Demorô... mas, foi por uma causa justa.
Um merecido descanso no Litoral Norte, com meus
mentores espirituais.
Não sei se vou lembrar de tudo, mas vou relatar o
que vier à mente.
Quando a gente tem um bom resultado, parece que
tudo foi perfeito.
Organização, performance, estrutura, clima,
equipamentos, etc.
Então, foi até bom passar este período para fazer o
post.
Assim, pude refletir bastante a respeito de tudo
que envolveu a prova e constatar que, excetuando alguns comentários que li
sobre vácuo, realmente foi tudo excelente.
Organização
A organização, de minha
parte, merece uma nota 9,9 de média, sendo 10 na maior parte dos quesitos.
Faltaram "brindes"
no kit.
E ???
Alguém aí faz Triathlon pra
ganhar brindes?
Penso que não, embora sejam
sempre bem-vindos.
Mas... cadê os
patrocinadores ?
Megaempresas que faturam
muito com seus materiais de natação, ciclismo, corrida, suplementos... bando de
chupins que só querem lucro, sem investir em eventos desse porte.
Bom... xápralá. Não é esse o
foco deste post.
Vamos à prova...
Cheguei suficientemente cedo para sentir toda a
vibe da prova e confraternizar com atletas de todas as gerações, fossem
amadores (a maioria) ou profissionais.
Só esse clima já dá ânimo suficiente para fazer uma
boa prova.
As últimas provas estão sendo ótimas, no meu caso,
por estar estreando na categoria MMV (Muito, muito velho....60-64)....kkkk
Apenas uma consideração a respeito...
Nessa fase de nossa vida,
existe uma diferença absurda entre quem está entrando na categoria e quem está
saindo.
É mais ou menos como nas
faixas etárias de 5 a 9 anos, 10 a 14 anos, ou 15 a 19 anos.
Uma diferença de
praticamente 5 anos, nessas faixas etárias, é muito grande. Saibam disso!
Preparativos
Cheguei, baixei, saravei... arrumei
tudo dentro do programado.
Minha transição estava bem
perto da saída para o pedal.
Deixei minhas sapatilhas de
ciclismo fora da bike.
Prefiro correr um pequeno
percurso calçado com elas (que dificultam muito a corrida) a perder um tempo
pedalando e as calçando e fechando.
Caso minha transição
estivesse longe da saída para a bike, faria o contrário. Fica a dica.
Fui para a praia dar uma
aquecida, já vestido com a roupa de borracha até a cintura.
07:00h AM... o sol estava um
maçarico.
Esperei um pouco até a Neuza
chegar.
Ela chegou, baixou e
saravou... rsrsrs
Deixei meu carbo pré-prova
com ela (mel e água) e fui me alongar e aquecer no mar.
Olhei as bóias já colocadas
e vi que a natação seria longa.
Depois da prova, vi gente
falando que tinha mais de 1600 m.
Também vi gente falando que
não tinha os 1500 m.
Atleta reclama de tudo.
Na minha percepção, tinha
1550 m... kkkk
Trombada
Saí do aquecimento e tomei
uma porrada no peito...
Culpa minha...
Ao sair, vinha um pequeno "quebra-côco"
e resolvi pegar um "jacaré".
Me dei mal... não olhei pra
frente e "atropelei" uma atleta que vinha entrando e só teve a
alternativa de mergulhar e passar por baixo de mim.
Resultado: Tomei uma pesada
(calcanhada) no meio do peito, que me deixou meio sem ar. Fiquei um tempo ainda
parado dentro do mar, esperando a dor passar.
Largada & Natação
Larguei um pouco atrás do
que pretendia, pois me atrasei para entrar na área da largada.
Nadei bem relaxado. Acho que
foi relaxado até demais da conta.
Mas penso que fiz o correto.
Comecei a nadar entre os
últimos e saí da natação depois de ter ultrapassado muitos atletas.
Do meio para o final, fiquei
espantado com o ritmo que coloquei.
Nada muito forte... mas, a
cada, digamos, 100 m, ultrapassava muitos atletas que largaram forte.
Mas também fui "atropelado"
pelos atletas fortes que largaram depois.
Saí do mar já sem a roupa de
borracha (fica aí outra
dica), que tirei ainda dentro d'água, para poder correr livre até a
transição.
Só nessa corrida, sem a
roupa de borracha, ultrapassei uns 10 atletas (sei lá de quais categorias).
Fiz a transição bem rápida.
Havia deixado um saco plástico amarrado na placa de identificação das bikes, o
que facilitou minha transição. Mais uma dica.
Ciclismo
O pedal foi simplesmente
ótimo.
Pedalei forte, mas me
poupando o necessário para a corrida.
O total do ciclismo,
contando as duas transições, deu 1h11m22s.
No meu Cateye (ainda uso,
pois declinei do Garmin na bike), a média deu 34 km/h e mais um pouco. Um pedal
muito forte para mim. Mas, o percurso ajuda muito.
Ah! Antes que alguém fale, minha
largada sendo a primeira, sem chances de pegar vácuo, até mesmo porque os que
saíram na frente já se evadiram e os que saíram depois não me pegaram.
Já perto do final do
ciclismo, alguns pelotões me alcançaram... e mantive a necessária distância
deles.
Cheguei do pedal bastante
inteiro, embora as pernas sempre reclamem para correr.
Pelas bikes presentes na
transição, acho que estava em 3º ou 4º lugar.
Não tinha certeza.
Queria muito pegar um
troféu, mas, como sempre, penso em terminar um Triathlon estando bem de saúde e
dentro dos meus limites.
Havia passado o Cabral no
pedal, mas não imaginava a diferença que havia colocado nele... sabedor que ele
nada e corre muito melhor que eu.
Imaginava que o Saldanha e o
Lobo estavam bem na frente, visto que ambos nadam e pedalam muito bem.
Corrida
Saí para correr, sem saber a
performance dos demais atletas, visto que não os conhecia muito. Talvez
houvesse uns muito próximos, ou não.
Fui para tentar fazer o meu
melhor.
No Internacional, só temos duas
oportunidades de ver quem está na frente ou atrás. Nos dois retornos, um no
Canal 1 e o outro na Ponta da Praia, perto do Museu de Pesca.
Chegando perto do Canal 1, vi
o Saldanha passar bem à minha frente. Logo depois passou o Lobo.
Ao fazer o contorno,
pouquíssimo tempo depois, o Cabral já vinha correndo forte.
Pensei:
""Vixi... Saldanha
e Lobo na frente... talvez haja um ou dois atletas também na frente... e o
Cabral vai me engolir fácil...
Beleza... 5º ou 6º lugar
nessa prova, tá ótimo!!!
Se é que não vai vir mais um
véio corredor, pra me passar... kkkkk""
Não deu outra. Cabral
chegou, chegando... passou por mim com aquele jeito peculiar dele de correr... e
o cara corre muuuito!
Resolvi não mudar minha
estratégia, que era de corre forte, mas precavido... sei o que é quebrar...
Dalí a pouco, cheguei no
Lobo:
- E aí Sergião ? Tá bem ?
- Ô se tou... tô treinando
pro Iron.
- Ah, tá!
Bom... acho que vou pegar um
pódio...
Mais à frente, o Saldanha,
se virando com as dores no joelho.
Considero esse cara um
verdadeiro herói.
Ele sabe disso.
Não é para os normais correr
com os problemas crônicos que ele tem nos joelhos.
Para minha surpresa, um
pouco mais à frente, já nos ¾ da corrida, vejo o Cabral caminhando. Voltou a
correr... voltou a andar... cheguei nele e perguntei se estava bem.
- Quebrei, Marcão... vai lá!
- Quer uma cápsula de sal,
um gel, alguma coisa?
- Tu tens uma cápsula de
sal?
- Pega aqui, no bolso do meu
macacão.
- Valeu, Marcão.
Não sei quanto aos demais
atletas, mas para mim, esse é o espírito do Triathlon.
Orgulho nenhum de ajudar um
concorrente, mesmo porque já fui ajudado por muitos.
Bom... passei o Cabral e aí
já achava que praticamente tinha garantido um 2º ou 3º lugar no pódio.
A dor...
Do meio da corrida para o
final, comecei a sentir uma dor insuportável nas costas. Na chamada "asa".
Lembrei da porrada que tomei no aquecimento... lembre da hora em que me virei
na bike, clipado, para ultrapassar alguém e ver se não vinha outro atleta pela
esquerda, enfim...
Acho que corri o último km
com o braço esquerdo pendurado, sacolejando, para aliviar um pouco a dor, que
imaginei ser uma contratura.
Chegada
Entrei no funil da chegada,
saindo da avenida da praia para areia, com um largo sorriso na cara, sabendo
que tinha feito uma ótima prova, melhor do que esperava, principalmente por ser
uma prova veloz e não ser meu foco para este ano.
Antes de entrar no funil,
comemorei com vários amigos, colegas, conhecidos, que me incentivavam.
Passei pelo pórtico de
chegada muito feliz e quase chorando de dor.
Nem consegui pegar frutas,
isotônico, água etc., tão forte era a dor nas costas.
Fui direto procurar a Neuza.
Encontrei-a. Pedi para ir comigo à Tenda de massagens.
Muitos atletas ali na fila.
Pensei em desistir, mas a
Neuza disse que iria guardar o meu lugar.
Logo chegou o Silvão. Me deu
uma bela alongada, entre outros procedimentos, que me aliviaram um pouco a dor.
Tomei uma ducha e voltei
para a fila da massagem.
Nisso vem a Neuza me dizer
que GANHEI A BAGAÇA !!!
Felicidade enorme.
E a dor ?
Essa ainda estou tentando
entender o que realmente houve.
Logo mais, farei um post... assim
que tiver certeza.
Finalizando
Pra finalizar, tive o
privilégio de ficar na praia até o entardecer, com meus pais e irmãos de fé, e
ainda constatar o desmonte da estrutura da prova.
É punk viu ?
Quem critica que faça
melhor.
Grato a todos que torceram e
torcem por mim. Eu, particularmente, torço por todos.
Neuza, Alfredo, Zé Roberto,
Fátima, Jussara, Lindete, Junior, Silvão e todas as famílias dos mencionados.
Atef, Lucas, Avelino, Lobão,
Lobo, Saldanha, Cabral e todos os amigos e suas famílias.
Meus pais e irmãos de fé e
suas famílias.
Meu muitíssimo obrigado.
E principalmente aos meus
Orixás e ao Nosso Pai Oxalá, o meu mais profundo agradecimento!
Não pelos resultados, porque
--- ao contrário de quem faz um gol e fica erguendo os dedos para o céu,
dizendo que é o "escolhido" --- eu agradeço apenas pela saúde, pela
segurança e pela proteção.
Todo o resto é mérito do que
fazemos.
Aloha !
3AV
Marco Cyrino
Meu camarada, esse ano está sendo mágico.
ResponderExcluirTudo está indo conforme o planejado há três anos.
Mas acredito que o próximo ano será ainda muiiiiiiiiiito melhor !!
Parabéns, MMV .. você é o melhor !!
Valeu, Silvão. Tomara esteja certo.
ExcluirAbração.
Adorei a leitura. E te desejo sempre sorte e sucesso nessa sua caminhada. Parabéns!
ResponderExcluirValeu, Shirley.
ExcluirObrigado pelo carinho !
Mais uma vez vencedor, parabéns, Marcolino !!!
ResponderExcluirBrigaduuuu, Anolina !!!
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