terça-feira, 13 de setembro de 2016

A percepção do tempo



Quando eu era criança, menino, adolescente, o tempo compreendido entre um Natal e outro, na minha percepção, era uma eternidade.
Assim também com outras datas e períodos legais, como férias escolares e férias do trabalho, apenas para citar dois eventos.

Levei uns 25 anos para chegar aos 18 e finalmente passar a ser "dimaió".
Num guentava mais ser "dimenó".

Os finais de semana tinham uns 15 dias entre um e outro.

Os anos vão passando e parece que a nossa percepção do tempo vai mudando.
Os dias começam e acabam em pouquíssimas horas.
As semanas voam.
Os meses se atropelam para ver qual chega primeiro.
E os anos ?
Ah... esses fiudiumamãe começam a juntar os meses dos impostos com os meses dos impostos.
Janeiro começa a ficar junto com o janeiro do próximo ano, e assim sucessivamente.
Não dá nem tempo de nos acostumarmos a preencher qualquer formulário que contenha data. Quando vamos escrever 2015, já é 2016.
Quando vamos escrever janeiro já é maio.
Não à toa vivemos perguntando:
- Quidiéoji ???

Efeito de nossa idade.
Será ?

Na minha infância e adolescência, as férias escolares de 30 dias demoravam apenas uns 15.
Uma partida de futebol tinha apenas 45 minutos.
Uma sessão de surf muito bem feita tinha apenas 1 hora, embora as pessoas que usavam relógios dissessem que fiquei entre 3 a 4 horas dentro d'água.
Minhas férias de trabalho não tinham 30 dias. Não tinham mesmo.
Isso não era problema de percepção e sim de necessidade. Sempre tiveram 20 dias que se transformavam em 10, no máximo.
Os finais de semana começavam na sexta-feira à noite e terminavam 24 horas depois, com o sábado e domingo tendo 12 horas cada.

Logo, na minha avaliação, a idade tem sim um certo peso em nossa percepção de tempo. Mas, a maneira como ele é usado pesa mais.

Quem já fez um ou mais Ironmans vai concordar que, seja qual for nossa idade, depois de uma temporada de treinos longos essa percepção vai embora.
Após um Ironman, quando nosso coach diz para fazermos, digamos, 15 km de corrida ou 70 km de pedal ou 2.500 m de natação, qual é o nosso pensamento?
- "Sóóóóóóóó ?????"

Outra coisa que muda essa percepção são os perrengues que enfrentamos em diversas situações.
Por exemplo, nadar em água muito gelada, pedalar com vento contra, correr com algum incômodo, mesmo em provas.
O tempo que levamos para completar o percurso parece dobrar, embora provavelmente ocorra realmente um aumento talvez até significativo.

Contrariamente, ainda hoje, ao participarmos de algum evento que estejamos curtindo, sejam finais de semana com a família ou amigos, surf em boas condições (para quem gosta), bater uma bolinha, treinar adequadamente, enfim, uma porrada de situações, o que percebemos?
Isso mesmo.... que o tempo voou.

Um exemplo que inclui as duas situações é uma lesão.
Qual a nossa percepção sobre o tempo que levou para que nos lesionássemos?
Um pentelhésimo de segundo, né? Embora provavelmente nosso corpo já estivesse enviando avisos já há tempos.
Quanto tempo irá levar para curarmos essa mesma lesão?
15 dias... 30 dias.... 60, 90.
Ah.... mas a sensação que teremos é de que será no mínimo um ano.

Portanto, caro amigo e amiga, caro colega e cara colega, caro brother e cara sister (pensaram que ia escrever brothar né?), caro presidente e cara presidente, mesmo correndo o risco de cair em velhos e surrados chavões, não esqueçamos de algumas coisas:

- O tempo é único.
- O tempo que foi não volta. É realmente passado.
- O tempo que virá ainda não veio. É futuro.
- O tempo presente é, como a própria expressão, um presente.

Façamos dele o máximo possível para que ele passe rápido, pois será sinal de que estaremos fazendo aquilo que nos dá prazer.
E, tomara que naquilo que nos dê prazer se incluam:

- nos esforçarmos para nunca fazer o mal...
- nos esforçarmos para sempre fazer o bem...

a nós mesmos e ao próximo, mesmo que ele não seja tão próximo.


Aloha & good vibrations!

3AV
Marco Cyrino


2 comentários:

  1. Boa Marcão...excelente analogia...penso exatamente igual !
    E já que tu não surfa mais, não sabe o tempo que tá "perdendo" kkk

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    1. Sei sim, Cláudio. Mas, como mencionado no texto, o tempo tem passado muito rápido para mim. Sinal de que devo estar fazendo coisas que gosto...rsrs.

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