Inauguração da temporada de provas.
Tentando fazer tudo da melhor forma possível...
Fiz testes de VO2 máximo, de
pisada, FMS, bioimpedância... checkup clínico geral, exames completos de
sangue... planejamento detalhado com o coach...
Bom, me esforçando e tendo
certeza de que esses investimentos são as melhores coisas que faço e que todos
deveriam fazer, desde que, claro, tenham condições.
A questão "condições"
é muito relativa, se levarmos em consideração que alguns atletas preferem
gastar alguns milhares de Reais em aquisições como equipamentos (bikes, rodas,
tênis, macaquinhos), bem como suplementos indicados por colegas, sem orientação
médica, e muitos outros etecéteras, a investir no mais fundamental que é a sua
saúde (em primeiro lugar) e no seu treinamento de forma adequada, com um bom
coach.
Dando nome aos profissionais
(pensaram que iria dar nome aos bois, né?...kkk) que recomendo por, apenas e
tão somente, suas competências:
Silvão: Grande coach (SMAERUN) e amigo.
Lucas: Grande médico especializado em medicina
desportiva.
Atef: Grande fisioterapeuta quiropraxista.
Pandelo: Grande atleta, grande vencedor na vida e agora
grande empresário de um Centro de Alta Performance em Santos.
Se alguém quiser seus
contatos, me avise. Mas são muito fáceis de encontrar nas redes sociais.
De minha parte, se isso não
me ajudar em resultados e performances, ainda assim vou saber que atingi meu
objetivo maior, que são a longevidade no esporte e a prevenção de problemas
mais sérios do que aqueles que já desenvolvemos durante esta encarnação.
Confraternizando...
Na véspera da prova, como
quase sempre, dormi como um bebê.
Dormia 20 minutos e acordava
chorando....kkkkk. Brincadeiras à parte, não dormi quase nada, mas descansei
bastante no sábado.
Cheguei à transição por
volta das 6:40h e me esbaldei de conversar, rir, encontrar velhos e novos
conhecidos e amigos...
Enfim, amo essa prova porque
é uma das raras oportunidades de fazer isso. E o astral é sempre o melhor
possível.
Na minha categoria então, onde,
apesar de competitivos, priorizamos essa confraternização, pô... não tem $$$
que pague.
A gente encontra tanta gente
boa lá, que se for começar a citar nomes, certamente faltarão muitos.
Largada e natação
O tempo voa. Quando a gente
se dá conta, já estamos meio atrasados... colocar roupa de borracha... acabar de arrumar as tranqueiras de prova e
correr para a praia para dar uma aquecida no mar.
Logo no aquecimento, percebi
o quanto a maré estava baixa. No local da prova, isso significa correr dentro da
água por mais de 50m... diria bem mais... antes de começar a nadar. Isso faz
com que a FC suba muito. E não gosto de começar a nadar com a FC muito elevada.
Demora pra pegar ritmo de natação.
Ainda dentro d'água e
analisando correnteza, temperatura (estava maravilhosa, bem mais fresca do que
imaginava, ideal para competir)... vimos a largada dos profissionais.
Caraca! Tem que dar valor...
não tem tempo ruim pra eles... maré baixa, corrida dentro d'água, distância... atropelam
tudo. É bonito de ver.
Entre a largada deles,
profissionais, e a minha (que seria a primeira dos amadores) havia um delay de
20 minutos.
Voltei a me concentrar e
cheguei à conclusão de que, para fazer uma boa natação, eu teria que entrar no
mar e ultrapassar a parte rasa bem progressivamente, sem excessos.
Chegou perto da hora da
largada e, como sempre, me retirei um pouco, fiz minha oração pedindo apenas
proteção ao meu Anjo da Guarda e aos de todos os competidores.
Fui para a frente da linha
de largada, para perder o menor tempo possível, já que iria adentrar no mar sem
subir muito minha FC. E não iria atrapalhar ninguém, porque, ao som da buzina
de largada, sempre corro lateralmente, para sair do bololô.
Ah...SQN.... soou a buzina e...
nego, branco, moreno, albino, amarelo, vermelho, enfim.... todos saem como se
estivesse estourando a guerra mundial... e o trouxa aqui vai ficando pra
trás...
Entramos no mar pulando as 7
ondas e mais 7 e mais 7 e mais 7... e, quando vi, tava no meio do pelotão e
empolgado que estava, comecei a mergulhar golfinhando... e... ÔBA... VAMOS PRA
FRENTE QUE ATRÁS VEM GENTE...
Comecei a nadar no pelotão
da frente...UHUUUUU !!!
Com menos de 100m já estava
sem ritmo... sei que posso fazer melhor, mas preciso treinar isso.
Resultado: fiz uma das
piores natações da minha vida, para essa prova.
É realmente punk conseguir baixar
a FC na natação, durante uma prova.
Até consegui encaixar um
ritmo melhor depois, mas já havia comprometido essa parte da prova.
E vejam... a culpa é unicamente
minha.
Se publico este tipo de
coisa, o objetivo é alertar, aconselhar, etc., aliás como é o objetivo deste
Blog. Passar minhas experiências, tanto as boas quanto as más.
Saí da água com um tempo
baixo para a prova... uns 24min... Só que tinha bem menos água do que nas provas
anteriores.
Ao chegar à transição, já
percebi o tamanho do prejuízo, pois havia pouquíssimas bikes, na zona da minha
faixa etária.
Ciclismo
Fiz uma transição bem rápida
e saí pro pedal.
Decidi fazer o melhor pedal
possível, para sair para correr inteiro.
Então comecei bem cauteloso.
Como os cavaletes da minha
faixa etária ficam bem no final da transição, muito próximos da saída das
bikes, prefiro deixar as sapatilhas fora dos pedais e já sair com elas
calçadas. Penso que ganho tempo, pois correr uma pequena distância apenas, com
elas calçadas, compensa a perda de tempo de calçá-las estando elas presas aos
pedais e já pedalando.
Caso meu cavalete estivesse
(como já esteve em muitas provas) longe da faixa de monte da bike, deixá-las-ia (Português Temeriano) já presas aos
pedais, para correr descalço dentro da transição.
Tenderam? Se não, deixa pra
lá.
Percurso ótimo. Aliás,
excelente. Exceto pelos trilhos da Av. Conselheiro Nébias (do VLT), que
deixaram muitos atletas sem suas garrafas de hidratação / alimentação.
Fiz a parte do percurso
interno (dentro da cidade) bem cauteloso, mas fui me monitorando, me hidratando
e botando um ritmo bom.
Quando vi, estava com uma
média muito boa para o meu propósito.
Até fiquei me questionando
se, como na natação, não estava me empolgando muito...
Que nada... estava me
sentindo bem confortável.
Já na R. João Pessoa,
passando os trilhos do bonde, foi minha garrafa do Torpedo que voou.
Falei... mas nem fud... que
vou ficar sem ela. Meu carbo do pedal estava nela. Melhor perder 1 minuto pra
recuperá-la, do que comprometer o resto da prova sem carbo.
E, também neste caso, a
culpa foi minha... não percebi que, ao passar pelos trilhos da Conselheiro
Nébias, a garrafa tinha já ficado praticamente solta no Torpedo.
Mas, beleza... abraços e
agradecimentos ao agente da CET que gentilmente catou minha caramanhola do chão,
enquanto eu estacionava minha bike, e deu um pique de uns 100m, com direito a
record mundial não homologado pela FIA. Tadinho do Bolt se competisse com esse
cara.
Pode isso, Arnaldo???
Bom, pelo Regulamento, eu
não posso ter nenhuma ajuda externa. Pois que me desclassifiquem e ainda serei
grato ao agente da CET pela sua intervenção. Poderia ter ficado mais um tempo
ali, perguntando seu nome, seu número de registro e tal... mas, para quê? Iria
esquecer mesmo... rsrsrs
Entrei na Via Anchieta e
pá... velocidade ótima para mim... na ida 37, 38... e sozinho.
Vários atletas que largaram
depois foram me ultrapassando.
Mas também fui ultrapassando
muitos que largaram junto comigo e nadaram melhor.
Pelotinhos
No retorno, comecei a ver os
pelotões vindo, ainda na pista de ida.
Na metade da volta, comecei
a ser ultrapassado por alguns.
Logo, o Fernando Rocha me
ultrapassa com um bando de uns 10 atletas na roda dele. O cara fazendo a maior
força e o pessoal só de roda.
E olha que na volta minha
velocidade continuava boa. Na faixa de 38 até 39 km/h.
Dei um "tiro" e
emparelhei com o Fernando.
Daí, vem a moto da
fiscalização e viram todos uns anjinhos.
Nego pega caramanhola, se
distancia apenas uns 4 metros, começa a beber como se estivesse passeando... outros
começam a nos ultrapassar como se houvessem chegado ao pelotinho exatamente
naquele momento.
Chega a ser engraçado.
Quanto a moto foi (sem
penalizar ninguém), olhei pra trás pra ver quem ainda estava de roda e o atleta
que estava logo atrás de mim ainda gritou: Fica tranquilo... tá limpo.
O cara pensou que eu estivesse
vendo se vinha fiscalização... É mole???
kkkkk
Fernando pedalou pra
carai... pagou o preço na corrida. Mas eu sei da história dele. Fez a prova de supetão.
Nem estava treinado e mandou
muito bem no pedal.
Para poder continuar fazendo
um pedal de modo a tentar correr bem; larguei o Fernando e o pelotinho que
voltou a se acumular... e entrei na cidade.
Pensando no resto da prova,
me empenhei em me hidratar bem, terminar a caramanhola de carbo e botar um
pouco mais de giro do que de força no pedal.
Cheguei de volta na
transição e me surpreendi com meu estado, pois me sentia bem. Bem cansado... kkkk
Brincadeira. Estava bem
mesmo.
Corrida
Sabia que seria difícil
pegar uma boa colocação, tipo pódio, por uma série de coisas.
Nem mesmo sabia se
conseguiria manter uma corrida consistente pelos 10 km.
Mas também percebi que o
maior adversário para um bom resultado seria a qualidade dos atletas da minha
categoria. Mesmo eu estando saindo dela neste ano, isso não é pretexto. É meramente
o contexto.
Mas vi que poderia
simplesmente continuar dando meu melhor, sem cometer mais erros.
Saí para correr, vendo que,
pelo meu cronômetro, poderia fazer meu melhor tempo até hoje para essa prova.
Mas teria que ter cabeça e
não querer ganhar a qualquer custo uma ou outra colocação.
Fui fazendo um boa corrida,
na média de 5:00 min/km de pace.
Sabia que estava fazendo
bastante força para manter isso, mas também sabia que tinha "motor"
para manter.
O percurso foi ligeiramente
alterado, o que fez com que a corrida tivesse praticamente a distância dos 10 km.
Creio eu (não corro essa
prova com Garmin) que em outros anos a corrida tivesse um pouco menos e, talvez
até por isso, ano passado corri em 49 min. e pouco.
Neste ano a primeira perna
foi reduzida em aproximadamente 400 m, mas a segunda perna foi aumentada em uns
600 m. Logo, penso eu, o percurso ficou mais correto.
Fechei a prova com meu
record pessoal: 2h28m07s e em 7º lugar na categoria.
Ocorrência triste
A nota triste ficou por
conta de um incidente envolvendo o Triathleta profissional Edivânio Monteiro,
que sofreu um assalto absurdo em plena competição.
Um meliante armado o
derrubou da bike, na Via Anchieta, num lugar já conhecido por sua
periculosidade, causando várias escoriações e lesões, e ainda o agredindo e
roubando seu ganha-pão, ou seja, sua bike.
Algumas mídias já se
fartaram de colocar informações "bombásticas", como fratura exposta
do fêmur, falta de segurança da organização, etc.
Não tenho comprometimento
com nada e ninguém para defender, acusar, julgar.
Apenas penso que, antes de
sair publicando coisas sem saber ou ter melhores e mais concretas informações,
deve-se aguardar e correr atrás das verdades.
Num primeiro momento fiquei,
como todos, estupefato pelo acontecimento.
Depois começa a cair um
pouco mais a ficha.
A organização, seja ela de
qual prova for, ao que me consta, paga as taxas (que, imagino, não devem ser
baratas) para as entidades Municipais, Estaduais e até Federais, conforme o
caso, para ter a segurança necessária à prova.
O problema que houve,
infelizmente, é decorrência de uma política de segurança pública falida.
Não somente aqui em Santos.
Mas em São Vicente, Cubatão, Praia Grande, Itanhaém, Peruíbe, São Paulo – SP –
MG – PR – RS – PE – AM – AC – BR, enfim...
A boa notícia é que os
ferimentos não foram tão graves como chegaram a divulgar.
O atleta está em recuperação,
com muitas escoriações, nenhuma fratura, vários pontos na região da bacia... Lamentável.
Torcendo para que se faça
justiça, não por ele ser atleta ou Triathleta e por estar participando dessa
prova, mas sim para que se faça justiça por um ser humano atacado por bandidos
que hoje mandam nas cidades, estados e até na federação.
Contente e triste.
Aloha!
3AV
Marco Cyrino