terça-feira, 27 de setembro de 2016

O preço da ignorância


Quem me conhece há muito tempo sabe que nunca fui afeito a aparatos demasiadamente tecnológicos, embora reconheça o valor deles.

No futebol não há muito que dizer, pois qualquer tênis, calção, camiseta serviam. Isso quando necessário, porque na praia era apenas com calção mesmo.

No surf, até hoje, minha 6’0” não é da linhagem internacional, embora seja de uma marca de renome.
Isso hoje, porque na maior parte da minha vida foram pranchas de 2ª, 3ª, 4ª mãos.

No Triathlon, comecei correndo descalço (vejam as fotos aqui), bike emprestada (fotos abaixo), capacete de doce (de plástico, um mero enfeite), sunga e camiseta.

Bike emprestada, com seu legítimo dono, Felipe Cidral – Kokimbos

Bike emprestada, com rodas atuais, de competição. 
Na época eram rodas normais.



Para ficar apenas no Triathlon...

Aos poucos fui evoluindo.
Comprei minhas primeiras bikes para o esporte, de 2ª mão também (fotos abaixo).






Comprei meus primeiros tênis para correr (valeu aí, Edney Batista... deixei de ser chamado de "pé-de-pedra").
Usei pela primeira vez um Top com sunga para Triathlon.

Um capacete bom, no quesito segurança.
Penei para me convencer e me adaptar a utilizar sapatilhas na bike.

Penei também a me adaptar aos selins, relógios, posição aero, etc.

Até que me adeqüei às roupas e demais equipamentos e acessórios que auxiliam no esporte.

Confesso que usei muita coisa sem nenhuma comprovação científica, muito mais por influência do que por convicção.

Ah... tenho a bike que queria (Cervélo P3) comprada zerada (foto abaixo).


Apanhei muito com os tênis, até chegar ao(s) modelo(s) mais apropriados ao meu perfil e necessidades. Por incrível que pareça, são aqueles com nem tanta tecnologia, como amortecimentos enormes.

Apanhei com selins competitivos, que não me permitiam pedalar com o mínimo de conforto por 40 km, quanto mais por 180 km. E me achei no Specialized Sitero (fotos abaixo)




Usei capacete aero que quase me fritou o cérebro por falta de ventilação e devo ter ganho 1 (um) segundo numa prova olímpica, saindo pra correr com os miolos fervendo.

Investi em aparelhos GPS para bike, que me faziam perder o foco do treino, querendo monitorar altimetria entre outras coisas, além de me deixar puto toda vez que tinha de baixar atualizações, toda vez que perdia o sinal e toda vez que eu fazia merda querendo mexer no danado.

Usei polainas e meias de compressão, até perceber que, no meu caso, só perdia tempo e dinheiro.

Fiquei tentado a investir num Power Meter (Medidor de Potência), mas desisti.


Hoje em dia, apenas para falar o básico, faço o seguinte...

- Uso uma excelente bike, depois de penar com bikes bonitas que não eram ou estavam adequadas a mim.

- Uso ótimos tênis, de preços acessíveis, após ter tido muitos problemas com tênis errados para a minha pisada e para a minha fisiologia de corrida. Agradeço pela assessoria do Rodrigo Roehniss, que me mostrou o caminho correto.

- Uso um ótimo selim, novamente para o meu caso. Grande dica do Fernando Rocha.

- Voltei ao bom e velho velocímetro de bike, no meu caso Cateye.

- Uso GPS sim. Mas só para treinar corrida. O velho Garmin Forerunner 310xt, do qual já troquei duas vezes a pulseira... por pulseiras de camelô.

- Uso sim roupas apropriadas, tipo macacão, ou bermuda com compressão adequada, viseiras, óculos, etc.

- Ainda penso no Power Meter porque sei exatamente sua eficácia. O problema aí é comigo.

- Sapatilhas boas... confortáveis e de fácil calçamento.

- Invisto em local adequado de treinamento, sem que os fatores primordiais sejam a distância e/ou o preço, mas sim a qualidade.

- Invisto em fisioterapeuta confiável, para dizer o mínimo.

- Invisto em fits (bike fit, principalmente).

- Invisto em check-ups e consultas clínicas e médicas necessárias.

- E, por último, invisto em coachs (Silvão e André – Triathlon e musculação, respectivamente) nos quais eu possa depositar toda a confiança.


Evito divulgar mais marcas. (Bom... a não ser que role um patrô... kkkkkkk)

Recomendo que não sigam pelo caminho da moda ou do poder aquisitivo.
Como em tudo na vida, recomendo que pensem, avaliem, aceitem sim sugestões, questionem e testem essas sugestões e sejam felizes e saudáveis.

Errei e vou errar muito. Hoje menos que ontem. Muito por ignorância, algumas vezes por soberba. Não caiam nesse erro.


3AV
Marco Cyrino


7 comentários:

  1. É isso aí, menos é mais! Simplificando a vida fica mais fácil. Tô no mesmo caminho. E obrigado pela bike hein! Não troco minha P3 old school que gentilmente amaciada e deixada no ponto!!

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  2. Vivendo e aprendendo. Quanto a tua bike, amaciei ela com muito carinho...kkk.

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  3. A tecnologia é bacana e importante para se criar um banco de dados para ser acessado em caso de necessidade.
    Infelizmente a maioria dos atletas nao percebem isso é só usam para redes sociais.
    Ufa, eu vi meu none ali. Thanks, tio.
    Treinador precisa se adaptar às situações. Se o atleta não se sente confortável com alguns equipamentos, é meu dever criar as estratégias com o wue a gente tem disponível.
    Nas um bom programa de testes pré temporada pra gente ter as informações detalhadas é sempre importante (ergoespirometria direta, testes de esforce, etc).
    Eu gosto de tecnologias, mas nunca me permiti me tornar refém delas.
    E a moda está muito ligada ao triathlon.
    Quer um exemplo, inclusive entre os profissionais?
    Com os ventos laterais fortes que acontecem no Hawaii, as rodas mais indicadas com menor arrasto lateral seriam as de perfil baixo, como as Ksyrium com cubis de ceramica.
    Mas os caras precisam sair bonitos nas fotos e usam rodas de carbono e perfil alto, que são moles, torcem e tem um "drag" absurdo no vento lateral.
    Fazer o que, né?
    Ser simples é o que há de melhor na vida.
    Tamujuntuuu...

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  4. A tecnologia é bacana e importante para se criar um banco de dados para ser acessado em caso de necessidade.
    Infelizmente a maioria dos atletas nao percebem isso é só usam para redes sociais.
    Ufa, eu vi meu none ali. Thanks, tio.
    Treinador precisa se adaptar às situações. Se o atleta não se sente confortável com alguns equipamentos, é meu dever criar as estratégias com o wue a gente tem disponível.
    Nas um bom programa de testes pré temporada pra gente ter as informações detalhadas é sempre importante (ergoespirometria direta, testes de esforce, etc).
    Eu gosto de tecnologias, mas nunca me permiti me tornar refém delas.
    E a moda está muito ligada ao triathlon.
    Quer um exemplo, inclusive entre os profissionais?
    Com os ventos laterais fortes que acontecem no Hawaii, as rodas mais indicadas com menor arrasto lateral seriam as de perfil baixo, como as Ksyrium com cubis de ceramica.
    Mas os caras precisam sair bonitos nas fotos e usam rodas de carbono e perfil alto, que são moles, torcem e tem um "drag" absurdo no vento lateral.
    Fazer o que, né?
    Ser simples é o que há de melhor na vida.
    Tamujuntuuu...

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    Respostas
    1. Concordo inclusive com relação às rodas. Assumi no post que às vezes nos deixamos levar por influências diversas que não são as corretas. E temos que reconhecer que muita coisa tecnológica, se usada com critério, é extremamente útil. Pena que ainda sou das cavernas....kkkk

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