quinta-feira, 26 de agosto de 2021

Porcatletas


Outro dia, numa nova tentativa de engatar meus treinos, estava correndo pelas calçadas das praias de Santos, sentido José Menino - Ponta da Praia.
Um percurso de apenas 8 km, entre ida e volta.

Logo de cara, perto do Gonzaga, percebi que havia algo colado na sola do meu tênis.

Torci pra não ter pisado em coisa muito ruim.
Fui ver e era uma embalagem usada de gel de carboidrato, que devia estar melada.

Já fiquei meio injuriado.

Mais à frente, já no Boqueirão, vejo outra (de outra marca), jogada ao lado de um banco de jardim.

Na volta, em frente à ponte do Canal 5, vejo a 3ª (de outra marca, ainda).

Por que estou mencionando que eram de marcas diferentes?
Porque me leva a deduzir que foram jogadas por atletas (?) diferentes.

Pourra!
Nas calçadas da praia de Santos, existem latões de lixo (na verdade recipientes de concreto) distribuídos a cada 100 ou 200 metros no máximo.

Custa descartar no local correto? 

Ainda que não houvesse local correto, o pseudo-atleta poderia guardar em seu uniforme e descartar ao voltar para sua residência.

Isso me fez lembrar os últimos treinos que fiz na EV, no Riacho Grande.

Também vi por lá um monte de lixo produzido pelos pseudo-atletas, jogado no acostamento. 
E de vários tipos.
Embalagens de gel, de barras de proteína, disso e daquilo, garrafas de isotônico vazias etc.

Esse tipo de lixo é produzido por quem se diz atleta...

Daí, o cara vai lá, com sua bike TT de 30 contos, seu capacete aero de 3 contos, suas sapatilhas de carbono, seu macaquinho de competição de 1 barão, sua suplementação de não sei quantos Reais... E me faz isso???

Parabéns a quem puder ter e usar esses materiais para treinar. 

Mas... Consciência, pô!

Obviamente, estou falando de uma minoria sem consciência.

Esse povo acha que os locais são autolimpantes?

Existem os Atletas, os Paratletas e, há tempos, os Porcatletas.

Aliás, aproveitando a época de Olimpíadas e Paralimpíadas, poderia ser criada a Porcalimpíada.

Os "atletas" poderiam fazer suas provas em Lixões.

Nas de salto em distância ou salto triplo, poderiam cair numa caixa de lama.

As provas aquáticas seriam no rio Tietê, na região das Marginais.

Sei que já fiz posts, há um bom tempo, sobre isso.

Como as coisas continuam do mesmo jeito, continuo com a mesma opinião. 

É... Tô injuriado mesmo.

3AV

Marco Cyrino

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Lixo nas rodovias
 

terça-feira, 17 de agosto de 2021

Ele, o período de treinos.



Para quem não fez ainda um Triathlon, vou dizer, logo de cara, que o pior não é a prova.
O pior é o antes, é o tomar a decisão.

É decidir levar uma vida totalmente diferente da que você teve até então.

É arrumar tempo para treinar pelo menos duas modalidades por dia:

De segunda-feira a sábado. 
De terça-feira a domingo.
Ou em outros 6 dias, para descansar apenas um.

Para quem trabalha e/ou estuda, é acordar às 04:00h da manhã para treinar ciclismo, natação ou corrida.

E depois ir trabalhar, estudar e treinar o 2º turno diário, seja de natação, ciclismo ou corrida.

Ainda tem outras coisas, como musculação, alongamentos, pilates, fisioterapia, massagens, etc.

E mais outras, tão ou mais importantes quanto:

Fazer avaliações físicas e médicas; ter um bom conhecimento do seu potencial; ter uma boa orientação para treinar; obter informações precisas sobre sua alimentação; hidratação (antes e durante as provas); descanso.

Não vai dar.
Ah! Dá sim!

Podemos realizar tudo o que quisermos e tivermos condições.

Só que não é tão fácil como acordar e fazer uma caminhada.

Nas provas mais curtas, as de Short Triathlon (estamos falando sobre nadar 750 m, pedalar 20 km e correr 5 km), existe uma demanda muito alta sobre a nossa capacidade física.

E não estou falando sobre quem pretende ter um ótimo resultado.
Estou falando sobre seres normais.

Para realizar esse tipo de prova (Short) você já vai ter que treinar muito para poder concluí-la saudavelmente.

Porém a recompensa vem.

Caso você tenha feito uma periodização de treinos bem feita, estando clinicamente apto, pode ficar confiante. 
E a prova será apenas a cereja do bolo, independente de resultado.

No meu caso, experiente que sou (acho que posso dizer isto), a retomada de treinos está sendo mais difícil do que para quem nunca treinou.

Isto porque o meu cérebro quer retomar as performances a partir do ponto em que parei.

Por fim, o período de treinos é muito mais trabalhoso do que a prova.
É nele que temos de nos dedicar para obter aquilo que almejamos.

Como diria um amigo meu:

- "Treino duro, alcance fácil."

Quem tiver cabeça, apoio familiar, persistência, perseverança, vai atingir seu objetivo no Triathlon, seja ele qual for.

3AV

Marco Cyrino

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