IMBR Florianópolis 2014 - Algumas considerações

Estas considerações a respeito do IMBR Florianópolis - 2014 são estritamente pessoais.

Assim, não representam a opinião da maioria e servem apenas para, se for o caso, discutir possíveis melhoras (e não necessariamente ser ouvido pela organização), bem como elogiar aquilo que houve de melhor.

Pré-prova

Entrega do kit

Como chego na quarta-feira à noite e vou pegar meu kit logo na quinta-feira pela manhã, não costumo encontrar dificuldades nem filas.

Desta vez não foi diferente.

Nos dois próximos itens, algumas coisas básicas me decepcionaram...

Sem foto

O staff não pôde tirar minha foto, pois o "sistema estava fora do ar". Perguntei quando teria que voltar então para fazer a foto e fui informado de que não haveria necessidade.

Ótimo.

Ótimo o caramba!

Então, pra que cazzo serve a foto?

E se não serve, por que nos obrigam a tirar?

Havia tomado banho, feito a barba, penteado o cabelo, ensaiado um sorriso... Tudo isso para nada?

Agora sério, fiquei cabreiro achando que, em algum momento, teria de voltar lá para fazer a foto.

Qual a logística?

Ninguém sabia me explicar o motivo de não haver a sacola preta de natação.

Em meu Iron anterior, em 2012, ela ainda existia.

Perguntei a alguém do staff qual seria a logística, mas ele não soube explicar.

Claro que já elaborei mentalmente como fazer a transição sem a sacola de natação, mas queria saber dele.

Nem ele sabia, nem os outros que foram chamados.

Bike chekin e numeração

Sem dúvida, muito melhor fazer a numeração no dia anterior, acabando com o tumulto em que se transformava a entrada, no dia da prova.

De resto, nenhuma novidade.

Dia da prova

Entrada

Bem ágil sem nenhum problema.

Tendas

Apropriado, com fartura de água, cadeiras para troca de roupa, etc.

Natação

O percurso foi alterado e, em minha opinião, ficou muito melhor em dois aspectos:

- O percurso em si fez com que as bóias não ficassem tão ao fundo, evitando um maior efeito de correnteza que sempre é mais forte quanto mais longe da praia.

- Os staffs fizeram um excelente trabalho de orientação, com seus caiaques, pranchas etc., fazendo com que a maioria percorresse o trajeto sem maiores problemas de navegação.

Pode isso, Arnaldo?

Muitos atletas que nadaram com GPS notaram uma distância maior (alguns mencionando até 4.200m) no novo percurso.

Eu, particularmente, não nadei com GPS, mas realmente achei o percurso um pouco maior, até mesmo por ter feito muitos treinos em mar aberto e ter uma boa noção do meu tempo na prova.

Porém, se foi, foi para todos.

Ciclismo

Pelotões e Migués

Como tive sérios problemasde hipotermia depois da natação e fui obrigado a fazer uma prova muito "burocrática", tive todo o tempo do mundo para observar muitos (mas muitos mesmo) atletas pedalarem durante quase a prova toda em pelotões.

Não aqueles pelotões eventuais, característicos de situações de prova em que os ciclistas acabam ficando juntos por um pequeno período.

Falo daqueles pelotões imensos que encontrava, digamos, no km 50 (claro que sempre em direção contrária), e depois no retorno de Canasvieiras, e depois em algum outro ponto da 2ª volta, e assim por diante.

Evidente que não tenho condições de afirmar que todos permaneceram juntos o tempo todo, até porque não há visão fotográfica capaz de captar isso (mas há, sim, muitas fotos).

Este assunto já foi fartamente discutido nas redes sociais e o intuito de mencioná-lo aqui é apenas para que haja o registro.

Presenciei (ninguém me contou) um atleta dando um "migué" no ciclismo, fazendo um retorno evidentemente cortando caminho.

Também "acho que vi" um "migué" desses na corrida, mas não posso garantir, pois tenho a impressão de que o Tico e o Téco estavam descansando naquele momento.

Falo um pouco mais sobre isto, no fechamento do post.

Garrafas

As garrafas de água distribuídas no ciclismo me surpreenderam negativamente.

Havia planejado usar água da prova e colocar a garrafa no local do "Torpedo".

As garrafas distribuídas não tinham bico com fechamento e, portanto, não poderiam ficar deitadas, pois a água iria embora.

Tive que levá-las no quadro, ou seja, meu Torpedo ficou praticamente sem serventia, pois as garrafas de isotônico são pequenas e finas para serem usadas ali.

Problema meu, mas as garrafas de água poderiam muito bem ser as normais.

Os staffs, como em todas as provas que fiz lá, foram excelentes.

Corrida

A corrida também teve seu percurso alterado.

Ponto positivo

Foi-se embora a parte do trajeto que passava por uma imensa escuridão, no canalzinho. Esse ponto derrubava psicologicamente até o mais forte dos atletas, que por passarem ali já noite feita, nem tão forte eram, dentre eles, eu.

Ponto negativo

A parte do percurso na estrada com atletas em mão-dupla, dependendo do momento em que passávamos, gerou sérios congestionamentos, até mesmo porque o acostamento é estreito para a passagem de mais de 2 atletas lado a lado.

Imaginem um pelotão de atletas indo com várias ultrapassagens, e outro pelotão vindo nas mesmas circunstâncias.

Além disso, mesmo na minha última volta, com bem menos movimento, os atletas não tinham sinalização quanto a que lado deveriam manter, e acabavam (talvez até pelo cansaço) se "encontrando".

Como todos os que correram de GPS (inclusive eu) marcaram uma distância maior também na corrida (praticamente 1 km a mais), seria desnecessário fazer o retorno do trecho mencionado em um aclive (pequeno, mas aclive).

O retorno poderia ter sido feito antes.

Porém, como disse na natação, foi para mim, foi para todos.

No geral

A prova continua excelente.

Excetuando a questão do vácuo que, pela complexidade, exige muita discussão, os demais "problemas" são pontuais e de fácil solução, além de não interferirem diretamente no resultado da prova.

Quanto aos atletas que "eventualmente tenham cortado percurso", prefiro pensar que foram sim pegos pela organização e foram devidamente desclassificados, embora não haja informações oficiais a esse respeito.

Isto, não sem antes terem passado pelo Pórtico de chegada como heróis para seus amigos e familiares, feito "fotos oficiais", recebido medalhas, etc.

Depois, nada que um discurso do tipo "algo aconteceu e o resultado não foi homologado", ou "a organização está louca" (entre outros), para manter o ego lá em cima.

Um dia ainda vou entender o que leva alguém a fazer isso e outras coisas.

3AV

Marco Cyrino

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