciclo ascendente da pedalada, com a pressão máxima na frente da mesma na fase final descendente, gerando deslocamento máximo com a potência utilizada, principalmente sobre o centro da bike.
Aos Triathletas é necessário e fundamental considerarem a neutralidade da posição do pé sobre os pedais na máxima fase descendente, vez que aumentar a altura do banco além dessa neutralidade irá gerar flexão ou hiperflexão plantar, que irá gerar contração isométrica da musculatura de panturrilhas, principalmente dos gastrocnêmios em sua cabeça medial, durante todos os ciclos de pedalada. Esse posicionamento, potencializado em horas em cima da bicicleta em provas de longa distância, poderá interferir na qualidade e desempenho da corrida posteriormente, já que são músculos de grande importância usados na corrida.
Aqueles que têm a possibilidade de treinar adequadamente para uma prova de longa distância devem privilegiar SIM as regulagens na bike com uma abordagem agressiva no período final de treinamentos longos.
Deve-se treinar o fortalecimento e estabilização central (Core), que envolve a musculatura abdominal na parte anterior e a musculatura estabilizadora de coluna e glúteos na parte posterior desse segmento, durante todo o período de preparação para provas de longas distâncias.
Estudos apontam que as lombalgias afetam até 80% da população mundial e é preciso preservar as estruturas envolvidas em todo o esforço da pedalada.
Regulagem com base no conforto apenas para quem não consegue treinar adequadamente os longos braços de cada modalidade durante a fase de preparação.
Hoje em dia é possível ajustar a sua bicicleta adequadamente através de programas e profissionais especializados para se maximizar a eficiência da pedalada e/ou conforto/performance.
E lembre-se.
Com o advento e “moda” das otimizações de performance através de medidores de potência, é muito comum os profissionais cometerem equívocos ao considerarem os padrões médios limiares de produção de potência (FTP) em protocolos de uma hora para ajustes em fases finais de treinamentos.
Considere com o seu treinador fazer os ajustes iniciais através dos protocolos padrões e ir mudando sua abordagem de pedalada após a evolução da performance durante o período dos seus treinos para alguma competição.
Grande abraço e até a próxima !
Silvio Marques
Agradecimentos ao Silvão, meu Treinador,
por esta contribuição.
3AV
Marco Cyrino
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