Sei lá de onde me surgiram as lembranças, mas, já
que surgiram, vamos que vamos.
Depois de já ter abandonado o futebol devido a lesões
sérias e ter ficado somente no surf (apenas porque, para quem surfa sabe a
dificuldade que é contar apenas com esse esporte, tendo que trabalhar em
horário comercial e rezar para haver ondas no final de semana) falei de eu pra
mim:
- Vou ter que fazer algo
mais.
Mim respondeu pra eu:
- Máiquipôrraturáifazê?
Eu pra mim:
- Rônadá. Aprendê essa
bagaça.
Nadar,
nadar
Esclarecimentos...
Até então, eu nadava. Mas
nadava muito. Com a cabeça pra fora e respirando para os dois lados. Um primor.
Um verdadeiro campeão olímpico de nonsense.
Minha natação era baseada
nas travessias que fazíamos (meu irmão Alfredo – ele mesmo, o Editor) até a
casa do chapéu (que na época era o Pirulito). Ele já com muita técnica (coisa
que comprovei há não tanto tempo atrás) e eu na raça.
E era baseada também em anos
e anos de surf sem cordinha, perdendo a prancha atrás da arrebentação e saindo
do mar na base do salve-se quem puder.
Bom... entrei na natação.
Acho que qualquer um que
comece a nadar com a minha idade, sem nunca ter caído na água, em um ou dois
anos vai nadar melhor que eu.
Isto porque "desaprender"
vícios é uma dureza, viu ?
E bate perna daqui, bate
perna de lá, faz educativo daqui e faz de lá, faz tiros daqui e de lá e... conclusão...
Era um Neanderthal.
Melhorei, confesso... mas,
daí a ser nadador vai uma diferença absurda. Eu me viro bem. E olhe lá...
Iniciando
em Biathlon e Triathlon
Mineiro, Baltazar e outros
amigos me incentivaram a fazer um Biathlon.
Vou avisando que a narrativa
será abreviada por alguns motivos.
Primeiro, não tenho
autorização (como se necessário fosse) para mencionar os personagens.
Segundo, se mencionar tudo
que vi e vivi com esses personagens, aí sim vou precisar de autorização... kkk
Fiz. Gato de Rua. Em São
Vicente. Gonzaguinha.
A absurda distância de 500 m
de água + 3 km de corrida.
Sobrevivi.
Exausto e feliz.
Com sunga, algo no tórax
(não sei se era camiseta) e descalço.
O Neanderthal evoluiu e, de
repente, fui para o primeiro Triathlon.
Um short do TB, que fiz de
sunga, MTB e... descalço.
No final da prova, todo
mundo comendo frutas, tomando isotônico, e eu procurando a Neuza, doido pra
sair dalí.
Nessa época, treinava 1000 m
de natação, corria que nem louco, sem saber pra onde nem porque, e pedalava
numa bike absolutamente comum (sem marchas, tipo Barra Forte), dando tiros da
faculdade (FEFIS) para casa e vice-versa.
Treinos
em estrada - cara e coragem
Ouvia falar que havia um
pessoal que treinava em estradas.
Nem me imaginava fazendo
isso, até que comecei a fazer... 5:30h da matina, no posto da Ana Costa x
Glicério... pegar a Anchieta e ir até sei lá onde.
Primeiros treinos, saíamos
com um pelote considerável.
Nem tínhamos ainda saído da
cidade, e já estavam sobrando... Cléber Celino, Rubão, mais alguém e eu.
E estávamos nos
achando...kkk
Um dia, maior vento noroeste
(acho que só quem é daqui sabe)... Rubão, Cléber e eu na Anchieta... furou o
pneu do Cléber.
Alguém levava câmaras?
Ferramentas? Algo?
Isto no eczistia!
Aí, pára o Barba (ciclista
das antigas) e, do nada, nos dá um help.
Pô... a roda do Cléber era presa
por parafusos...sem engate rápido... hahaha!!!
Precisava de chave de rodas
de carro, para desengatar.
O Barba é um MacGyver. Fez
um remendo sem tirar a roda e fomos embora.
O Cléber é um Meganeanderthal.
Mas ele é Mega não só por
isso.
Com o tempo, continuamos a
treinar e, até por ser forte pra caramba, o cara só usa uma relação.
Pode ser subida, descida,
plano... a bike tem 20 relações... ele coloca sempre na mais pesada e vai... mas
vai mesmo.
E a cunhamanhola??? (é assim
que ele chama... claro que é sacanagem)... Ele chegava com a bike em casa e, do
jeito que ela estava, ficava... até o próximo treino.
A caramanhola ficava verde
de musgo. E se vacilar nem a água ele trocava...kkkkkkk
Trisubmarino
Numa prova, acho que do
Santa Cecília, no inverno... estava cansado de ver Triathletas nadarem com
roupa de borracha.
Falei... tô nessa...eles vão
ver.
Cheguei com meu neoprene de
surf, vesti e fui...
O “trisubmarino” quase não
sai do mar...hahaha... mas não passei frio.
Pra quem não sabe, a funcionalidade
da roupa de surf é oposta à da roupa de natação, embora sejam feitas de
materiais parecidos.
Jogar
sinuca
Quando me lesionei
seriamente no futebol, tive um rompimento quase total do tendão de Aquiles.
Meu grande amigo, ex-sócio e
guru profissional, Waldir, me levou ao então top da medicina.
Era o responsável pelo SFC,
que me disse na bucha:
- Amanhã vou te operar e
depois você vai ser um ótimo esportista. Vai poder jogar sinuca, porrinha,
tomar cerveja, jogar dominó e baralho.
Saí da sala dele numa perna
só e nunca mais voltei.
E me curei (curei ???) em “apenas”
um ano e meio, caminhando (depois que consegui colocar o pé no chão), andando
por dentro do mar e fazendo outras coisas da minha cabeça (neanderpaciente).
Mais recentemente,
encontrei-o na praia e fiz questão de falar-lhe:
- Obrigado...tô bem, jogando
baralho, dominó e sinuca. E também indo para meu sexto Ironman.
Acho que ele não entendeu
pôrra nenhuma...rsrsrs.
Provavelmente, nem se lembra
de mim.
Pé de
pedra
Voltei a correr descalço.
Um dia, depois de um Triathlon,
cheguei em casa e andava pela sala ouvindo um “risc...risc...risc...”.
- Neuza, tá ouvindo?
- Tô. Que é isso?
- Sei lá. Vou tomar banho.
Entrei no box e, esfrega
daqui e dalí, passei a mão no calcanhar.
Caraca! Tinha um caco de
vidro de carro, espetado.
E eu não sentia nada. O bicho
estava ali e eu nem aí.
Me chamavam de
“Pé-de-pedra”... de “Sirizeiro”.
Sirizeiro é um cara
folclórico.
Vendia ou vende caranguejos
na estrada.
E fez várias provas de Triathlon
correndo descalço.
Talvez, um dia, quem sabe, esmiúce mais essas
histórias.
Por enquanto só quero dizer que é bom ter
histórias.
Principalmente quando elas não são pesadas e nos
fazem dar umas boas risadas ao relembrá-las.
PQP... Já sei de onde me vieram as lembranças...
Estava simplesmente fazendo um retrospecto e me
peguei rindo muito....
3AV
Marco Cyrino
Quando cheguei no médico para ele é olhar o calcanhar ele me disse "tá de jejum? Eu, "não....".
ResponderExcluir"Então, tá! Vou te internar agora é as 14:00 a gente opera".....
Oi?
"Rompeu. Vamos ter que fazer outro. Ou você quer andar arrastando ele por aí?"
Bom, as 16:00 eu já estava com um tendão novo....
Cara, ele era do SFC!!!
Será que foi o mesmo?????
De qualquer jeito, tú foi doido, viu! Tudo bem que a história mostrou que vc fez o certo, mas naquele momento não dava para saber, né?
Caraca.....
Vagnão, acho que não fiz o certo não. Acho que o certo era ter operado. Seria uma recuperação bem melhor e mais rápida. Levei um ano e meio e hoje meu tendão direito tem o dobro da espessura do esquerdo devido à fibrose. Mas o cara não devia ter falado o que falou para um Neanderthal...kkk.
ExcluirAh....o nome dele começava com Carlos e terminava com Braga. Seria ele ?
Espetacular relato, muito bom. Parabéns. Acho que recordar é viver e sentir toda a emoção que cada momento nos proporcionou em um passado que as vezes fica adormecido na mente,por causa da correria do dia a dia, e só que os presenciou é que sabe o gostinho e emoção de cada instante.
ResponderExcluirGrande abraço.
Icaro.
Grande Ícaro,
ExcluirObrigado pelos comentários. Você está certo. Quando escrevo sobre algumas passagens acabo me divertindo e revivendo aqueles momentos.
Abração
Não sei Marcão, mas lembro que fui em outro médico para me liberar para o trabalho e ele disse "pô, operou com o fulano de tal". Perguntei, "conhece?", ai ele disse "Opa, claro!".
ResponderExcluirA última vez que encontrei com ele, o cara tirou o gesso e disse "pô, a cicatriz ficou linda!!!"
Haahahahaha...cicatriz linda é de f%$#@#.....hahahhaa
É cada uma, viu ? Pelo menos fiquei sem cicatriz, linda ou feia...kkkk
Excluirtenho todas as fotos....do filme de rolo, lembram-se dele? kkkkkk
ResponderExcluirNum conta, Nê. A hora que "scanearmos" essas fotos vai ter material para uns 30 posts....hahaha !
ExcluirCasco ... Se corresse descalço 2016 fazia 12hras...kkkkkklk
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