segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

Mosaico - 2018


Nossa Nave Terra completa mais um ciclo em torno do Sol.

Afora certas exceções,
são onipresentes nos meios de comunicação
os convites ao pensamento materialista e imediatista.

Entretanto,
provavelmente por mais alguns bilhões de vezes ainda,
passaremos pelo mesmo ponto da elipse astronômica,
acrescentaremos 1 às nossas contagens de dias e anos,
continuaremos a ver a chegada de novas gerações,
a dizer adeus aos que partem,
a esperar nosso momento de partir,
a lutar para fazer valer o tempo que aqui nos foi concedido.

Cada segundo, minuto, hora, dia, semana, mês, ano...
pequenos e incomparáveis retalhos
tecidos de fraquezas e virtudes, prazeres e dissabores,
rancores e amores, frustrações e realizações,
dificuldades e auxílios inesperados,
desesperos e milagres,
planos, projetos, fracassos e sucessos,
surpresas, felicidades...

E a vida, afinal,
imenso mosaico feito desses retalhos,
costurados pela linha do nosso tempo terreno,
tingidos pela energia vital e única
de cada ser humano.

Passado imutável, futuro desconhecido,
resta-nos cuidar o melhor possível de cada retalho,
buscando sempre serenidade, sensibilidade, sabedoria
e consciência da face que estamos desenhando
em nosso mosaico.

* * *

Texto original publicado em 23.12.2012.
Atualizado para incluir a pergunta singela:
"Como tem sido a feitura do seu mosaico?"

* * *

Desejamos aos Leitores-Amigos e seus Familiares
mais um Natal e mais um Novo Ano
com saúde, paz, harmonia, prosperidade e alegria.


Equipe 3AV & 3AV Mídia



quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

Hoje o assunto é Surf


Que me perdoem os seguidores deste Blog de Triathlon.

Mas, surfista de alma que ainda sou (não mais tão praticante quanto gostaria)... o assunto será breve e será SURF.

Orgulho de ter vivido toda a evolução do surf no Brasil, desde a década de 70, onde éramos literalmente tidos como seres alienados, maconheiros, vagabundos.

Hoje, temos orgulho imenso por ver que as sementes que plantamos lá atrás foram germinando, florescendo, dando outras sementes e, de geração em geração, fomos evoluindo a duras penas.

Neste país que pouco faz pelo esporte em geral, exceto pelo futebol (do qual também sou fã e crítico incondicional), é muito bom vermos essa atual geração (e a próxima também) conseguir fazer em pouco tempo dois campeões mundiais.

Um bicampeão, Gabriel Medina.

Outro campeão, Adriano de Souza, o Mineirinho.


Não mesmo... Não vou me estender nessa história grandiosa do nosso surf, desde os tempos de Pepê, Bocão, Lequinho, Picuruta, Cisco, Daniel Friedman, os irmãos do Tombo, a galera de Ubatuba... Enfim, nunca vou conseguir mencionar todos.

Todos fizeram e fazem parte do sucesso que estamos tendo no surf (agora esporte olímpico, assim como o skate...)

Muito feliz com tudo isso.

Constatamos que, independendo de apoio governamental, somos capazes de construir algo sólido, desde os alicerces até o acabamento.


Ano que vem teremos simplesmente 11 brazucas no principal circuito.


Ontem, mesmo tendo que fazer 14 km de corrida, debaixo de um sol de 36ºC, não me desliguei do Pipe Masters e vi, bateria a bateria, o Gabriel Medina meter o louco e, cabeça a cabeça, disputar com o seu principal concorrente, Julian Wilson, até a final da etapa.

Após participar de 3 finais em Pipeline, sendo uma já como campeão (e perdendo justamente a final para o mesmo Julian Wilson), a outra contra o Mineirinho (que se tornou campeão mundial), Gabriel já entrou nesta final como bicampeão mundial e, de quebra, ainda levou finalmente o título do Pipe Masters.


Vídeo da única onda nota 10 do campeonato, para coroar essa performance 
(aos 4 minutos e 10 segundos)

G. Medina X C. Coffin



Ô muleque porreta esse, viu???

Aloha !

3AV
Marco Cyrino


quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

Relato de Prova - Challenge Floripa 2019


Quem me acompanha há um tempo sabe que não sou de reclamar de meus perrengues pré-prova.
Hahahahahaha!!!
Pega na mentira!

Confesso, sou o maior reclamão que vocês já conheceram.
E, quanto mais o tempo passa, mais reclamão fico.

Mas, neste ano, depois do meu aniversário e do meu casamento, nunca vi um "inferno astral" tão longo e variado.

Teve de tudo.
Só não teve ciclo de treinos.

Teve gripe?
Teveeeeeee!!!
Gripe mesmo.
Não aquilo que a gente chama de resfriado, mas aquela que te deixa de cama, dá febre, tosse, tremedeira, suador e parece que não vai passar nunca mais.

Teve conseqüências?
Teveeeeeee!!!
Tipo você ir ao médico (porque a tosse não passava) e ele te enfiar Decadron na veia e mais um monte de corticosteróides, porque o que sobrou era alergia.
Isso faltando 30 dias para a prova.

Teve mais alguma coisa?
Teveeeeeee!!!
Um "desligamento" do meu pé direito, que pensei ter sido causado por um AVC.
O pé não respondia pra cima, mas, pra baixo sim... Descartei o AVC.

Segundo meu fisioterapeuta e meu quiropraxista, o bagulho iria demorar um tantão pra recuperar.
Provavelmente, algum pinçamento simplesmente resolveu deixar meu pé direito fora da prova.

Ah, vai correr com um pé só!
Coitado do Atef, que se virou nos trinta pra me tratar duas vezes numa única semana.
Coitado do Silvão, que se virou nos trinta pra me deixar o mínimo em forma.


Viagem tensa

Viajamos com antecedência, por força de compromissos pessoais, porque normalmente, na volta, costumo visitar meu irmão, em Jaraguá do Sul.
Desta vez, fizemos a visita na ida.

A viagem teve algum problema?
Teveeeeeee!!!
Faltava mais nada.
Neuzita pegou um resfriado e, por afinidade, peguei também.
Ou era apenas alergia... vai saber.
Só sei que fiquei fungando por mais de uma semana.

Teve muita chuva?
Teveeeeeee!!!
Na sexta-feira, dia da nossa viagem de Jaraguá para Floripa, houve um dilúvio.
Levamos quase 4 horas para fazer um percurso de pouco mais de 200 km.
Daquelas chuvas que, mesmo com o limpador de pára-brisas no máximo, não se enxerga mais que 2 metros à frente.

Mas, os "grandões" - caminhões, ônibus, etc. - vêm nos empurrando.
Vários colchões de água na pista.
Do nada, passava um "grandão" na outra pista e te dava um banho de 3 segundos de cegueira.
Tenso, viu?

Penso ter visto a Arca de Noé passando na outra pista, mas pode ter sido miragem, por esgotamento nervoso. rsrsrs.

Depois, soube que esse dilúvio foi para o Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro.
Os aeroportos ficaram fechados.
Parece que muitos atletas inscritos não puderam ir.
Parece também que até mesmo algumas empresas não puderam participar da feira.


Chegamos a Floripa na sexta-feira e já fomos direto pegar o kit de prova.

Fiquei impressionado com o esvaziamento da prova.
Na Expo, havia pouquíssimas empresas mostrando seus produtos.

A quantidade de atletas para participarem do Long também estava bem reduzida.


Vamos à prova

Com tudo o que ocorreu, tomei uma excelente decisão...

Tenho o maior orgulho de, independentemente de resultados, nunca ter abandonado uma prova.

E olha que já fiz muita merda, no bom sentido.
Tipo, fazer meu primeiro Long sem estar devidamente preparado, sem saber como me hidratar e alimentar em provas longas, terminar me arrastando, em penúltimo lugar (porque houve alguém como eu) e pagar um belo preço, por semanas, para me recuperar.
Não recomendo a ninguém, mas, não é que terminei e me senti orgulhoso?

A decisão foi bastante discutida com a Neuza e minha família.
Principalmente meu irmão Alfredo, editor deste Blog, meu outro irmão José Roberto, minha cunhada Lia, minha irmã Fátima e, claro que muito, com a Neuzita.

Se houvesse uma prova com motivos para eu não completar, seria esta mesma, até porque, tudo tem uma primeira vez.
Logo, desencanei.

Até meu sobrinho e afilhado Júnior me aconselhou a isso.

Prometi a todos (e cumpri) que encararia essa prova como uma bela oportunidade de fazer um "treinão de luxo", mesmo que não o completasse.

Nadar em Jurerê, com a estrutura de segurança da prova.

Depois, caso me sentisse bem, fazer um enorme "passeio" de bike por 90 km, com algumas boas subidas.

Por fim, se ainda tivesse forças, percorrer os 21 km de corrida, que, provavelmente, seria um misto de anda, trota, se hidrata, anda mais um pouco, tenta trotar, e vai indo que uma hora acaba!


No sábado à noite, eu já deitado, meu irmão Alfredo ligou e avisou a Neuza sobre a previsão do tempo:

Mínima de 14ºC e ventos com rajadas de Sul.

Acordamos às 4:00h da matina.
Mesmo sem ter dormido muito e bem, impressionantemente eu estava com um pouco de disposição.

Neuza comentou muitas vezes comigo, durante o período anterior à prova, que eu parecia sem estímulo.

Cheguei à transição, arrumei minhas coisas e a temperatura estava ótima para o horário: 21ºC.
Até então, sem vento.

Deu 6:00h da manhã e fui fazer minhas preces.
Como sempre, pedindo proteção a mim e a todos.


Natação
Minha largada foi exatamente às 6:30h da manhã.

Entrei no mar como me programei, pouco ligando para os demais atletas.

Deixei todos entrarem, ambientei-me à temperatura da água (não gelada, mas fria) e comecei a nadar em ritmo de cruzeiro.

Aos poucos, fui aumentando o ritmo e passando alguns atletas.
No final saí do mar bem contente com a performance, extremamente calma.


Ciclismo
Então, vamos passear de bike por 90 km!

Começou a ventar... e forte!
Ainda bem que acreditei na previsão.
Se houvesse feito a prova com a roda traseira fechada e a dianteira "four stroke", provavelmente estaria aterrissando hoje aqui em Santos.

Pedalava contra o vento a uns 18, 19, 20 km/h... e a favor a uns 40, 42, 44 km/h.

E não fiz força.
Sabia que se fizesse iria quebrar (a não ser nas subidas, que não tem jeito).

Milagrosamente, entreguei a bike com certa vontade de correr um pouco.

Tomei quase uma caramanhola inteira de água, antes de sair pra correr. Detalhe, me alimentei e hidratei o máximo possível durante o pedal.


Corrida
Daí pra frente, minha memória pode falhar. kkk

Acho que foi no final da primeira, de 3 voltas da corrida, que me dei conta de que estava em 5º de cinco na categoria.

Só que, num retorno, vi um atleta pouco à minha frente, com numeral próximo do meu.

Estava me sentindo bem, a ponto de só andar nos postos de hidratação, para poder tomar sem me engasgar um gel, cápsula de sal, etc., além de jogar água gelada na cabeça e no corpo.

Passei esse atleta, mas nem tinha certeza de que era da minha categoria.
Nas outras voltas, nem procurava ver quem era ou não.

Então, o cara que ganhou minha categoria cruzou comigo e disse:

- O fulano tá só um pouquinho na tua frente!

Continuei minha corrida tentando entender.
Que fulano? Que categoria? kkk

Iniciando a última volta, passei um atleta que, esse sim, tinha um numeral que era o meu sequencial.

Cruzei com a Neuza e disse pra ela:

- Acho que tô delirando.
Pelas minhas contas e se eu estiver certo, posso estar em 3º lugar.

Ainda me sentindo bem, acelerei mais um pouco no final (não sem antes travar amizade com uma palmeira, na qual fiz alongamento, a cada volta).

A cada posto de hidratação, agradecia e zoava os staffs, perguntando se tinha uma breja, uma caipirinha que fosse. kkk

Meu pé bobo ficou esperto.

Cheguei e a Neuzita, mais uma vez, fez um vídeo chegando junto.


Resultado
Fui fazer massagem, comer o que entrava etc. e tal.

Fui retirar minha bike e surge a Neuzita, botando pilha, dizendo pra correr porque já estavam fazendo a premiação e eu havia pegado um lugar no pódio!

Não me lembro de ter saído tão rápido de uma transição, com meus materiais.


Se fosse ainda falar detalhadamente sobre tudo o que passei, vivi, presenciei, etc., o post viraria um livro.

Só termino dizendo: Fé e determinação.

Nunca imaginaria ter feito uma prova como essa (para quem não sabe, ganhei essa prova em 2017), depois de ter passado tudo que passei.


Congratulations for all !


3AV
Marco Cyrino



sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

Coisas que não entendo


Sim, estou ficando cada vez mais chato, mais rabugento.

Com certeza é efeito da umidade (uma idade avançada).

Ou, mais provavelmente, um problema de DNA (Data de Nascimento Antiga).

Também pode ser de RG (daqueles sem dígito), o qual renovei recentemente, recebendo finalmente o tal dígito.

Ando rabugento a ponto de publicar estas piadinhas tão antigas quanto eu. rsrsrs.

Após me tornar ainda mais sexy (sexyssagenário), nem eu estou me suportando.
Tem dias que acordo, olho no espelho e digo:

- Caraca, véio ? Tu de novo aqui?


Mas, mantenho certa dose de bom humor.

Portanto, peço encarecidamente (palavreado antigo faz parte do vocabulário) que, em hipótese alguma, levem a sério o que "vem abaixo" (duplo sentido à escolha do leitor).


Coisas (de Triathletas) que não entendo


Indumentária

Por que diabos, em vésperas de competições, numa Pousada ou Hotel, o sujeito acorda, se paramenta como se fosse para a prova e fica o dia inteiro assim?

Vai para o café da manhã com viseira, macaquinho de competição, meias de compressão, tênis de prova zero bala, óculos de prova Oakley (escuros, chovendo ou não)...

Vou almoçar em algum restaurante e encontro outra turma...
Homens e mulheres, todos a milhão... e paramentados.

Vou jantar e... adivinhem!
Mas... Até à noite!?!?!?


Estas observações são um tanto de zoeira, mas, não totalmente.
Explico.
Eu mesmo, ao abrir minha gaveta de camisetas, graças a Deus, só vejo camisetas de provas.
Acho que não tenho mais camisetas convencionais.
Logo, eu as uso em todos os lugares.
Mas, são aquelas camisetas de inscrição e de Finisher e não de competição.


Treinos em vésperas de provas longas

Nos espaços de tempo entre café da manhã, almoço e jantar, vamos (Neuza e eu) providenciar as coisas necessárias para a prova e...

Atletas pra tudo que é lado.
Uns pedalando, outros correndo, alguns (no caso do Ironman em Jurerê - Floripa) saindo de uma natação.

Não vou contestar a questão de manter o corpo em movimento, mas, já ouvi atletas se gabando de terem feito um treino no sábado (pré - Iron) de 60 km de pedal + 15 km de corrida.

Depois, não sabem porque foram mal na prova...


Já caí nessa pilha de treinar às vésperas de uma prova longa, seja Iron ou Long.
Desisti.
Já bastam o cansaço e o stress de viagem, de arrumar tudo.
Atualmente, o máximo que faço é um trotezinho para soltar as pernas, depois de horas dirigindo.
E isso no máximo na quinta-feira.


Knesio decoration

Nesta última competição, o Challenge - Floripa, vi muitos atletas de ambos os sexos (devo estar errado, uma vez que devem existir uns trocentos sexos), usando knesio tapes* pelo corpo todo.

* Para quem não sabe, são aquelas faixas que os bons fisioterapeutas utilizam como complemento de um tratamento complexo, para inibir ou estimular determinado grupo muscular, depois de aplicar determinado tratamento emergencial, com o objetivo de deixar o atleta em condições de participar de uma prova.

Sou adepto dessa terapia, desde que pelas mãos de um bom profissional.

Mas, já vi atletas fazerem cursos de knesio pela Internet e se auto aplicarem, seja lá por que motivo for.

Vai que, de repente, faz parte dos paramentos. (Só acho!)

Ah... Vi uma atleta com essas fitas nos dois braços e nas duas pernas.
Quando foi vestir sua roupa de natação, notei que tinha também nas costas... 
Pensei:

- Tadinha...


Mas, ficam todos bonitos na foto, não há de se negar.


Agora uma dica...

Meus pais me ensinaram... ao entrar num local para se alimentar e sentarem à mesa, as pessoas devem, por respeito, tirar chapéus, bonés, viseiras, etc.

De resto, se quiserem ficar de roupa de borracha, de sapatilhas de pedal etc. (menos de capacete... rsrsrs), não tenho nada a ver com isso.


Só isso.

Não me queiram mal.


3AV
Marco Cyrino


sábado, 10 de novembro de 2018

O dito pelo não dito


Este post é para você.

Você que ainda não tem, digamos, tanta experiência em Triathlon.

Você que está absolutamente empolgado com a quantidade de informações que tem recebido sobre natação em águas abertas, sobre ciclismo indoor e outdoor, sobre corridas, sobre transições, enfim... sobre tudo.

Você que já ouviu ou leu que, em Triathlon...

...se deve nadar assim, ou assado;
...se deve pedalar cru, ou cozido;
...se deve correr torrado, ou frito.


Você tem que dar tempo ao tempo.


Embora eu já tenha levado e/ou acompanhado alguns atletas que, como primeiro objetivo, quiseram (e fizeram) do Ironman sua primeira e última experiência de Triathlon (claro que havendo passado pelo "calvário" dos treinos e provas, durante o período necessário), sou totalmente contra essa forma de encarar o esporte.

Atletas que escolhem esse caminho não ficarão no Triathlon.

As experiências me mostraram isso.

Não galgaram degrau a degrau.
Foram direto do térreo ao centésimo andar, sem escala.
Não construíram o amor necessário para permanecer no Triathlon.

Mas... cada um é cada um.


Voltando ao tema principal...


Na corrida...

Vocês irão ler e ouvir que, por exemplo, se deve correr com uma cadência de 90 passadas por minuto.

Mas, o cara mede 1,90 m, sendo mais de 1,00 m só de pernas.
Se conseguir manter essa cadência com passadas normais (sem diminuir muito a amplitude das passadas), ele vai correr pra baixo de 3 min./km.

Aí, vem o atleta de 1,60m, com pernas de 0,85m.
Mas o bicho está acostumado a correr numa cadência pra lá de 100 passadas por minuto.
Se for correr com uma cadência de 90, o cara vai fazer 7 min./km.


No ciclismo, então...

Já ouvi e li que 90 rpm é o ideal.
Que fulano (o top dos tops) pedalou em Kona com a média de 95 rpm.

Aí, o iniciante se empolga e vai treinar para rodar nesse ritmo.

E, óbvio, existe o oposto.

O atleta que tem a característica de pedalar com um giro maior, mas leu e ouviu que entre 75 e 80 rpm é o ideal para o Triathlon, porque ele vai sair com a FC mais baixa, porque isso e porque aquilo.

E dá-lhe diminuir a cadência da pedalada, para, depois de um bom tempo, ver que só se prejudicou.
Nem evoluiu no tempo do pedal, nem saiu inteiro para a corrida.


Na natação, então...

São tantos os exemplos de como se deve ou não nadar em águas abertas, que daria para fazer um livro.



Quero dizer que EU já cometi todos esses erros.
Ou seriam acertos?
Só testando e sendo bem assessorados é que saberemos.

Existem tantas variáveis, que o leigo ou iniciante só tendem a se confundir.
O que vale para o atleta pró, sem dúvida, não valerá para o amador.
Que dirá para o iniciante?

Dê tempo ao tempo.
Você irá, sim, lendo e ouvindo um monte de coisas legais e outras nem tanto, a respeito de métodos de treinamento, dicas sobre natação, ciclismo, corrida...

Mas, vá aos poucos, devagar.


Você deve ter conhecimento sobre atletas que, com um bom aporte financeiro, investiram alguns milhares de reais em bikes ultramodernas, acessórios de todos os tipos (capacete aero, sapatilhas de titânio, com acabamento aveludado de Kriptonita, roupas de competição que garantiriam uma performance superior às de todos os demais, tênis que correriam por si só, viseiras que impediriam o aquecimento dos neurônios, roupas de natação que os levariam à linha de chegada, sem nem mesmo saber nadar... e por aí vai...) e que se frustraram.


Ainda, é necessário considerar as enormes diferenças entre as faixas etárias.
O que pode servir para o atleta da categoria 25/29 certamente não servirá para os da categoria MV (Muito Velho)... kkkkkk


Minha humilde recomendação:

Muito tempo na água, para saber como nadar melhor.

Muito tempo com a bundinha na bike, para saber como pedalar melhor.

Muitos calos nos dedos dos pés e muito suor derramado, para evoluir na corrida.

E com uma assessoria técnica muito boa, para te orientar sobre tudo.


Digo isso tudo com muita convicção, uma vez que este Blog já deu muitas dicas a respeito de tudo, lembrando que todas foram em relação à MINHA experiência. O que não significa que servirão para todos.

Só dedicando tempo e monitoramento para saber.

Se deu certo para alguém, ÓTIMO !!!

Se não deu, fica O DITO PELO NÃO DITO.


3AV
Marco Cyrino


quinta-feira, 1 de novembro de 2018

Tanto lá, quanto cá...


Texto autoral: Neuza Luciane


Nesta época de eleições, escutei e vi postagens de pessoas, conhecidas ou não, dizendo que gostariam de morar "fora" do Brasil.


Em 1998, tive minha primeira experiência no exterior.
Fomos de férias para Cancun.

A viagem foi ótima, o lugar lindo, as praias belas, porém, habitado por seres humanos que, humanos que são, também erram e acertam.

Conhecemos casas noturnas, shoppings, ilhas, enfim, fizemos alguns passeios e vimos: ruas sujas (muito sujas), brigas em ônibus, pessoas querendo tirar vantagens de sua condição social sobre as pessoas mais humildes, que estavam prestando serviços para os turistas...

Resumindo, muito parecido com outros lugares habitados por seres humanos.


Recentemente, tivemos o privilégio de fazer outra viagem para o exterior, desta vez para uma prova de Triathlon em Samorin, Eslováquia.

Eu, 20 anos mais experiente, resolvi observar o outro lado do "maravilhoso primeiro mundo", a Europa!

Em trânsito, passamos por Londres, Viena e Bratislava.
Além das coisas ótimas que existem lá, também tem: lixo nas calçadas (apesar de haver lixeiras espalhadas por todo lugar), pombas nos terminais de transportes, cachorros abandonados, divisão de classes sociais.

Pelo caminho, pude observar que também tem viadutos "pichados" e "grafitados".

Pegamos um trânsito de fazer inveja à Marginal do Tietê em São Paulo, e não era horário de pico. Disse o motorista que o trânsito, ali onde estávamos, era assim todo dia e toda hora.
Trânsito muito parecido com o nosso, aliás: motorista cortando pela direita (não era mão inglesa), motoqueiros ziguezagueando, motoristas falando ao celular o tempo todo. Não conheço as leis de transito de lá, mas vi muitas imprudências juntas. Fiquei impressionada.

Na volta, pasmem! Nosso vôo atrasou cerca de uma hora!
Mas era em Londres!
Como assim?
Devido ao mau tempo. É sim, tem mau tempo lá também.

Para completar as semelhanças, uma atleta brasileira que estava no nosso grupo teve sua bicicleta de prova furtada no estacionamento do super mercado. A bike não foi recuperada e ela teve que fazer a prova com uma bike emprestada.
Nosssaaaaa! Como isto aconteceu?
Pois é. Aconteceu e acontece também no primeiro mundo.
Ah!!! Mas muito menos do que aqui, irão dizer. Mas aconteceu!


Outros fatores dificultam muito morar fora: o idioma, o custo de vida.
Ah, mas receberei em Euro! Dólar!
Mas, as despesas também são pagas ao preço dessas moedas.

Além desses fatores, existem outros dos quais tenho conhecimento nos noticiários, como: guerras urbanas, desastres naturais, terrorismo, lutas pelo poder... Enfim, tudo o que temos aqui, tem lá fora também.

Mas, não estou aqui para julgar nenhuma pessoa e nem tentar convencer alguém sobre morar fora ou não. Apenas estou colocando meu ponto de vista.

Problemas, todas as pessoas têm. Não serão resolvidos mudando de endereço, mesmo que seja para outro país.

Adorei e adoraria viajar sempre para lugares diferentes, mas somente para passar férias, fazer uma prova, visitar algum conhecido.

As pessoas podem me rotular como conservadora, acomodada, privilegiada por levar uma vida confortável, frutos de mais de 30 anos de trabalho meus e mais de 40 anos de trabalho do Marco, ou até falarem que penso assim porque não fui "convidada" a morar fora, ou algo parecido.

Eu sou assim, brasileira, caseira e conformada com o que Deus reservou para mim. Apenas vivo o que a vida me oferece e, ACIMA de tudo, lá fora eu não teria o bem mais precioso, que está aqui no Brasil e é a minha FAMÍLIA.

Além do que, ainda acho que vale mais a pena lutar para consertar ou apenas melhorar as coisas erradas daqui (cujo efeito será para todos), do que simplesmente "fugir" para outro país.

Sou feliz assim.
Fora do Brasil, só a passeio.


3AV
Marco Cyrino