Já
escrevi sobre isto, no post: Natação em águas abertas.
Sempre
que faço alguma prova de Triathlon, fico embasbacado (caraca... esta é do arco
da velha [e esta também...]) com a quantidade de nadadores muito melhores do que
eu, mas que acabam fazendo uma natação bem inferior à que poderiam, devido à
dificuldade de navegação.
Na
4ª Etapa do TB, em Santos, neste final de setembro, fiz a primeira volta da
natação de forma horrível, pois estava (e estou) sem treino, me curando de
lesões.
Assim,
optei por fazer toda a prova do jeito que desse, apenas para chegar.
Nessa
1ª volta, me equivoquei com a correnteza, além de, evidentemente pela falta de
treinos, demorar a pegar o ritmo. A água fria (ou gelada) também contribuiu.
Quando
estava dando a volta pela areia, para começar a 2ª perna da natação, vi uma
quantidade enorme de atletas à minha frente.
Incidente e
agradecimento
Entrei no mar novamente e
recomecei minha natação, quando, "do nada", um atleta cruzou minha
frente, nadando paralelamente à praia.
Parei, dei algumas braçadas "de
peito" e o segurei pelas pernas.
Ele parou de nadar e, pela cara
que fez (mesmo de óculos), pude ler seus pensamentos:
- Vou te matar! Tá me segurando
por quê? Tá louco?
Falei:
- Cara! Você está totalmente fora
de direção. Não vai chegar à bóia nunca.
Aí, ele fez aquele "gesto de
agradecimento", com a mão fechada e o dedo médio esticado, e foi...
Acho que está indo até agora.
Decorridos já mais de 10 dias da
prova, deve estar chegando ao Uruguai.
Ou, pelo menos, em Jurerê Internacional ,
treinando para o próximo Ironman.
Ainda bem que, provavelmente, ele
não vai ler isto, pois seria capaz de fazer o gesto de agradecimento novamente.
Voltando à navegação
É um desperdício.
Vejo nadadores com excelente
técnica de natação, coisa que efetivamente não tenho, saindo da água depois de
mim.
Vejo atletas que nadam em ziguezague
o tempo todo, percorrendo uma distância bem maior do que poderiam e deveriam.
Ainda, acabam prejudicando os
demais atletas que cortam seus trajetos.
Talvez eu devesse ficar contente
com isso.
Mas, como dizem no FB, sqn (só que
não).
Prefiro que realmente cheguem à
minha frente, mas que eu possa colaborar de alguma forma para que se orientem
melhor.
Com certeza, por ter aprendido a
nadar sem técnica alguma, acabei desenvolvendo pelo menos uma coisa boa: a navegação.
Meu irmão Alfredo e eu, quando
moleques, tínhamos a "mania" de nos enfiar no mar e nadar até a Ilha
das Palmas (não necessariamente juntos).
Isso, da forma que desse, ou seja,
cabeça para fora, sem bater pernas, etc.
O verdadeiro nado "Salve-se
quem puder".
Fui nadar em piscinas após meus de
35 anos de idade.
Logo, até hoje não domino técnica
de natação.
Costumo dizer que, se alguém com a
minha idade, que nunca nadou, começar a aprender a nadar agora, com orientação,
em menos de um ano estará nadando melhor que eu.
Quem aprendeu a nadar errado, sem
técnica, tem uma dificuldade enorme em corrigir seus defeitos. É muito mais
fácil aprender do "zero", do que corrigir o que está errado.
Mal comparando, é como "Reformar"
ou "Construir".
Voltando II...
Penso que esses bons nadadores,
que se perdem na navegação da prova, deviam investir um pouco mais de tempo em
melhorar essa deficiência.
Discordo dos treinadores que
insistem em fazer treinos de "polo", orientando seus atletas a nadar
50/100/200m nesse "estilo".
É sim necessário saber nadar dando
algumas braçadas de "pólo".
Mas não essa distância toda.
Antes de mais nada, minha crítica
aos treinadores que dão essa orientação é baseada tão somente em minha
experiência.
Penso que, para os que têm essa
dificuldade, é melhor treinar o nado bilateral e o nado "pólo"
eventual.
Bilateral mas não 3x1 ou 5x1, pois
isso não existe em competições.
Muito menos em águas abertas.
Bilateral de forma a dar uma
quantidade razoável de braçadas (digamos 10) respirando para um lado e a mesma quantidade
(ou próximo disso) respirando para o outro lado.
Evidentemente isso evitará ou
diminuirá a tendência de trajeto curvilíneo para apenas um lado.
Haverá uma natural correção de
rota.
Já vi atletas que dão impressão de
que, se os deixarem nadando sozinhos por muito tempo, vão acabar descrevendo um
círculo no mar.
Além disso, o "pólo"
eventual é absolutamente necessário para localizar a bóia ou o ponto de chegada
na praia.
Não vejo necessidade de se fazer o
atleta treinar mais do que algumas braçadas olhando para frente, desde que seja
um treino habitual.
Bons treinos e boas provas a
todos.
Aloha!
3AV
Marco Cyrino
Tu postou isso só porque vou voltar às travessias domingo ?
ResponderExcluirNem sabia. Além do que vc é um dos atletas que não se enquadram nessa categoria. Pronto. Queria confete, taí...rsrsrs
ExcluirMuito legal Marcão , essa dica para quem não esta acostumado a nadar no mar , mas quando fla em bilateral , eu nado direto nas provas de iron bilateral 3/1 e acho que rende muito mais e me da direção correta para as boias .... Abraços Ah , vamos para Los cabos ?????
ResponderExcluirValeu, Mosquito ! Quanto ao nado bilateral, vamos começar pelo começo...kkk.
ExcluirPrimeiramente você obviamente não é o tipo de atleta ao qual me refiro.
Segundamente (rsrsrsrs) que o teu nível te permite nadar 3/1, 5/1, 7/1, 9/1 e por aí vai.
Fato é que, caso a maioria se decidisse por nadar 3/1, acabariam desistindo antes da primeira bóia. Mas legal você ter concordado (pelo menos entendi isso) que nadar bilateral é um bom caminho para acertar a navegação. Aloha.