Este relato não será muito longo porque,
provavelmente, farei mais uns dois complementares, sobre assuntos conexos.
Viajamos na sexta-feira, antevéspera da prova, coisa
que normalmente não fazemos, uma vez que optamos por viajar de carro de Santos
para Guaratuba-PR, ou mesmo para Floripa, em provas como Insano, Challenge ou
Ironman.
Mas, desta vez, nossos compromissos em Santos fizeram
com que decidíssemos viajar na sexta-feira mesmo.
Pegamos um "puta" perrengue de 2h30m para
percorrer apenas 10 km na BR, devido a obras na estrada.
A viagem, que já é longa (umas 6h30m), levou quase
9 horas.
Haja lombar.
Sábado, foi a "correria" de sempre...
Acordar, tomar café no
excelente Villa Real Hotel (literalmente, "na cara" da prova), voltar
para o quarto, começar a organizar as coisas e desorganizar as malas, checar
onde seria a entrega dos kits etc.
Surpresa positiva, a entrega
dos kits foi no local da prova, ou seja, descer do quarto e atravessar a
avenida da praia.
Do nada, já tá chegando o
horário de dormir pra fazer a prova na manhã seguinte.
Bóra preparar material de
prova, alimentação de prova, hidratação de prova, etc.
Ufa! Consegui deitar para
dormir, ou apenas descansar, por volta das 21:00h.
Largada às 08:05h, fechamento
da transição às 07:15h... Dá pra dormir um pouco.
Acordei, me alimentei,
cumpri os demais compromissos... E fui!
Entrei na transição às
6:45h.
Não estava (e não estou) na minha melhor forma (se
é que um dia voltarei a ela... rsrsrs).
Voltando de lesões que tive, fazendo uma
programação de treinos muito discutida e estudada com o meu técnico Silvão.
Dando muito trabalho a ele, por conta dos
compromissos pessoais etc. e tal.
Aprontei minhas coisas na transição, analisei minha
posição nela (a transição) para decidir se deixava as sapatilhas clipadas na
bike ou se as deixava ao lado da bike.
Decidi deixá-las ao lado da bike.
Boa decisão. Minha posição era muito próxima da
saída. Valeria a pena.
Havia feito bons treinos de natação, pois havia
tido alguns perrengues nessa etapa, nas últimas provas. Estava confiante.
Vesti a roupa de borracha, dei uma aquecida, uma
alongada...
Uns 40 min. antes de minha largada, entrei no mar
para verificar as condições...
Água fria (não vou dizer gelada, mas bem fria), arrebentação
chata.
Natação em losango... Segunda bóia lá na "Casa
do C..." kkk
Pensei: -
Caraca! Tem mais de 2.000 m
de água!
Soou a
sirene...
Natação
Bóra correr pro mar.
Entrei da forma como pensei,
mantendo a FC baixa, correndo leve até a primeira série de ondas.
Primeira onda quebrando...
Mergulhei, passei por baixo de boa, já ultrapassando uns atletas que, na
entrada da água, estavam bem na minha frente.
Tomei um sacode, mas nada
demais.
Segunda onda, maior, veio
quebrando... Mergulhei, tomei o "sacode" e... Taquepareo! Parecia que
havia tomado um tiro no músculo da lombar, aliás, acima da lombar, lado
direito, altura do rim.
Tentava respirar e parecia
que ia me afogar. Respiração curta. A roupa de borracha parecia apertar tanto
na região afetada, que tive a nítida impressão de que, pela primeira vez, iria
desistir de uma prova.
Realmente não sabia o que
fazer.
Aliás, sabia. Chamei o
caiaque da segurança da prova.
Pra falar a verdade, nem
lembro se era um caiaque ou alguém em um Stand Up.
Só pedi para ele ficar ao
meu lado, porque, experiente que estou ficando nessas situações, já sabia que,
se usasse auxilio da segurança, estaria fora da prova.
Preciso ficar bem esperto na
natação! Cada prova é um perrengue!
Enfim, boiei de costas (depois
da prova, o Kuma me perguntou se era eu que estava nadando de costas, ao lado
dele).
Tentei nadar normal e não
conseguia, tamanha a dor.
Decidi tentar abrir a roupa
de borracha, para descomprimir a musculatura que estava pinçada.
Depois de várias tentativas,
tomando mais algumas ondas na cabeça, mais alguns sacodes, finalmente consegui.
Parecia que havia me
libertado de uma camisa de força.
Ainda assim, só consegui
ganhar algum ritmo de natação naquela bóia lá na "Casa do C...".
Dali para a praia, foi até
sussa, já nadando quase normal, porém com a roupa de borracha cheia de água. kkk
Pronto, o pior já passou, porém,
com um desgaste físico além do previsto, muito além.
Ciclismo
Transição normal para o
pedal, sem intercorrências.
Saí para pedalar tentando
aumentar a diferença para o Kuma, meu "adversário" na prova, que
corre pra cacete.
Note-se que "adversário"
não é inimigo, tá?
Aos poucos, fui aumentado
minha diferença para ele, nas 3 voltas de 20 km cada.
Ao chegar à transição, sabia
que a minha diferença para ele não era confortável.
E minhas costas estavam "me
matando".
Corrida
Ah... Agora 16 km de corrida,
com 8 subidas.
Bom, o Kuma vai me passar, mas
vou dar trabalho pra ele. kkk
Em nosso primeiro encontro
na corrida, já percebi que a diferença não era grande... Uns 4 minutos, para
uns 12 km de corrida que ainda faltavam.
Em nosso segundo encontro na
corrida, a diferença havia caído para menos de 2 minutos. E o cara vinha forte,
sendo que eu já estava sentindo o desgaste.
Pensei:
- Não vou olhar pra trás.
Vou fazer a melhor corrida
possível, sabendo que ele vai me ultrapassar antes das 4 últimas subidas. E, se
isso não ocorrer, vou continuar não olhando pra trás.
Retão da praia... Nada de
ele me alcançar.
Chegando perto das subidas...
Nada!
Subidas... Neuzita no meio
da primeira subida.
Passei por ela e disse:
- O Kuma tá vindo babando aí.
Desci as serras pensando:
- Saiu um sol pra cada um.
Eu tô quebrado, mas consegui treinar várias subidas. Não é possível que ele
também não esteja sentindo. Acho que, se ele me ultrapassar, vai ser no retão
final.
Fiz o retorno para as duas
últimas subidas e, quando nos encontramos de novo, percebi que a distância já
me permitia diminuir o ritmo, antes que eu tivesse um "piripaque"...
kkk
Daí pra frente, olhava pra
trás o tempo todo. kkk
Melhor surpresa, consegui
chegar na frente, sem achar que conseguiria.
Mas, a prova foi dura para
todos.
Parabéns Carlos Kumakola!
Eu não teria conseguido uma performance boa, se você
não estivesse na prova. Certeza.
Eu o vi chegando cheio de câimbras (e depois
confraternizamos).
Depois, conversando sobre o meu problema na
natação, ele me mandou virar de costas (ôps... kkk) e me deu mais um sacode (já
não bastaram os do mar?) que me aliviaram imediatamente as dores nas costas.
Pô! Havia esquecido que o cara é Quiropraxista.
Aí fiquei bravo, briguei com ele:
- Grande amigo, hein?
Viu que eu passava perrengue
no mar e nem pra me ajustar a coluna lá mesmo?
Na premiação, recebemos uma péssima notícia da
organização.
A Juliana anunciou que não haverá Triathlons
promovidos por eles, em 2019.
Motivo para um post especifico.
No próximo, que será bem próximo, publicarei as
imagens da prova.
Parafraseando Datena:
-BI DÊ IBAGENS!
Aloha!
3AV
Marco Cyrino