Lembro como se fosse hoje.
Afinal, que dia é hoje?
Xiiiiii...!!!
Então, lembro como se
fosse ontem.
O que eu comi ontem?
Xiiiiiiiiii...!!!
Bom, vamos aos fatos.
Até então, 1.997 ou 95, ou
94... mais provavelmente, 94... NÃO!
Voltando... 1.994, ano em
que ganhamos, finalmente, o tetra, eu ainda estava me recuperando da minha mais
terrível lesão.
Rompimento parcial do
tendão de Aquiles da perna direita.
Até aí, minha vida "esportística"
se resumia a jogar futebol na praia (e em qualquer lugar que me permitisse
chutar uma redonda) e a surfar.
Surfar, claro, era meu
objetivo principal.
Acho que já falei e
escrevi isto centenas de vezes.
Mas, para quem surfa, é
óbvio que surfar é sempre o principal foco.
E foi jogando bola...
Modéstia
à parte, sempre fui melhor "futebolista" do que surfista e Triathleta.
Cheguei
a jogar no juvenil da Portuguesinha (Portuguesa Santista), Jabuca (Jabaquara) e
SFC (Santos Futebol Clube)... mesmo sendo Conrinthiano Maloqueiro Sofredor, com
certeza #prontofalei..... hahahaha !
Depois
(algum dia falo sobre isso), por necessidades financeiras familiares, joguei na
várzea (Bandeirantes em Santos, Bandeirantes em São Vicente... de tanto
Bandeirantes, fui quase um Anhanguera).
Voltando...
Em
uma das "peladas", à noite na areia da praia, driblei um, driblei
dois e... me estatelei de cara na areia...
Olhei
pra trás, me perguntando quem havia me chutado...
Todo
mundo em volta, me olhando como se eu fosse um ET.
Minha
panturrilha direita não doía... doía muito mais do que eu imaginava que algo pudesse
doer em mim.
Tentei
ficar em pé e... caí de cara de novo.
Fui
"Sacisando" (acho que essa tá difícil: "sacisando" é pulando
numa perna só... como um Sací... alguém sabe
o que ou quem é Sací???... Sací Pererê???... nada??? caraio, ficar véio é
phoda) até em casa... distante alguns kms da praia.
Meses
de recuperação, por um rompimento muscular, vulgo distensão, na panturrilha
direita.
Claro
que ela nunca mais foi a mesma.
Mas
o resultado dessa lesão veio um pouco mais a frente, quando, depois de
recuperado (pelo menos era o que eu achava), fui jogar futebol de salão, hoje
conhecido como Futsal.
Depois
de várias partidas seguidas, 20 minutos cada, já cansado e de banho tomado,
resolvi jogar mais um pouco, fominha que era.
Deu
no que deu.
Primeira
arrancada, e a mesma sensação da lesão anterior, elevada à décima potência.
Olhei
o meu pé direito, que tremia.
Resumo:
rompimento parcial do tendão de Aquiles. Só ficou um fiapo.
Cirurgia x auto-recuperação
Dia
seguinte, fui levado por um sócio da empresa a um famosíssimo ortopedista (me
recuso a dizer o nome) que me disse isto:
-
À tarde, você se interna aqui na clínica e eu vou te operar. Depois disso, você
vai ser um ótimo atleta. Vai poder jogar sinuca, baralho, xadrez, etc.
Saí
da clínica "sacisando" (esta vocês já conhecem) e nunca mais pisei
lá.
Resolvi
que, se não havia sido rompimento total, eu iria me recuperar sozinho.
Levei
um ano, um dos piores, para voltar a dar uma caminhada razoável.
Não
gosto nem de lembrar.
Até
hoje, não tenho convicção de ter feito o melhor ao não me operar, mas foi o que
fiz.
Futebol
nunca mais... e o medo?
Uma coisa conduz à outra... a
outra... a outra...
Foi
então que, um dia, uns amigos da natação... (sim, tinha finalmente começado a
nadar em piscina e apanhava, como ainda apanho, para aprender a nadar
corretamente) me convidaram para fazer um Biathlon:
Na
época era o "Gato de Rua" no Gonzaguinha,
São Vicente.
Ufa...
acho que cheguei onde queria...minha "carreira" de Triathleta.
Eram
500m de natação e 3.000m de corrida.
Pensei...
cacete...será que agüento ?
Fui
lá e fiz.
Nadei
o mais rápido que pude e corri como um louco.
Consegui
não ser o último.
Depois de mais alguns Biathlons, fui convidado pelos mesmos amigos
a fazer o meu primeiro Triathlon:
Troféu Brasil - Distancia short, até porque, na época, a distância Olímpica era reservada para quem
fosse profissional ou "elite", e para isso existiam índices.
Nessa
prova, nadei de sunga, pedalei em uma bike normal (sem câmbio) usando tênis, e
corri descalço (Triathleta da Idade da Pedra).
Qualquer
hora faço isso de novo...kkk. Bons tempos.
Fiquei
no pelotão intermediário.
Mas,
o mais cômico disso é que, por total falta de experiência, fiz várias lambanças
como...
-
não ter a menor noção de ritmo em todas as modalidades,
-
sair do mar a milhão e chegar à transição quase vomitando,
-
não ter a menor idéia de onde ficava a minha baia, na transição,
-
sair para correr usando o tênis com que havia pedalado e me arrepender logo no
primeiro quilômetro, terminando a prova com os mesmos devidamente calçados nas
mãos,
-
e muitas outras...
O
legal desse período é que, a cada prova, "aprendemos" uma coisinha
que nos faz acreditar que aquilo vai mudar nossa vida no Triathlon:
Tipo,
elaborar uma estratégia de largada para evitar o atropelamento.
Final
de prova você percebe que aquilo realmente te ajudou, mas apenas naquele quesito.
E
quando descobri que os atletas se "dopavam" durante a prova,
utilizando uma droga nova que lhes permitia correr absurdamente mais rápido do
que eu.
Chamava-se
Power Bar Energy Gel.
Depois
vieram o Gu, o Acelerade, etc.
A
experiência de fazer uma prova sem imaginar que era possível tomar água durante
e, depois disso, me entupir de H2O até não poder correr.
Treinos?
Eu
provavelmente me achava o Romário. Treinar pra quê?
Só
corria e surfava.
Olhava os caras que faziam o Olímpico e os achava ETs.
- Como será que esses caras agüentam? Tá doido! Eu heim?
Aí veio meu primeiro Olímpico:
Internacional de Santos.
Que
frio na barriga!
Pela
primeira vez, fiz uns treinos (?) objetivando pelo menos completar a prova.
Na
véspera da prova, o Stephan e o Fred (Kokimbus) me trouxeram uma bike Road e me
"obrigaram" a fazer a prova com ela.
Juro,
não conseguia nem me equilibrar direito, quando fui pedalando para casa.
Estava
determinado a fazer com a minha. Aquela.
Acabei
criando coragem e fiz a prova com a do Fred.
Puuuuuuta
diferença!
Mas,
pedalei de tênis e corri descalço.
Acho
que tinha algo errado comigo... kkk
Fiz
lambanças também.
Tantas,
que nem lembro direito de todas.
A
que mais marcou foi sair para correr sem número.
Nessa
época eu já era quase um profissional, pois já usava a fita para o número de
peito e não mais alfinetes para prender na camiseta.
Depois
de quase 1 km, alguém me avisou... e voltei.
Imagina
aquela saída da T1 para a corrida, apertada, com todo mundo saindo a milhão e o
trouxa aqui forçando passagem na contramão, para adentrar novamente a
transição.
Não
sei como não me desclassificaram.
Olhava
os caras que faziam o Long Distance (Pirassununga) e os achava ETs.
-
Como será que esses caras agüentam ? Tá doido. Eu heim ?
Bom, qualquer hora conto
mais lambanças meio/full - Ironmísticas.
Feliz 2015 para todos!
3AV
Marco Cyrino
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Marcão, muito bom. Não esquece o episodio motivador para o IM que um "amigo" seu falou. Lembra... "Ah, tu já fez um meioiron, Iroman é só treinar um pouquinho mais! Simples assim!!" abs.
ResponderExcluirEssa é inesquecível. Vai entrar nas lembranças/lambanças Meio/Full Ironmísticas, Fernando.
ExcluirTu tá andando muito com o Fricke, viu .... usando o Dicionário Frickolines da Lingua Portuguesa !! hahahhahaa .... tambem fui varzeano e dos bons, porque na época de garoto jogar bola era coisa de vagabundo e meu pai não deixava que a coisa fluísse ...
ResponderExcluirRapá...tu deve ser um perna de pau que vou te contar....hahahaha.
ExcluirQuanto ao dicionário, em 1863 eu o escrevi. Depois de mais de um século o Fricke se apropriou...