quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Como melhorar seus tiros de corrida em Santos


Descobri um método revolucionário para aumentar o pace e, conseqüentemente, melhorar o rendimento na corrida, quando fizermos treinos que envolvam tiros.

Ainda nem contei para o meu treinador, Silvão, que só irá descobrir por aqui, porque, como não sou egoísta, irei compartilhar em primeiríssima mão com toda a comunidade, composta de meia dúzia de seguidores deste Blog.

Trata-se de um método ousado, sendo que você precisa ter certeza de estar apto a praticá-lo.

Por ter uma intensidade maior do que aquela a que você provavelmente está acostumado, recomendo que, antes de qualquer coisa, esteja em dia com os seus exames clínicos e principalmente cardiológicos.

Garanto que, caso esteja habituado a fazer tiros de 500 m com pace de, digamos, uns 4:00 min/km, finalmente você romperá a barreira dos 3 minutos.

No meu caso, o Garmin mostrou uma evolução absurda.
Em tiros de 500 m, hoje em dia (já sexy... quer dizer, sex... sexagenário) consigo manter um pace de aproximadamente 4:15, 4:10, com o coração na boca.

Utilizando este método, obtive um pace de 3:30 min/km.


Vamos ao que interessa...

Tenho 2 observações a fazer:

1 - Este método pode ser utilizado em no máximo 2 tiros passando pelo mesmo local, caso contrário, as possibilidades de "lesões" serão enormes. E podem ser lesões sérias.
Vocês entenderão o motivo...

2 – Não sei se este método pode ser utilizado em outros locais, uma vez que as condições específicas para ele ocorrem muito aqui em Santos, na praia.
Não tenho conhecimento de relatos sobre treinos em outros locais que pudessem trazer a mesma eficácia. Talvez no Rio de Janeiro, mas por outras razões.
Vocês entenderão o motivo...


O método consiste em realizar seu treino de tiros pela areia da praia, de preferência ao final de tarde de um dia útil... horário em que os boleiros com camisas do Barcelona, Real Madrid, Santos, Chelsea, Flamengo, Corinthians (tomem mais cuidado com esses... ah, sou corinthiano, maloqueiro, sofredor, graças a Deus), Palmeiras, São Paulo e tantos outros times, se aquecem na areia mais batida, antes de começarem a jogar em campos de "gol caixote".

Esses gols são muitas vezes demarcados com chinelos, garrafas pet largadas pela areia, ou qualquer outra coisa que sirva para fazer as traves.

Lembro que, quando ainda jogava essas peladas na praia, estabelecíamos para cada gol uma distância de 5 pés (um pé da frente do outro), para colocarmos as "traves".
Cada time procurava escolher o cidadão que calçava o menor número, para medir essa distância.

Normalmente, essas pessoas têm a manha de ficar fazendo o aquecimento através de embaixadinhas, lelê (puts... essa é bem velha), entre uns 5, 6, 8, 30 atletas, aguardando que escolham os times e demarquem o campo para os craques que, como craques que são, se aquecem e alongam.


Voltando...

É só passar por perto um andarilho ou corredor, que tem algum "craque" olhando de rabo de olho, segurando a bola nos pés, aguardando o momento em que estiver passando, para dar uma caneta, chapéu, elástico, drible da vaca, etc. no incauto.

Então... ao começar a fazer os tiros, passe o mais próximo possível (às vezes é impossível passar longe) desse pessoal.
No primeiro tiro, você irá tomar um drible.
Fique de boa e marque exatamente o local, para saber o que fazer na volta.

No tiro de volta, ao se aproximar, fique esperto porque irá ser driblado novamente... ou não.

No meu caso, na ida tomei um drible da vaca... e a galera foi ao delírio.

Na volta, já me aproximando, vi que eles também me viram. Tocaram a bola para o "craque" do aquecimento.
Até mudei um pouco a trajetória, para ter certeza de que chegaria junto com a bola no craque... pronto pra tomar um chapéu.

Não deu outra!
Num é que o "craque" sabe mesmo jogar ?
Deu aquele toque por baixo da bola, me encobrindo, quase penteando meu cabelo...

O que ele não sabia é que eu sabia que ia tomar o chapéu e, quando a bola estava me encobrindo, gritei:

- "Vai que é sua, Tafarel !!!"

Catei a bola com as 2 mãos, quiquei 3 vezes no chão e bati o tiro de meta direto pra dentro do mar.

Ainda esperei um pouco, tomando fôlego, pra ver se a galera ia ao delírio com a minha defesa.

Foi a melhor decisão... porque esse fôlego foi fundamental para o tiro de 500 m.

Acho que comecei a uns 3:55 min/km e terminei com uns 3 min baixo... e a galera me incentivando... correndo atrás e me elogiando com todos os nomes que não podem ser publicados.

Fiquei contente com o apoio.

Bom... antes de retornar para casa, havia o último tiro.

Confiante que estava, voltei pelo mesmo caminho, imaginando que o jogo deles já havia começado e ninguém iria e notar.

Bingo... o jogo estava rolando !

Só que estava meio deprê... correndo o último tiro para 4 min alto.

Resolvi dar uma acelerada...

Ao passar da metade do campinho, pela lateral, diminui a velocidade para retomar o fôlego e a plenos pulmões gritei novamente:

- "Vai que é sua Tafarel !!!"

Parecia que o juiz havia apitado algo sério... porque o jogo parou!

Do nada, a galera voltou a me incentivar... todos correndo na minha direção e proferindo as mesmas palavras de apoio.

Treinão, viu ?

Não tive tempo de ver o pace porque esqueci que, na volta, o Canal 2 estava muito perto e, com as últimas chuvas, existe uma vala enorme para passar por ele... e foi o que salvou o meu treino (e talvez a minha vida), porque, no embalo em que eu vinha, entrei no mar e... sobrevivi sem maiores problemas.

Saí do outro lado, com os craques ainda tentando, e depois desistindo, de passar pela vala do Canal.

É... a gente precisa de mais paz e amor.

VAI QUE É SUA, TAFAREL !!!"


Importante: Isto é uma obra de ficção !


3AV
Marco Cyrino


quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

O seca pimenteira da natação


Rememorando...

Conversando aqui em casa com a Neuzita, e recordando os locais onde treinei natação (e outras modalidades), nós choramos de rir, lembrando dos locais onde treinei e que se finaram.

Ela, a Neuzita, é co-autora deste post, me lembrando de tudo.

Chegamos à conclusão de que devo ser o Seca Pimenteira das academias, clubes, enfim, dos locais em que treinei natação.

Depois de ser obrigado a parar de jogar futebol (por conta de lesão séria no tendão de Aquiles) e passar mais de um ano tentando me recuperar, só me restava surfar.

Por conta disso, resolvi investir na natação, mesmo porque, no caratê já havia chegado à faixa verde e vi que não ia rolar mais.


* A primeira piscina em que fui treinar foi a novíssima do Olimpic Center.
Lá conheci muitos amigos. Inclusive e, principalmente, os que depois me incentivariam a fazer essa coisa toda de nadar, pedalar e correr.
Uns 2 anos depois, começaram os boatos de que ela iria fechar, por conta de problemas financeiros.
Fechou... simples assim.


* Meio que parei de nadar... mas, aí apareceu uma prova na Multisport... de natação... nem lembro por que, mas fui participar.
Participei e, pouco tempo depois, soube que ela fechou.
Caraca! Só fiz uma presença lá!


* Nisso, o Olimpic Center virou G4 (Galpão 4).
Voltamos pra lá...
Não teve vida longa!


* Aí, fui treinar no Santa Cecília (UniSanta)...
Treinei apenas um mês, se tanto... ótima piscina olímpica.
Com essa aí não aconteceu nadica de nada.
Os Teixeiras são f... kkkk


* Do nada, no local do antigo Olimpic Center, abriu a Unique... maravilha.
Fui pra lá.
E aí fechou de novo.
Só que, dessa vez, fechou de vez. Virou loja de materiais de construção.


* Entre um período e outro, me tornei sócio do Cube de Regatas Santista.
Excelente, ótimo, maravilhoso...
Podia ir em qualquer dia e em qualquer hora e nadar numa  piscina semi-olímpica muito boa.


* Em paralelo, conheci o CTU – Centro de Teinamento da Unimonte.
Todos os tops treinavam ali. Galindez, Fabinho Carvalho, Família Miyashiro, Família Garcia, Marcelo Ruas, Carla Moreno, Polyana Okimoto, Fabinho Carvalho, entre outros.
Veio o show dos Raimundos no Clube. Deu a merda que deu.
Veio a Universidade de BH e deu a merda que deu.


* O Clube de Regatas Santista ainda está "na chão".
A melhor piscina olímpica que tivemos, a do CTU, virou concessionária de autos, depois virou outra concessionária... e hoje não faço a menor idéia do que seja.

* Enfim, de uma vez só, fechei o CTU e o Clube de Regatas Santista.


* Fui treinar na Unisantos – na Rua da Constituição.
Ótima estrutura, com uma equipe ótima.
Do nada, virou a faculdade de fisioterapia e botaram a piscina com 31ºC.
Ainda levou uns 6 meses para sairmos de lá... a maioria com problemas de pressão... kkk


* Nisso, a Krato (antigo CT da Unimonte) havia mudado para a faculdade de Educação Física, no campus em outro prédio... com uma piscina de 25 m, abafada.
Treinei ali por 2 meses e vazei para a Fit, uma academia no Macuco (bairro) aqui em Santos.


* Um ano e meio treinando na Fit, com uma bela estrutura, e eis que o dono deu um passa-fora em todo mundo. Um calote, na real.
Quem pagou perdeu.
Virou Igreja Bola de Neve.
Mais uma na conta.


* Voltei para a Krato, já no prédio da Unimonte, com a piscininha abafada.
Daí, a Unimonte resolveu acabar também com essa piscininha, pra fazer mais salas de aula.
E lá fiquei eu novamente sem academia pra treinar.


* Apostei na recuperação da Krato, que locou um espaço no Portuários.
E até hoje lá está... e eu estou também.


Orando para que eu não seja o seca pimenteira.

Embora, hoje em dia, nadando muitas vezes na Ponta da Praia, já esteja com um pé atrás, devido aos problemas que estão ocorrendo... kkkk


Só falta eu fechar a Krato e a Ponta da Praia!
Aí sim, vou achar que sou o verdadeiro Seca Pimenteira.


3AV
Marco Cyrino


sábado, 3 de fevereiro de 2018

Primeira prova


Tava hoje aqui, depois de um dia ótimo de treino, pensando em como fui me meter nisso... Nesse tal de Triathlon.

Provavelmente, tudo o que vou escrever neste post  já esteja fragmentado pelos "n" posts já fiz, fazedor de posts que sou... mas, vamos a mais um.

Vou abreviar o relato de como fui me meter nesse negócio de Triathlon e vou direto à minha primeira prova. Na real, vou falar sobre minhas duas primeiras provas.
Porque uma delas foi no Short e a outra foi no Olímpico.


Nadar, já nadava. Apenas o suficiente para sair do mar quando acontecia de quebrar a cordinha surfando.

Correr, sempre corri. Fosse jogando bola, fosse correndo por correr.

Pedalar, pedalava, sempre levando alguém no cano, para surfar. Até porque o cara que ia no cano era o dono da bike (tipo Barraforte, uma vez que não tive bikes quando "jovem").

Já tinha uma certa experiência de Biathlon, levado que fui por amigos, depois de parar de jogar futebol por conta de um rompimento quase total do tendão de Aquiles e ficar praticamente um ano "sacizando" (andando quase que numa perna só).


Um dia, no antiguíssimo Olimpic Center, hoje loja de materiais de construção (me recuso a dizer o nome), fui conhecendo o Stephan, o Mineiro (Paulo Roberto), o Paulão (quase homônimo do Mineiro), o Eugênio (ele próprio, o Malavasi), o inigualável Baltazar, o Sauro (Sidney Maia), o Robson (professor de natação), os irmãos Naslauski (Jorge e Sílvio), todos ligados à natação... E eu, simplesmente, tentando aprender a nadar com o mínimo de técnica, sem ficar o tempo todo com a cabeça pra fora da água... kkkk

Num determinado momento, o Stephan, o Mineiro, o Eugênio e outros começaram a me botar pilha para fazer Short Triathlon.
Nessa época, eu já tinha uma bike.
E corria descalço, fosse na areia, na calçada, ou mesmo no asfalto.

Tanto me incentivaram, que acabei fazendo.

Diga-se de passagem, minha bike (sem marchas) custou, em dinheiro de hoje, no máximo uns R$ 200,00... e a usava basicamente para me locomover .


Bom, vamos à prova...

Troféu Brasil de 1.900 e bolinha... Short... 750 m x 20 km x 5 km.

Nem sabia que já existiam roupas de borracha pra nadar.  
Aliás, nem sabia que existiam roupas adequadas pra fazer Triathlon.
Na época, usavam-se sunga e camiseta, ou top... kkkkkk... top é bãodimaisdaconta...!

Só sei que, quando fiz meus primeiros Biathlons, achava que quem fazia Triathlon eram doidos, Super-Homens ou Super-Girls, etc.

Meu único objetivo era concluir e não ser o último.

Nessa época, com uns 40 anos, não tinha a menor noção de ritmo, de nada enfim.
Só ficava olhando os outros atletas e queria copiá-los.


Fuóóóóó... deu a largada.
Saiu todo mundo, como se estivessem correndo de um atentado.
Saí atrás... (se todo mundo tá fazendo isso, vou fazer também...)

100 m de natação e eu já estava "afogado"... tentando sobreviver aos tapas, socos, pernadas e, principalmente, a mim mesmo. Cadê que o ar não entrava?
Sobrevivi! Graças a Nosso Pai Oxalá!!!

Saí da natação totalmente bêbado. Não... não bebi nada alcoólico. Era só o efeito de fazer esses 750 m a milhão, sem nenhum preparo para isso.

O TB era realizado no Gonzaga, em Santos. Uma faixa de areia enorme até chegar à transição.

Chegueeeeiiiii... E agora?

Pedalar... O trajeto, se não me engano, era apenas uma volta, saindo do Gonzaga pela avenida da praia, sentido Canal 6, entrando por ele, entrando na Avenida Portuária e fazendo as 4 faixas dessa avenida, depois retornando pelo mesmo caminho.

Botei meu capacete de doce (assim são chamados os capacetes Tabajaras), coloquei um tênis (provavelmente o único que tinha e que era de passeio), uns óculos escuros, também de passeio e... bóra pedalar!!!

Não me lembro de como foi, só lembro que sofri como um condenado (se bem que condenados, hoje em dia, não sofrem muito).

Cheguei do ciclismo e... e?

Ah... agora vem a corrida...

Tirei o capacete, o tênis e saí... Pra onde eu vou???

Ôôôô... vai pra lá... fui... não, não, não, vem pra cá... ôôôô... prondequeuvô?

Ah... já vi!

Tava com o numeral preso com alfinetes na camiseta.
Isso incomodava muito! Bem no meio do peito. Cada passada uma espetada. É... não fechei direito um dos alfinetes e a ponta dele ficava "catucando".

Bom... logo na saída para correr, veio alguém da organização, correndo do meu lado, dizendo:

- "Eiiii... Você esqueceu de colocar os tênis"
Respondi:
- "Esqueci não"
Ele:
- "Esqueceu sim".
Eu:
- "Me deixa..."
Kkkkkkkkk


Resumo da ópera....

Terminei não faço a menor idéia em qual colocação na minha categoria. E também era o que menos importava.
O melhor de tudo foi a confraternização com os amigos, camaradas, colegas, etc., depois da prova.

E ainda melhor foi saber que, sim, eu fui capaz de completar aquilo.
Com toda a falta de conhecimento e estrutura, tinha o apoio da Neuzita e dos outros companheiros do esporte.
Bons tempos... assim como bons tempos são os de hoje.

Lá se vão mais de 20 anos e depois conto a história do meu primeiro Olímpico, minha primeira prova feita com uma bike speed.

Como diria a Dory, de "Procurando Nemo":

- "Essa história vai ser boa"

Aguardem o novo capítulo... rsrsrs


3AV
Marco Cyrino