terça-feira, 6 de março de 2018

Triathlon Internacional de Santos - fev.2018 - Relato de Prova


Demorô... mas, foi por uma causa justa.
Um merecido descanso no Litoral Norte, com meus mentores espirituais.

Não sei se vou lembrar de tudo, mas vou relatar o que vier à mente.

Quando a gente tem um bom resultado, parece que tudo foi perfeito.
Organização, performance, estrutura, clima, equipamentos, etc.
Então, foi até bom passar este período para fazer o post.
Assim, pude refletir bastante a respeito de tudo que envolveu a prova e constatar que, excetuando alguns comentários que li sobre vácuo, realmente foi tudo excelente.


Organização
A organização, de minha parte, merece uma nota 9,9 de média, sendo 10 na maior parte dos quesitos.
Faltaram "brindes" no kit.
E ???
Alguém aí faz Triathlon pra ganhar brindes?
Penso que não, embora sejam sempre bem-vindos.
Mas... cadê os patrocinadores ?
Megaempresas que faturam muito com seus materiais de natação, ciclismo, corrida, suplementos... bando de chupins que só querem lucro, sem investir em eventos desse porte.

Bom... xápralá. Não é esse o foco deste post.


Vamos à prova...

Cheguei suficientemente cedo para sentir toda a vibe da prova e confraternizar com atletas de todas as gerações, fossem amadores (a maioria) ou profissionais.

Só esse clima já dá ânimo suficiente para fazer uma boa prova.

As últimas provas estão sendo ótimas, no meu caso, por estar estreando na categoria MMV (Muito, muito velho....60-64)....kkkk

Apenas uma consideração a respeito...
Nessa fase de nossa vida, existe uma diferença absurda entre quem está entrando na categoria e quem está saindo.
É mais ou menos como nas faixas etárias de 5 a 9 anos, 10 a 14 anos, ou 15 a 19 anos.
Uma diferença de praticamente 5 anos, nessas faixas etárias, é muito grande. Saibam disso!


Preparativos
Cheguei, baixei, saravei... arrumei tudo dentro do programado.
Minha transição estava bem perto da saída para o pedal.
Deixei minhas sapatilhas de ciclismo fora da bike.
Prefiro correr um pequeno percurso calçado com elas (que dificultam muito a corrida) a perder um tempo pedalando e as calçando e fechando.
Caso minha transição estivesse longe da saída para a bike, faria o contrário. Fica a dica.

Fui para a praia dar uma aquecida, já vestido com a roupa de borracha até a cintura.
07:00h AM... o sol estava um maçarico.
Esperei um pouco até a Neuza chegar.
Ela chegou, baixou e saravou... rsrsrs

Deixei meu carbo pré-prova com ela (mel e água) e fui me alongar e aquecer no mar.

Olhei as bóias já colocadas e vi que a natação seria longa.
Depois da prova, vi gente falando que tinha mais de 1600 m.
Também vi gente falando que não tinha os 1500 m.
Atleta reclama de tudo.
Na minha percepção, tinha 1550 m... kkkk

Trombada
Saí do aquecimento e tomei uma porrada no peito...
Culpa minha...
Ao sair, vinha um pequeno "quebra-côco" e resolvi pegar um "jacaré".
Me dei mal... não olhei pra frente e "atropelei" uma atleta que vinha entrando e só teve a alternativa de mergulhar e passar por baixo de mim.
Resultado: Tomei uma pesada (calcanhada) no meio do peito, que me deixou meio sem ar. Fiquei um tempo ainda parado dentro do mar, esperando a dor passar.


Largada & Natação
Larguei um pouco atrás do que pretendia, pois me atrasei para entrar na área da largada.

Nadei bem relaxado. Acho que foi relaxado até demais da conta.
Mas penso que fiz o correto.
Comecei a nadar entre os últimos e saí da natação depois de ter ultrapassado muitos atletas.
Do meio para o final, fiquei espantado com o ritmo que coloquei.
Nada muito forte... mas, a cada, digamos, 100 m, ultrapassava muitos atletas que largaram forte.
Mas também fui "atropelado" pelos atletas fortes que largaram depois.

Saí do mar já sem a roupa de borracha (fica aí outra dica), que tirei ainda dentro d'água, para poder correr livre até a transição.
Só nessa corrida, sem a roupa de borracha, ultrapassei uns 10 atletas (sei lá de quais categorias).

Fiz a transição bem rápida. Havia deixado um saco plástico amarrado na placa de identificação das bikes, o que facilitou minha transição. Mais uma dica.


Ciclismo
O pedal foi simplesmente ótimo.

Pedalei forte, mas me poupando o necessário para a corrida.

O total do ciclismo, contando as duas transições, deu 1h11m22s.

No meu Cateye (ainda uso, pois declinei do Garmin na bike), a média deu 34 km/h e mais um pouco. Um pedal muito forte para mim. Mas, o percurso ajuda muito.

Ah! Antes que alguém fale, minha largada sendo a primeira, sem chances de pegar vácuo, até mesmo porque os que saíram na frente já se evadiram e os que saíram depois não me pegaram.
Já perto do final do ciclismo, alguns pelotões me alcançaram... e mantive a necessária distância deles.

Cheguei do pedal bastante inteiro, embora as pernas sempre reclamem para correr.

Pelas bikes presentes na transição, acho que estava em 3º ou 4º lugar.
Não tinha certeza.
Queria muito pegar um troféu, mas, como sempre, penso em terminar um Triathlon estando bem de saúde e dentro dos meus limites.

Havia passado o Cabral no pedal, mas não imaginava a diferença que havia colocado nele... sabedor que ele nada e corre muito melhor que eu.

Imaginava que o Saldanha e o Lobo estavam bem na frente, visto que ambos nadam e pedalam muito bem.


Corrida
Saí para correr, sem saber a performance dos demais atletas, visto que não os conhecia muito. Talvez houvesse uns muito próximos, ou não.

Fui para tentar fazer o meu melhor.

No Internacional, só temos duas oportunidades de ver quem está na frente ou atrás. Nos dois retornos, um no Canal 1 e o outro na Ponta da Praia, perto do Museu de Pesca.

Chegando perto do Canal 1, vi o Saldanha passar bem à minha frente. Logo depois passou o Lobo.
Ao fazer o contorno, pouquíssimo tempo depois, o Cabral já vinha correndo forte.

Pensei:
""Vixi... Saldanha e Lobo na frente... talvez haja um ou dois atletas também na frente... e o Cabral vai me engolir fácil...
Beleza... 5º ou 6º lugar nessa prova, tá ótimo!!!
Se é que não vai vir mais um véio corredor, pra me passar... kkkkk""

Não deu outra. Cabral chegou, chegando... passou por mim com aquele jeito peculiar dele de correr... e o cara corre muuuito!

Resolvi não mudar minha estratégia, que era de corre forte, mas precavido... sei o que é quebrar...

Dalí a pouco, cheguei no Lobo:
- E aí Sergião ? Tá bem ?
- Ô se tou... tô treinando pro Iron.
- Ah, tá!

Bom... acho que vou pegar um pódio...

Mais à frente, o Saldanha, se virando com as dores no joelho.
Considero esse cara um verdadeiro herói.
Ele sabe disso.
Não é para os normais correr com os problemas crônicos que ele tem nos joelhos.

Para minha surpresa, um pouco mais à frente, já nos ¾ da corrida, vejo o Cabral caminhando. Voltou a correr... voltou a andar... cheguei nele e perguntei se estava bem.
- Quebrei, Marcão... vai lá!
- Quer uma cápsula de sal, um gel, alguma coisa?
- Tu tens uma cápsula de sal?
- Pega aqui, no bolso do meu macacão.
- Valeu, Marcão.

Não sei quanto aos demais atletas, mas para mim, esse é o espírito do Triathlon.
Orgulho nenhum de ajudar um concorrente, mesmo porque já fui ajudado por muitos.

Bom... passei o Cabral e aí já achava que praticamente tinha garantido um 2º ou 3º lugar no pódio.

A dor...
Do meio da corrida para o final, comecei a sentir uma dor insuportável nas costas. Na chamada "asa". Lembrei da porrada que tomei no aquecimento... lembre da hora em que me virei na bike, clipado, para ultrapassar alguém e ver se não vinha outro atleta pela esquerda, enfim...

Acho que corri o último km com o braço esquerdo pendurado, sacolejando, para aliviar um pouco a dor, que imaginei ser uma contratura.


Chegada
Entrei no funil da chegada, saindo da avenida da praia para areia, com um largo sorriso na cara, sabendo que tinha feito uma ótima prova, melhor do que esperava, principalmente por ser uma prova veloz e não ser meu foco para este ano.

Antes de entrar no funil, comemorei com vários amigos, colegas, conhecidos, que me incentivavam.

Passei pelo pórtico de chegada muito feliz e quase chorando de dor.

Nem consegui pegar frutas, isotônico, água etc., tão forte era a dor nas costas.

Fui direto procurar a Neuza. Encontrei-a. Pedi para ir comigo à Tenda de massagens.
Muitos atletas ali na fila.
Pensei em desistir, mas a Neuza disse que iria guardar o meu lugar.
Logo chegou o Silvão. Me deu uma bela alongada, entre outros procedimentos, que me aliviaram um pouco a dor.
Tomei uma ducha e voltei para a fila da massagem.

Nisso vem a Neuza me dizer que GANHEI A BAGAÇA !!!

Felicidade enorme.

E a dor ?

Essa ainda estou tentando entender o que realmente houve.

Logo mais, farei um post... assim que tiver certeza.


Finalizando
Pra finalizar, tive o privilégio de ficar na praia até o entardecer, com meus pais e irmãos de fé, e ainda constatar o desmonte da estrutura da prova.
É punk viu ?
Quem critica que faça melhor.

Grato a todos que torceram e torcem por mim. Eu, particularmente, torço por todos.
Neuza, Alfredo, Zé Roberto, Fátima, Jussara, Lindete, Junior, Silvão e todas as famílias dos mencionados.
Atef, Lucas, Avelino, Lobão, Lobo, Saldanha, Cabral e todos os amigos e suas famílias.
Meus pais e irmãos de fé e suas famílias.

Meu muitíssimo obrigado.

E principalmente aos meus Orixás e ao Nosso Pai Oxalá, o meu mais profundo agradecimento!
Não pelos resultados, porque --- ao contrário de quem faz um gol e fica erguendo os dedos para o céu, dizendo que é o "escolhido" --- eu agradeço apenas pela saúde, pela segurança e pela proteção.

Todo o resto é mérito do que fazemos.


Aloha !

3AV
Marco Cyrino


6 comentários:

  1. Meu camarada, esse ano está sendo mágico.
    Tudo está indo conforme o planejado há três anos.
    Mas acredito que o próximo ano será ainda muiiiiiiiiiito melhor !!

    Parabéns, MMV .. você é o melhor !!

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  2. Adorei a leitura. E te desejo sempre sorte e sucesso nessa sua caminhada. Parabéns!

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  3. Mais uma vez vencedor, parabéns, Marcolino !!!

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