Confesso que, vendo as
inscrições para Floripa ainda abertas (para o Iron e para o Challenge, embora
para este eu já tenha herdado a inscrição desde o ano passado), me dá uma
vontade desgramada de fazer o Iron.
Já havia decidido... ôps...
havia não... decidi... não fazer o Iron em 2018.
Tenho outros planos... talvez
o 70.3 de Kona, talvez a Ultra Bertioga-Maresias, talvez, talvez e talvez...
Mas, por que a decisão de
não fazer o Iron ano que vem?
Dar uma folga, para o
tempo necessário para cumprir o programa de treinos para esse desafio.
Fiz 4 anos consecutivos
(2009 a 2012), folguei 1 ano, fiz 2014, folguei outro ano e fiz mais 2
consecutivos (2016 e 2017).
Já com mais de 50 anos de
idade, 52 para ser exato, iniciei minha trajetória em Ironmans, mas, tendo que
conciliar tudo com tudo. Família, trabalho, etc. Todos sabem o que é isso.
Hoje, já aposentado do
trabalho, muitos dizem que agora posso fazer tudo e mais um pouco.
E posso sim, mas não
quero.
Muito por força de
compromissos que assumi por querer mesmo. Logo, não vou abandoná-los... até
mesmo porque eles e suas conseqüências não me abandonam.
Mas, vamos ao que
interessa, porque o preâmbulo já se alongou mais do que o devido... rsrsrs.
Vai estrear em uma
distância longa?
Se sim, tenho boas e más
notícias.
Mais boas do que más.
Começando pelas
más (sempre faço essa opção).
Você vai ter
que desenvolver ainda mais (porque todos temos) estas qualidades:
DETERMINAÇÃO:
Firmeza para conseguir o que deseja.
PERSISTÊNCIA:
É não desistir facilmente daquilo que se deseja.
MOTIVAÇÃO:
O que o levou a realizar o desafio.
RESILIÊNCIA:
Capacidade de lidar com problemas, vencê-los e não ceder a pressões em qualquer
situação.
Lidar com, e desenvolver
essas características não é mole.
Aprendi, em muitíssimas
situações, a estabelecer objetivos pequenos dentro do objetivo maior.
Tipo, num treino de 30 e
poucos kms de corrida, com dores (normal), sem hidratação e alimentação
adequadas (não é normal, mas acontece muito), estabelecer que iria apenas até o
próximo km.
Então caminhei, pensei
(correndo não dava pra pensar), me alimentei e hidratei, sentei, alonguei,
levantei, hidratei novamente, me alimentei novamente, alonguei novamente,
caminhei, trotei e... terminei o treino.
Não foi no ritmo que
imaginava? Claro que não.
Mas, se não fizesse isso
não completaria o treino. E assim é em tudo. Dar um passo atrás, quando
erramos, para depois dar 2 para frente.
Conselho: Nunca, mas nunca mesmo, chegue perto de
extremos... ao limite...
Se você achou que estas
más notícias não foram tão más assim, parabéns, porque as boas serão então
melhores.
Primeiramente, vou falar
que quem diz que você tem de treinar até morrer (modo de falar) está
completamente equivocado e colocando você em risco desnecessário.
Se você vai fazer seu
primeiro Long Distance ou Ironman e, se não é o Top de Linha e, ainda, se
quiser completar essas provas saudavelmente, dentro do seu melhor tempo
(levando em consideração o que pode ser feito, pois você tem uma vida), esqueça
aqueles treinos com os Tops que "irão te levar a outro patamar".
Nadar para 1m10s/100m, pedalar para 40 km/h, correr para 4:00 min/km.
Respeite seus
limites e seu corpo.
Vou dizer uma frase que
parece tosca:
- "Saúde não tem preço".
Phodam-se as redes
sociais.
Temos que desenvolver, sim,
Determinação, Resiliência, Persistência e Motivação.
Mas sempre dentro dos
limites.
Sempre digo que menos é
mais.
Mas, pra bom entendedor,
menos é mais quando o mais é menos. Se é que me entendem.
Em provas, dou o meu
melhor, mesmo sabendo que não sou o melhor.
Já, nos treinos, e o
Silvão sabe disso... erro muito. E não tenho vergonha de dizer isso a quem
interessa: a êle (Silvão) e minha família, que me acompanham sempre.
Se preciso descansar, não
me envergonho e falo.
Se aconteceu algo
inesperado que me afetou psicologicamente ou de outra forma, idem.
Agora, se nada aconteceu,
e ainda assim não me sinto bem... idem de novo.
É punk treinar.
E concordo que treinos
difíceis tornam a prova fácil.
Mas nem tanto ao céu nem
tanto à terra.
Hoje, opto por fazer
treinos longos solitários.
Porque vou no meu ritmo e
não no ritmo dos outros.
E isso exige cabeça.
Ah... 4.000m em piscina de
25 m, sozinho.
200 km de pedal no Riacho
Grande, sozinho.
35 km de corrida... sozinho.
Vamos errar bagarayo
nesses treinos. Mas é pra isso que eles servem. Inclusive erros primários.
Só a prática nos traz o
mais perto possível da perfeição.
A gente desenvolve métodos
para isso.
Este é mais um daqueles
posts que provavelmente será útil para uma pequena parcela de Triathletas, quem
sabe os iniciantes em maiores distâncias.
Mas, talvez, e apenas
talvez, seja útil para muitas pessoas e em qualquer área da vida delas.
ALOHA !!!
3AV
Marco Cyrino