terça-feira, 14 de abril de 2020

Inconstitucional...


Apenas pensando...

Como nós, Triathletas, somos privilegiados e um pouco egoístas, tudo ao mesmo tempo (com exceções).


Inconstitucional mesmo...

É fecharem a academia onde treinava natação...

É me impedirem de correr na areia da praia
(talvez eu precise comprar uma esteira)...

É fecharem o local onde eu treinava com a minha super-hiper-bike
(vou ter de treinar no rolo)...

É terem sido interrompidos todos os calendários de provas...

Isto sim é retirar direitos de um ser humano!


Inconstitucional não é a situação...

Do vendedor de doces no semáforo,
agora sem doces e sem motoristas para abordar...

Nem a do catador de recicláveis,
agora sem o direito de puxar sua carrocinha
e sem ter a quem vender o que retiraria do lixo revirado...

Nem a do idoso trancado em casa, para não morrer...

Nem a das crianças que dependiam de três merendas por dia...

Nem a dos grandes ou pequenos empresários, empregados e autônomos,
diante da destruição das suas empresas, empreendimentos, carreiras, empregos, bicos...

Nem tantas outras, que nem me interessam.


3AV
Marco Cyrino


quarta-feira, 8 de abril de 2020

Triathlon x Futebol











Confinamento...
Já se foram 3 semanas... E vamos em frente.
Quero marrê inda não.

Daí, que fico aqui tentando fazer meus treinos indoor e vendo um monte de pessoas pra lá e pra cá, na rua.
Pior, muitas em turma, inclusive treinando.
Mas, deixa isso pra lá.


Tenho feito mais ou menos o seguinte...

Num dia...
Musculação funcional (ou seja lá qual for o nome disso).
Um pouco de alongamento, um pouco de exercícios de força, um pouco de abdominais, um pouco de isometria e por aí vai.

No outro dia...
Pedal no rolo, com duração de uma hora e pouco, variando os treinos.

No terceiro dia...
Corrida.
Um pouco parado, fazendo educativos como "correr" levantando os joelhos, "correr" batendo os pés na bunda.
Depois, escadaria, descendo caminhando para não me estropiar e subindo correndo até onde o coração agüenta.
Já estou conseguindo fazer 5 vezes essas descidas e subidas.

Depois, repito esses treinos nos outros 3 dias.

O sétimo dia é de descanso ou de faxina.


Assim como quando treinava para os Ironmans, uso esse tempo para pensar num monte de coisas.

Então, fazendo rolo na sala e assistindo a um jogo da Seleção Brasileira, me peguei pensando...

O futebol.
Ah, o futebol!
Muitos Triathletas o depreciam.
Dizem cobras e lagartos dele, como se esporte não fosse e como se não fossem atletas aqueles que o praticam.

Minha primeira paixão com relação aos esportes.
Sempre fui e sempre serei apaixonado pelo futebol.

Aliás, posso afirmar que sempre fui melhor jogador do que surfista (minha 2ª paixão) ou Triathleta (minha 3ª paixão, mesmo tendo obtido melhores resultados no Triathlon).

Minha humilde opinião, o futebol é um dos esportes mais democráticos do universo.

Nele, podem se dar bem brancos, negros, amarelos, vermelhos, mamelucos, morenos, albinos, machos, fêmeas (hoje), héteros, bi, tri (bom... existe realmente uma descriminação), evangélicos, católicos, umbandistas, kardecistas, candomblecistas, altos, baixos, medianos, até mesmo gordos e magros.


No futebol impera muito mais o talento.
Aquele talento que ninguém explica...

Tipo o "Baixinho", um grande ídolo meu, ter feito um gol de cabeça, na pequena área, na semifinal da Copa do Mundo de 94 contra a Suécia, a seleção que tinha a defesa e os zagueiros mais altos daquela Copa.
Aquele cara que dizia "treinar pra que"?
Era puro talento.

Ou Gérson e Sócrates, que fumantes eram.
O Gérson ainda vive. O Sócrates já se foi. Mas foram craques.

O Edú, ponta esquerda do Santos, meio gordinho para os padrões atuais.

O Kaká, riquinho, o Zé da Casa do Garayo, pobrão.

O Mané Garrincha... Sem palavras.

Ronalducho (estou brincando com outro ídolo) que, ao voltar a jogar no Corinthians, ninguém acreditava, fez jogadas e gols antológicos.


O físico e o psicológico...

Enfim, no futebol, pra quem já jogou, a parte psicológica é importantíssima.
Só quem jogou sabe.

Você entra em campo num jogo importante e... erra o 1º passe... e erra o 2º também. Sua parte psicológica vai lá pra baixo.

Uma bola fácil de dominar passa por debaixo das suas pernas e vai para o adversário.

Mas, você está muito bem preparado fisicamente. Está voando.

Lançam uma bola lá na frente e você chega antes do zagueiro.
Pisa na bola, pára e... O que fazer?

Se você estiver bem, psicologicamente falando, vai driblar o adversário e sair na cara do gol. E vai escolher a melhor opção e realizá-la.

Se você estiver muito bem preparado fisicamente, porém mau preparado psicologicamente, provavelmente ficará com a bola ali, nos seus pés, pensando no que fazer e... vai perder a bola para o adversário.


Já perceberam aonde quero chegar?

O futebol é esporte realmente de talento.
Não que o Triathlon não o seja.

Mas você nunca obterá sucesso no Triathlon apenas com a parte psicológica.
Ela pode ajudar, e muito, para completar ou até mesmo ganhar uma prova.
Mas, se você não estiver absolutamente condicionado, bem treinado e preparado para ganhar, será apenas uma dose de sorte.

O Triathlon exige talento? Sim. Exige.
O Triathlon exige dedicação e muitos treinos? Com certeza!

O futebol exige talento? Sim. Exige.
O futebol exige dedicação e muitos treinos? Sim! Agora sim.


3AV
Marco Cyrino