sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Natação em águas abertas - II


Já escrevi sobre isto, no post: Natação em águas abertas.

Sempre que faço alguma prova de Triathlon, fico embasbacado (caraca... esta é do arco da velha [e esta também...]) com a quantidade de nadadores muito melhores do que eu, mas que acabam fazendo uma natação bem inferior à que poderiam, devido à dificuldade de navegação.

Na 4ª Etapa do TB, em Santos, neste final de setembro, fiz a primeira volta da natação de forma horrível, pois estava (e estou) sem treino, me curando de lesões.
Assim, optei por fazer toda a prova do jeito que desse, apenas para chegar.

Nessa 1ª volta, me equivoquei com a correnteza, além de, evidentemente pela falta de treinos, demorar a pegar o ritmo. A água fria (ou gelada) também contribuiu.

Quando estava dando a volta pela areia, para começar a 2ª perna da natação, vi uma quantidade enorme de atletas à minha frente.

Incidente e agradecimento

Entrei no mar novamente e recomecei minha natação, quando, "do nada", um atleta cruzou minha frente, nadando paralelamente à praia.

Parei, dei algumas braçadas "de peito" e o segurei pelas pernas.
Ele parou de nadar e, pela cara que fez (mesmo de óculos), pude ler seus pensamentos:

- Vou te matar! Tá me segurando por quê? Tá louco?

Falei:

- Cara! Você está totalmente fora de direção. Não vai chegar à bóia nunca.

Aí, ele fez aquele "gesto de agradecimento", com a mão fechada e o dedo médio esticado, e foi...

Acho que está indo até agora.
Decorridos já mais de 10 dias da prova, deve estar chegando ao Uruguai.
Ou, pelo menos, em Jurerê Internacional, treinando para o próximo Ironman.

Ainda bem que, provavelmente, ele não vai ler isto, pois seria capaz de fazer o gesto de agradecimento novamente.

Voltando à navegação

É um desperdício.
Vejo nadadores com excelente técnica de natação, coisa que efetivamente não tenho, saindo da água depois de mim.

Vejo atletas que nadam em ziguezague o tempo todo, percorrendo uma distância bem maior do que poderiam e deveriam.
Ainda, acabam prejudicando os demais atletas que cortam seus trajetos.

Talvez eu devesse ficar contente com isso.
Mas, como dizem no FB, sqn (só que não).

Prefiro que realmente cheguem à minha frente, mas que eu possa colaborar de alguma forma para que se orientem melhor.

Com certeza, por ter aprendido a nadar sem técnica alguma, acabei desenvolvendo pelo menos uma coisa boa: a navegação.

Meu irmão Alfredo e eu, quando moleques, tínhamos a "mania" de nos enfiar no mar e nadar até a Ilha das Palmas (não necessariamente juntos).
Isso, da forma que desse, ou seja, cabeça para fora, sem bater pernas, etc.
O verdadeiro nado "Salve-se quem puder".

Fui nadar em piscinas após meus de 35 anos de idade.
Logo, até hoje não domino técnica de natação.

Costumo dizer que, se alguém com a minha idade, que nunca nadou, começar a aprender a nadar agora, com orientação, em menos de um ano estará nadando melhor que eu.

Quem aprendeu a nadar errado, sem técnica, tem uma dificuldade enorme em corrigir seus defeitos. É muito mais fácil aprender do "zero", do que corrigir o que está errado.
Mal comparando, é como "Reformar" ou "Construir".

Voltando II...

Penso que esses bons nadadores, que se perdem na navegação da prova, deviam investir um pouco mais de tempo em melhorar essa deficiência.

Discordo dos treinadores que insistem em fazer treinos de "polo", orientando seus atletas a nadar 50/100/200m nesse "estilo".

É sim necessário saber nadar dando algumas braçadas de "pólo".
Mas não essa distância toda.

Antes de mais nada, minha crítica aos treinadores que dão essa orientação é baseada tão somente em minha experiência.

Penso que, para os que têm essa dificuldade, é melhor treinar o nado bilateral e o nado "pólo" eventual.

Bilateral mas não 3x1 ou 5x1, pois isso não existe em competições.
Muito menos em águas abertas.

Bilateral de forma a dar uma quantidade razoável de braçadas (digamos 10) respirando para um lado e a mesma quantidade (ou próximo disso) respirando para o outro lado.

Evidentemente isso evitará ou diminuirá a tendência de trajeto curvilíneo para apenas um lado.
Haverá uma natural correção de rota.

Já vi atletas que dão impressão de que, se os deixarem nadando sozinhos por muito tempo, vão acabar descrevendo um círculo no mar.

Além disso, o "pólo" eventual é absolutamente necessário para localizar a bóia ou o ponto de chegada na praia.

Não vejo necessidade de se fazer o atleta treinar mais do que algumas braçadas olhando para frente, desde que seja um treino habitual.

Bons treinos e boas provas a todos.
Aloha!

3AV
Marco Cyrino


4 comentários:

  1. Tu postou isso só porque vou voltar às travessias domingo ?

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    1. Nem sabia. Além do que vc é um dos atletas que não se enquadram nessa categoria. Pronto. Queria confete, taí...rsrsrs

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  2. Muito legal Marcão , essa dica para quem não esta acostumado a nadar no mar , mas quando fla em bilateral , eu nado direto nas provas de iron bilateral 3/1 e acho que rende muito mais e me da direção correta para as boias .... Abraços Ah , vamos para Los cabos ?????

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    1. Valeu, Mosquito ! Quanto ao nado bilateral, vamos começar pelo começo...kkk.
      Primeiramente você obviamente não é o tipo de atleta ao qual me refiro.
      Segundamente (rsrsrsrs) que o teu nível te permite nadar 3/1, 5/1, 7/1, 9/1 e por aí vai.
      Fato é que, caso a maioria se decidisse por nadar 3/1, acabariam desistindo antes da primeira bóia. Mas legal você ter concordado (pelo menos entendi isso) que nadar bilateral é um bom caminho para acertar a navegação. Aloha.

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