sexta-feira, 29 de junho de 2012

Lance x doping, ou vice-versa (3) - Acusação e Defesa

Para que cada um forme sua opinião a respeito deste "caso", examinamos e apresentamos trechos relevantes dos documentos de Acusação e de Defesa.

A c u s a ç ã o
Carta de Notificação da USADA - United States Anti-Doping Agency (agência antidoping norte-americana) contra Lance Armstrong.

Trata-se de um documento de 15 páginas, acusando coletivamente Lance Armstrong e dirigentes, médicos e assessores das equipes das quais o atleta participou como ciclista, de 1996 a 2010, o que inclui o período em que conquistou por 7 vezes o Tour de France.

Traduzimos e enfatizamos alguns trechos da carta-notificação.

Transcrição
Tradução
Destaques nossos
Comentários

06/12/2012
Mr. Lance Armstrong
Re:     Anti-Doping Rules Violations
Dear Mr. Bruyneel, Dr. Celaya, Dr. del Moral, Dr. Ferrari, Mr. Marti, and Mr. Armstrong

12/06/2012
Sr. Lance Armstrong
Ref. Violações de regras antidoping
Att. Sr. Bruyneel, Dr. Celaya, Dr. del Moral, Dr. Ferrari, Sr. Marti, e Sr. Armstrong

This letter is to notify each of you (collectively referred to as the "Respondents") that the United States Anti-Doping Agency ("USADA") is hereby opening a formal action against each of you based on evidence that, as described below, you engaged in anti-doping rule violations under the Union Cycliste International ("UCI") Anti-Doping Rules from 1998 to present ("UCI ADR"), World Anti-Doping Code from inception to present (the "Code") and USADA Protocol for Olympic and Paralympic Movement Testing from inception to present (the "USADA Protocol") (collectively, the "Applicable Rules").

Esta carta destina-se a notificar cada um de vocês (coletivamente referidos como "Respondentes") de que a Agência Anti-Doping dos Estados Unidos ("USADA") está, através desta, abrindo uma ação formal contra cada um de vocês, com base em evidências de que, conforme descrito abaixo, estiveram envolvidos em violações das regras antidoping estabelecidas pelas regulamentações da UCI...
...
...

This notice letter describes a portion of the evidence gathered by USADA in its investigation of potential doping on the United States Postal Service (USPS) (1996 -2004), Discovery Channel (2005-2007), Astana (2009) and RadioShack (2010) cycling teams. The witnesses to the conduct described in this letter include more than ten (10) cyclists as well as cycling team employees.

Esta carta de notificação descreve uma parte das provas recolhidas pela USADA, em sua investigação de doping potencial nas equipes de ciclismo USPS (1996 -2004), Discovery Channel (2005-2007), Astana (2009) e RadioShack (2010).
As testemunhas da conduta descrita nesta carta incluem mais de dez (10) ciclistas, bem como os funcionários de equipes de ciclismo.

An important aspect of USADA's investigation has been face to face meetings between USADA representatives and riders on the above referenced cycling teams. USADA sought to give the riders an opportunity to be a part of the solution in moving cycling forward by being truthful and honest regarding their past experiences with doping in cycling.

Um importante aspecto da investigação da USADA consistiu em encontros face a face entre representantes da USADA e ciclistas das equipes acima referidas.
A USADA procurou oferecer dar aos ciclistas a oportunidade de ser parte da solução para o avanço do ciclismo, sendo verdadeiros e honestos sobre suas experiências passadas com o doping no ciclismo.

With the exception of Mr. Armstrong, every other U.S. rider contacted by USADA regarding doping in cycling agreed to meet with USADA and to truthfully and fully describe their involvement in doping and all doping by others of which they were aware. Mr. Armstrong was likewise contacted through his legal counsel and given the opportunity to meet with USADA to fully and truthfully disclose all knowledge of anti-doping rule violations committed in the sport of cycling. However, Mr. Armstrong declined US ADA'S offer.

Com exceção do Sr. Armstrong, todos os demais ciclistas dos EUA contatados pela USADA, em relação ao assunto doping no ciclismo, concordaram em se reunir com a USADA e descrever de forma verdadeira e completa o seu envolvimento em doping e tudo o que tivessem conhecimento sobre doping por parte outros.
O Sr. Armstrong também foi contatado através de seu advogado e lhe foi oferecida a oportunidade de se reunir com a USADA para revelar completa e verdadeiramente todo o conhecimento sobre violações das regras antidoping cometidas no esporte de ciclismo. Entretanto, o Sr. Armstrong recusou a oferta da USADA.

Information set forth herein also comes from a number of other eyewitnesses to the conduct described. In every instance the conduct described in this letter has only been relied upon by US AD A and described in this letter if the witness has confirmed to US ADA that the information is based on his or her first hand knowledge.

As informações aqui apresentadas também são provenientes de diversas outras testemunhas oculares da conduta aqui descrita. Em cada caso, a conduta aqui descrita só foi considerada pela USADA e incluída nesta carta, quando a testemunha confirmou à USADA que a informação era baseada em seu conhecimento de primeira mão
[Nota do editor: conhecimento de primeira mão = informação diretamente, e não através de terceiros].

A partir deste ponto, são apresentados 6 métodos de doping e as respectivas substâncias proibidas, explicando  os seus efeitos, meios de utilização, e formas desenvolvidas para burlar testes antidoping.

Em seguida, são enumeradas as acusações de violações, enquadrando cada uma das pessoas notificadas em praticamente todos os seguintes casos:

·         Uso
·         Posse
·         Tráfico
·         Administração e/ou tentativa de administração
·         Assistência, encorajamento, ajuda, incitação, acobertamento, e outras cumplicidades envolvendo violações de uma ou mais regras antidoping
·         Circunstâncias agravantes que justificam penalidades maiores do que as padronizadas.

Chama a atenção o fato de que, em cada acusação, contra cada pessoa notificada, praticamente se repete este texto (v. original):

Multiple riders who competed on the [.............] teams, from [.....] through [......] have reported to USADA that [.............] and their riders, developed training plans dependent upon [.....] use and instructed riders to use the drug. USADA has received eyewitness statements that [..........] were administered by [..........].
Multiple riders with first hand knowledge will testify that between [......] and [.......] Mr. Armstrong personally used [........] and on multiple occasions distributed [.......] to other riders.

Diversos ciclistas que competiram nas equipes [nomes das equipes], no período de [ano tal a ano tal] reportaram à USADA que [nomes dos acusados e seus cargos nas equipes], bem como os seus ciclistas, desenvolveram planos de treinamento dependentes do uso de [nome do método ou da substância proibida] e instruíram seus ciclistas a utilizarem a droga. A USADA recebeu declarações de testemunhas oculares de que [formas de utilização da droga] foram administradas por [nomes dos acusados].
Diversos ciclistas, com conhecimento de primeira mão, irão atestar que [entre os anos tal e tal] o Sr Lance Armstrong  pessoalmente utilizou [nome da droga] e em diversas ocasiões distribuiu [nome da droga] a outros ciclistas.

Na parte final da carta [evitamos traduzir para não alongar demais este post], são apresentadas as próximas etapas do processo, definidos os prazos e os meios para defesa e para recursos, menciona-se a possibilidade de banimento definitivo do esporte, etc.

Além disto, o documento especifica os regulamentos da USADA que permitiriam conduzir ações baseadas apenas em informações testemunhais, bem como os dispositivos legais permitindo que a investigação considere um período superior a 8 anos.

Ainda, nesta fase inicial, em que o processo é submetido à análise do Conselho Revisor da USADA, a lista de testemunhas é mantida sob sigilo, para evitar constrangimentos.

A carta-notificação é assinada pela Testing Results Manager (Gerente de Resultados de Testes) da USADA, Lisa McCumber.

Link para ler ou baixar o documento completo: BBC News UK


D e f e s a
Em 22 de junho, prazo final para apresentar defesa ao Conselho Revisor da USADA, Robert Luskin, advogado de Lance Armstrong, entregou ao referido conselho uma carta de 18 páginas, respondendo às acusações contra o atleta.

O documento está disponível na íntegra, no website de Lance Armstrong (link ao final desta parte do post).

Extraímos, traduzimos e enfatizamos alguns trechos da carta-defesa.

Transcrição
Tradução
Destaques nossos
Comentários

USADA has submitted no evidence to support its spurious allegations.

A USADA não apresentou evidências que suportem suas alegações espúrias.

USADA must either submit the evidence it relies upon in its June 12 letter (accusing Armstrong) or the review board should summarily recommend that this matter be dismissed for lack of sufficient evidence.

A USADA deve, ou apresentar as provas em que baseia sua carta de 12 de junho (acusando Armstrong) ou o conselho revisor deverá recomendar sumariamente que este assunto seja arquivado (desconsiderado) por falta de provas suficientes.

To permit USADA to proceed without sharing its evidence would violate not only the clear language of the protocol but also our shared concepts of justice and fair play.

Permitir que a USADA prossiga, sem compartilhar as provas, violaria não somente a linguagem clara do protocolo, mas também os nossos conceitos comuns de justiça e fair play.

O Conselho Revisor composto por 3 membros é encarregado de considerar se as provas apresentadas pela USADA e pelos acusados, e julgar se existe o suficiente para constituir um processo a ser encaminhado para uma audiência, com acusações formais.

Nesta hipótese, um Painel de Arbitragem composto por três pessoas poderá iniciar a análise do caso de Armstrong até novembro. Nessa fase, Armstrong poderá então analisar antecipadamente as evidências (provas) da USADA, e interrogar quaisquer testemunhas de acusação.

O caso poderá ser levado ao Tribunal Arbitral do Esporte.
Se Armstrong for considerado culpado, poderá ocorrer a perda dos seus 7 títulos conquistados no Tour de France, bem como o seu banimento do esporte.

Voltando às assertivas do advogado, na carta-defesa...

There are no positive doping tests against Armstrong, two notable allegations against him having been successfully refuted years ago.

Não existem testes de doping positivos contra Armstrong, duas alegações notáveis contra ele foram refutadas com sucesso, há anos.

The two specific and recycled allegations that (USADA) identifies have been thoroughly and publicly discredited.

As duas alegações específicas e recicladas que a USADA identifica, foram exaustivamente e publicamente desacreditadas.

USADA has refused to disclose anything else, such as an expert analysis substantiating its unsupported view of these doping tests.

A USADA se recusou a divulgar qualquer outra coisa como, por exemplo, uma análise pericial para comprovar a sua posição não-embasada sobre testes antidoping.

The review board cannot possibly carry out its obligation to evaluate USADA's case if USADA refuses to disclose its evidence.

O Conselho Revisor não poderá, possivelmente, cumprir a sua obrigação de avaliar caso da USADA, enquanto a USADA se recusar a revelar suas evidências (provas).

That it refuses to accord these same basic rights to Mr Armstrong is a disgrace and highly probative of USADA's readiness to employ unlawful tactics and questionable practices in its zeal to punish Mr Armstrong at all costs.

Recusar-se a conceder estes mesmos direitos básicos ao Sr. Armstrong constitui uma desgraça e comprova fortemente a disposição da USADA no sentido de empregar táticas ilegais e práticas questionáveis, em seu desejo de punir o Sr. Armstrong a todo custo.

Its general counsel has already advised us that USADA may ignore what the review board recommends and continue its obsessive pursuit of Mr Armstrong, even if the review board finds no evidence on which to proceed...

Seu Conselho Geral (da USADA) já nos advertiu de que a USADA poderá ignorar o que o Conselho Revisor recomendar, e continuar sua perseguição obsessiva ao Sr. Armstrong, mesmo se o Conselho Revisor não encontrar provas (em que se basear) para prosseguir...

USADA's overly expansive view of its own authority, not to mention its smug self-regard, undoubtedly explains its threadbare charging document, its arrogant and even craven refusal to disclose its evidence and its complacent expectation that the review board will not hold it accountable.

A visão excessivamente expansiva da USADA a respeito de sua própria autoridade, sem mencionar sua presunçosa auto-estima, indubitavelmente explicam o seu documento acusatório puído, sua recusa arrogante, e até mesmo covarde, em divulgar provas, e sua expectativa complacente de que não terá de prestar contas ao Conselho Revisor.

... the board's review should include careful scrutiny of the conduct of USADA to determine whether its officials violated federal law and the World Anti-Doping Agency code in securing testimony against Mr Armstrong.

... a revisão por parte do Conselho deverá incluir um exame cuidadoso da conduta da USADA, para determinar se os seus agentes (funcionários) violaram a Lei Federal e o código da Agência Mundial Anti-Doping, para obter testemunhos contra o Sr. Armstrong.

A carta-defesa é longuíssima e não poderíamos (nem nos competiria) tratar de todos os aspectos abordados.

Link para ler e baixar o documento completo: Lance Armstrong.com


Finalizando, voltamos a enfatizar que, além da opinião autor expressa em nosso post inicial sobre o tema, estamos também publicando imparcialmente, nesta matéria, os tópicos mais relevantes de Acusação e de Defesa, para que cada leitor tenha mais elementos para tirar suas próprias conclusões.

Marco Cyrino

terça-feira, 26 de junho de 2012

Lance x doping, ou vice-versa (2)

Recomendo a leitura deste post, do Ciro Violin: 


Marco Cyrino

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Lance x doping, ou vice-versa

Parece ser definitivo.
Lance Armstrong não estará em Kona neste ano.
Pelo menos não para participar do Ironman World Championship.

Como já deve ser de conhecimento geral, a Agência Norte Americana Anti-doping voltou a formalizar acusações contra ele (ver notícias publicadas, copiadas ao final deste post).

Ato contínuo, o suspenderam de todas as competições.

Acabei de verificar os resultados do Ironman Nice, França (neste link), a primeira prova em que vigorou essa suspensão, na esperança de ver seu nome na lista de atletas que competiram.

Infelizmente para aqueles que, como eu, aguardavam uma disputa como talvez nunca houvera em Kona, ele não consta na lista.

Não sei se ainda haverá tempo para ele participar de alguma outra etapa de Ironman que o classifique para Kona (caso algo mudasse em sua situação).
Creio que não.
Mesmo que algo mudasse, penso que o estrago (ao menos psicológico) já está concretizado.

ANTES DE PROSSEGUIR, REGISTRO QUE SOU TOTAL E IRRESTRITAMENTE CONTRA QUALQUER TIPO DE DOPING.

Punição por suspeitas
Porém, me parece estranho que, em fevereiro deste ano, tenha sido concluída uma investigação de doping contra ele, sem provas consistentes (abaixo em vermelho).

Também me parece estranho que, durante décadas, centenas ou talvez milhares de atletas de várias modalidades tenham sido flagrados pelas agências anti-doping, exceto ele.

E, depois de tantos anos, ele ser suspenso por “suspeita” de doping é mais estranho ainda.

Não entendo uma “justiça” que pune por suspeitas.

Que ele, ou qualquer outro atleta, seja suspenso, banido até do mundo do esporte por doping.

Mas por doping e não por suspeita.

Se um determinado órgão responsável pela apuração e comprovação de determinado delito não consegue, seja por incapacidade ou qualquer outro motivo, provar a culpa de alguém, salvo engano meu, esse alguém deve ser considerado inocente.

Pode ser que, enquanto escrevo este post (24/03/2012 - 20h00), já existam fatos novos que comprovem sua culpa.
Mas, até onde pude apurar, neste momento a situação é a mesma.

Em março deste ano, ao completar o Ironman 70.3 do Panamá, em 2º lugar (isto, se não me engano, em seu retorno ao Triathlon), ele e os outros dois primeiros colocados não fizeram o exame antidoping, por  decisão da organização da prova.

A organização resolveu aplicar esses testes a partir do 4º colocado.

Prontamente, ele se disponibilizou a fazer testes a qualquer hora e em qualquer local (ver texto marcado em vermelho, na primeira notícia copiada ao final deste post).

Aliás, isto é o que, via de regra, acontece com qualquer atleta profissional: testes a qualquer hora, em qualquer local.
Que eu saiba, com ele não tem sido diferente.

Gostaria muito que, para o bem do esporte e "credibilidade geral da nação", fatos concretos esclarecessem definitivamente este assunto.

Aproveito para postar um vídeo (que há alguns dias me foi enviado pelo Fernando Rocha e garimpado por Luciano Barbieri) e fazer a seguinte pergunta:

- Aos 15 anos de idade, dando dura nos melhores Triathletas da época, estaria ele dopado?  



Gostaria realmente de conhecer as opiniões dos amigos atletas e apreciadores / observadores do esporte.

Marco Cyrino



A seguir, as matérias mencionadas.

Fonte: Webrun - UOL
Lance Armstrong é barrado em Ironman da França por suspeita de doping
14/06/2012 - Atualizada às 20:40

O ex-ciclista norte-americano Lance Armstrong, heptacampeão da Volta da França e atual competidor de Ironman – em especial das provas de 70.3, o “meio Ironman” – foi impedido de participar do Ironman da França, em Nice, no próximo dia 24 de junho. O motivo é que a Unasa (Agência Norte-americana Anti-doping) fez novas acusações formais de doping contra o atleta.

O documento, divulgado no dia 12 de junho, ressalta que amostras de sangue do ex-ciclista coletadas entre 2009 e 2010 tem “traços consistentes de utilização de EPO (Eritropoetina) e/ou transfusões de sangue)”.
Em fevereiro, foi encerrada sem provas consistentes uma investigação de doping contra Armstrong, que contou com depoimentos de Floyd Landis e Tyler Hamilton, dois ex-colegas de equipe do triatleta.

Defesa- “Nunca me dopei e, ao contrário de muitos dos meus acusadores, competi por 25 anos em esportes de resistência sem mudanças drásticas de desempenho. Passei por mais de 500 testes de substâncias proibidas e nunca testei positivo”, afirma Lance.

A acusação da Usada afirma que o ex-ciclista e mais cinco profissionais estiveram envolvidos em uma "conspiração" de doping de 1998 até 2007. Armstrong deixou de competir no ciclismo em 2011 para se dedicar ao triathlon de longa distância e tem feito grande temporada no circuito de Ironman 70.3.

O processo coloca em risco os sete títulos do Tour de France conquistados pelo atleta e por ora o impedem de participar das provas de Ironman. Mais do que isso, devem arranhar a reputação que ele construiu ao se tornar um ícone do esporte, vencendo um câncer nos testículos para voltar a competir de forma vitoriosa. `


Fonte: Dn.Pt/Desporto
Organização do Ironman não controla Lance Armstrong

02 Março 2012
Lance Armstrong viu o seu nome envolvido numa controvérsia após terminar em segundo lugar no triatlo Ironman, no Panamá a 12 de fevereiro. A organização mudou o protocolo exigido pela AMA para controlos anti-doping e não o testou.

Em vez de realizar controlos antidoping, como de costume pelas normas da Agência Mundial Antidopagem (AMA), aos três primeiros classificados, a organização decidiu fazer os testes a partir do quarto lugar. Armstrong regressou à modalidade onde se iniciou, para ser surpreendentemente segundo, apenas batido pelo neozelandês Bevan Docherty, medalha de prata no triatlo olímpico dos Jogos de Atenas (2004) e bronze em Pequim (2008).

Armstrong precisou de 3.50.55 horas para completar os 1900 metros de natação, os 90 quilómetros de ciclismo e os 21,1 quilómetros de corrida. Como ex - ciclista foi no segmento de bicicleta que Lance Armstrong se saiu melhor, ganhando tempo ao triatleta neozalandês.

O sete vezes vencedor do Tour convidou amavelmente os 'controladores' através de sua conta no 'Twitter': "Bem-vindo a qualquer hora, em qualquer lugar."

No início deste ano, o Ministério Público dos EUA suspendeu as investigações contra Armstrong.
Armstrong sempre negou ter-se dopado.Para o Texano só há uma razão para o número de controlos anti-doping que realizou: "Sou um ciclista e agora triatleta profissional." 

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Aniversário do 3AV

Primeiro ano
Em 21/06/2011, divulgamos nosso primeiro post publicado com o site já aberto ao público: Triathleta da Idade da Pedra.

Assim, completamos hoje nosso primeiro ano de atividades, procurando oferecer informações úteis aos Triathletas e Atletas em geral, sempre com o melhor possível em termos de clareza, objetividade, precisão e isenção.

Durante estes 12 meses
  • Publicamos 262 posts, organizados em mais de 40 itens de menu.
  • Publicamos páginas institucionais e informativas sobre o esporte.
  • Criamos os canais Fórum, Feirão e Publique.
  • Recebemos 365 comentários pertinentes aos temas abordados.
  • Recebemos mais de 24.000 visitas individuais.
Sentimo-nos recompensados
O trabalho investido nos permitiu aumentar a sintonia com os amigos, além de ampliar e diversificar nosso círculo de amizades, tendo o esporte como interesse comum.

Agradecemos sinceramente...
A todos os que nos acompanham, Leitores, Colaboradores, Observadores.

Aos Seguidores que nos prestigiam com sua presença constante.

Àqueles que enriqueceram o conteúdo do 3AV, compartilhando seus conhecimentos, opiniões, dúvidas, através de matérias, fotos, vídeos, perguntas, sugestões, comentários.

Obrigado pela oportunidade de estar com vocês.

Marco Cyrino

quinta-feira, 14 de junho de 2012

IronFamily – Apoio sem fim

Por Neuza Luciane

Pessoas perguntam:

- Como você consegue?
- Lembrar de tudo, arrumar todas as coisas, é maluquice!

Bem, respondo que a pergunta não deveria ser "como", mas "por que":

1º. Porque você ama a outra pessoa, neste caso, o Triathleta;
2º. Porque aceita a vontade dele, quanto a ter ou não a sua ajuda;
3º. Porque gosta do que faz. Nada se faz por obrigação...

Maluquice progressiva
Sabe o que é mais legal?
Não estou sozinha nisso, não sou a única "maluca".
Conheci pessoas "malucas" como eu.

Comecei estas maluquices indo aos Biathlons, depois aos Triathlons de várias distâncias: Short, Olímpico, Long Distance, até chegar ao Ironman, que é a melhor das maluquices.

Foram 04 até este ano, e foi a melhor, pois à medida que as distâncias aumentaram, tudo aumentou proporcionalmente: o tempo de preparação, a quantidade de alimentação, hidratação, roupas, acessórios, e também a dedicação. Por isto é a melhor.

IRONMAN é uma história à parte.

Elo mágico
Mas, como disse, não estou sozinha!
É incrível o que a gente vê, quando está participando desta verdadeira festa. 

Como "apoio" (pessoal de apoio do Triathleta), nestes 04 anos, encontrei muitas pessoas diferentes, na mesma sintonia, com um mesmo objetivo.

Pude ver famílias inteiras "acampando" no percurso da prova, bebês dormindo em caminhas improvisadas na grama, cachorros vestidos a caráter...

E sempre tem aquela mãe preocupada porque o filho ou a filha ainda não passou, a esposa ou o marido correndo para tentar pegar o melhor ângulo da foto, alguém perguntando ""tem um Advil pro meu colega?""
Há também os amigos que simplesmente foram fazer aquela bagunça pra apoiar alguém; tem torcida organizada, uniformizada.

Tem de tudo um pouco e, como disse, nunca estou sozinha nesta festa... mesmo se não conheço a pessoa, faço nova amizade. 

Pra completar, ainda tem os Staffs da organização do evento, que estão sempre prontos quando algum atleta precisa de algo, mesmo que seja uma simples palavra.

Todos ali formam um elo mágico.

Eu e muitas outras pessoas passamos o dia todo dentro desse "elo mágico".

Tempo, cansaço e recompensa
Alguém diz: - É cansativo!
Respondemos: - Não é!
Quem esteve lá, sabe que não cansa, as horas passam voando, há sempre algo a fazer, alguém para conversar.

E, com o final do dia vem a recompensa, A CHEGADA, quando cada Triathleta traz um sentimento diferente.

E nós, que estamos esperando, torcendo, apoiando, temos um único:

ORGULHO de poder passar pelo pórtico de chegada e abraçar o grande Triathleta Ironman.

E, nesse momento, o que menos importa é quanto tempo passou desde o começo do dia, ou que horas são no relógio do pórtico.
Chegamos!
Estamos cansados?
A resposta é NÃO.

IronWife - Neuza Luciane

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Correr descalço, ou quase...

Nesta sexta-feira, fiz um treininho de corrida.
45 min. na esteira.

Uma semana inteira de muita chuva, vento, e cada dia mais frio.

Estava esperando o tempo melhorar para dar mais uma (algumas) caídas no mar para surfar, mas estava difícil.

Hoje consegui surfar novamente... mar enorme... mas isso é outra conversa.

Segundona, estou voltando ao trampo, mas terei mais tempo para dedicar ao surf.
Então, no problem!

Correr natural...
Estreei meu tênis comprado na Expo Ironman.
É um tênis New Balance modelo Míninus (não... não estou recebendo coisa alguma pela propaganda... rsrsrs, até porque é provável que existam modelos de outras marcas famosas, com o mesmo apelo).

Resolvi comprá-lo porque já havia visto e participado de algumas discussões, estudos e pesquisas apregoando o "correr natural", ou seja, correr o mais próximo possível do descalço.

Pô! Fiz isso a minha vida inteira (Triathleta da Idade da Pedra), e sempre me aconselharam / criticaram / condenaram por isso.

Fatos
Sempre corri descalço por opção / necessidade / facilidade.
Opção porque só quem já correu e andou muito descalço pode definir o prazer disso.

Necessidade porque, para quem ia ao colégio usando um sapato Vulcabrás com a sola furada (tendo de colocar um recorte de papelão por dentro, para não furar a meia também), comprar um tênis seria um absurdo.

Facilidade pela sorte de morar em Santos e poder correr, jogar bola e tudo o mais nas areias da praia, inclusive ir a pé descalço até ela.

Não vou entrar aqui no mérito das vantagens e riscos de se correr descalço, mas isto (correr descalço) está no meu DNA.

Às vezes (hoje em dia muuuuito às vezes), depois de algum treino de bike, ou num dia sem treino, acabo dando um trote descalço à beira-mar.
Mas a sola do pé se ressente de alguns anos sem fazer isso.

Caminhos de ida e volta
Depois de fazer o caminho descalço à mal-calçado à calçado-descalço à bem calçado à muito bem calçado, resolvi fazer um caminho de retorno.

Entenda-se por "mal-calçado" comprar qualquer tênis para correr, sem nem saber que existiam calçados apropriados para corridas curtas, longas, treinos, etc.

Entenda-se por "calçado-descalço" fazer treinos, ou até mesmo provas, começando mal-calçado e terminando (depois de uma curta distância) descalço.

Entenda-se por "bem-calçado" ter aprendido algo sobre pisada neutra, pronada, supinada, levemente pronada, levemente supinada (a minha), amortecimentos, impulsos, etc.

Entenda-se por "muito bem calçado" achar que, depois de várias tentativas, erros, novas tentativas, novos erros, havia começado a encontrar o calçado adequado (pelo menos eu pensava), e acabar utilizando tênis caríssimos (Asics Nimbus, Nike Vomero) com alto grau de amortecimento e "performance" (?).

Iniciando um retorno...
Bom, depois de 7 anos me dedicando a correr assim, eis que decido fazer o caminho contrário.

Claro que não pretendo voltar a ser o "pé-de-pedra", "homem das cavernas", "cara que não tem tênis".

Pretendo apenas achar novamente meu jeito natural de correr.

Confesso que nunca, nunca mesmo, me senti totalmente à vontade com os tênis de alto amortecimento.
Até fazia de conta, mas no fundo não me sentia legal.

Pois hoje, depois desse treininho na esteira, minhas origens afloraram.
Comecei na manha... depois fui me soltando e, ao final do treino, estava com uma sensação que há muito não sentia.

Como imaginei, no dia seguinte alguns músculos (aqueles que há muito não eram usados) estavam reclamando, mas também ficaram agradecidos por voltarem à ativa.

Em hipótese alguma quero induzir alguém a fazer o mesmo.
Isso é somente um depoimento de quem correu descalço boa parte de seus 55 anos.

E também não pretendo voltar a ser o "Homem das cavernas". Apenas voltar a correr mais naturalmente.

Tem outra vantagem: o fator preço. 
Este tipo de tênis é consideravelmente mais barato que os de grande amortecimento.
Se bem que a durabilidade também deve ser menor. Ou não. Não sei. Vou saber com o tempo.

Era isto!

Marco Cyrino

Ação Social - Vagas Extras Ironman Brasil 2013 - (Inscrições em 12/06/2012)

É agora, ou só em 2014!

Conforme informamos neste post, esta é a última chance para se inscrever no maior evento de Triathlon da América Latina.

As inscrições para o Ironman Brasil 2013 acabaram em 15 minutos!

Agora serão abertas as 100 vagas de caridade.
Além de garantir sua inscrição, você colabora com instituições de caridade.

Data de abertura: 12 de junho, às 11h00 (horário de Brasília), pelo site www.ironmanbrasil.com.br.


Mais informações aqui.

Marco Cyrino

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Iron Poker (video)

Em estilo vintage…


Marco Cyrino

Ação Social - Vagas Extras Ironman Brasil 2013

Esta é a última chance para se inscrever no maior evento de Triathlon da América Latina.

As inscrições para o Ironman Brasil 2013 acabaram em 15 minutos!

Agora serão abertas as 100 vagas de caridade.
Além de garantir sua inscrição, você colabora com instituições de caridade.

Data de abertura: 12 de junho, às 11h00 (horário de Brasília), pelo site www.ironmanbrasil.com.br.


Mais informações aqui.

Marco Cyrino


quarta-feira, 6 de junho de 2012

Texto excelente

Através do Facebook, tive acesso ao perfil de um atleta chamado Otavio Calvet.

Não o conhecia e não o conheço, mas, pelo texto escrito por ele, deve ser uma pessoa muito bacana.

Tomei a liberdade de pedir para publicar em meu blog, com o que ele concordou.

Aqui vai, conforme foi publicado originalmente:

Ser Ironman é um estado de espírito. Nada tem a ver com tempo ou performance, nem com competição ou ultrapassagem, muito menos com cronômetros ou resultados. Ser Ironman é ter gosto pela vida. É enfrentar cada etapa da prova como uma metáfora dos ciclos que enfrentamos ao longo da existência.
A natação como a infância. Do rompimento do cordão umbilical da largada, quando imbuídos da vontade de viver deixamos a segurança das areias da praia para nos jogarmos num mar de dúvidas, mas felizes por estarmos começando nossa jornada, aproveitando o lúdico das águas com a sensação de estarmos todos num mesmo movimento. Onde rapidamente aprendemos que mesmo sem querer seus companheiros podem te machucar e ali você começa a endurecer, a buscar o seu lugar, não como antagônico dos demais, mas para criar sua própria narrativa. E tal como a infância essa etapa parece longa enquanto por ela passamos, curta quando dela relembramos, mas vital para a construção de todo o futuro.
O pedal soa como a juventude, começando pela adolescência da primeira volta onde há o entusiasmo pela velocidade, o gosto pelo rápido e passageiro, a vontade de estar num grupo mas dele se destacar, desenfreadamente indo para algum lugar que não se sabe bem qual, gastando-se uma energia para algo muitas vezes em vão, mas que parece importante para o restante da jornada. Nesse afã muitos se perdem, ignoram as regras de segurança, são penalizados pela tentativa de atalhos torpes, esquecem de coisas básicas como apenas dar alimento para o corpo a fim de permitir a longevidade da jornada.
E eis que essa forma de viver é substituída na segunda volta onde começa a fase adulta, quando abandonamos falsas expectativas, percebemos que a estrada deve ser percorrida sozinha, que as pessoas muitas vezes embora próximas precisam cada uma construir suas próprias histórias, que é errado seguir na roda de outrem como que a roubar a própria oportunidade de se transformar num verdadeiro caminhante, quando enfim refazemos nossos planos e olhamos para a frente para planejar da melhor forma possível a corrida da maturidade que se avizinha e que nos resta como última esperança de realizar uma bela jornada...
O imaginável então acontece! E justo na maratona da fase madura do viver! O prazer de simplesmente estar ali, naquele momento, sozinho, passando pelos altos e baixos do trajeto para relembrar que nada pode ser simples e que quanto maiores as dificuldades maior a sensação de conquista, sentindo as dores de toda a jornada. Dores que fazem abandonar qualquer orgulho ou vaidade, dores que fazem perceber que nada se compara aos simples aceitar dos seus limites, limites que foram criados pela coerência da conduta da forma de viver e treinar prévios, dores que atestam que tudo que se passou é verdade e que você ali se encontra, num mundo em que nada se consegue por acaso, em que sorte é apenas poder ser exatamente aquilo a que você se propõe, na intensidade que você construiu durante os períodos de preparação, assumindo a responsabilidade pelo resultado possível dentro da sua realidade.
Depois da primeira grande volta, metade da fase concluída, vem o perigo da estagnação, a sensação de que as dores da corrida significam apenas dar voltas sobre si mesmo, que não há sentido em continuar pois é bem mais fácil simplesmente abandonar e fingir que a frustração não incomodará, é quando começa a reflexão profunda do real significado de toda a prova da vida. Há os que desistem, os que sucumbem contra a vontade, os que se machucam, os fracos de espírito que buscam desculpas para encobrir o fracasso, os determinados que simplesmente planejaram ou executaram mal suas estratégias, e há os que conseguem renovar as forças olhando não para os lados, não para os outros, mas para dentro de si mesmos a buscar a essência que permite continuar, com a humildade de aceitar as novas condicionantes dos músculos pesados e retesados, cansados de terem que ultrapassar tantos desafios, negociando no tênue limite do aceitável e propondo que o ciclo final seja da forma como se pretende, sem ilusões ou utopias, mas com a felicidade do poder se reinventar já nessa fase avançada da jornada, certos de que a liberdade vem aos que para ela trabalham, liberdade essa que uma vez conquistada não mais tem volta.
Quando, de repente, tudo converge para a visão do grande final que acontece para todos que não desistem ou que não sofreram revezes alheios as suas vontades: atravessar o pórtico da linha de chegada como que um portal para outro mundo, rompendo o segundo cordão que faz retornar ao nível de existência original, onde toda a jornada faz sentido como simples aprendizado para a alma, numa explosão de felicidade, emoção, choro, enfim, tudo que jorra daquele lugar íntimo e secreto, que só você conhece e sabe que existe, que não pretende aparecer nem precisa de reconhecimento alheio, mas que faz você entender todo o significado de fechar um grande ciclo para poder começar o próximo...sim...o próximo...pois ser Ironman não é ganhar provas e exibir medalhas, não é buscar uma prova para justificar um vazio, não é ser mais dos que os outros, não é nem ser diferente dos demais.
Ser Ironman é saber viver, ser Ironman é um modo de viver e, antes de tudo, um estado de espírito!

Otavio Calvet

Bela análise, ótimas analogias.

Marco Cyrino

IMBR 2012 - Vídeo-compilação

Vídeo muito bom do Ironman BR 2012



Marco Cyrino

terça-feira, 5 de junho de 2012

22º Troféu Brasil de Triathlon - Resultados 3ª Etapa - São Paulo - USP - 03/06/2012

E lá se foi a terceira etapa do Troféu Brasil 2012, em São Paulo – USP.
As próximas (4ª, 5ª e última) serão em Santos.
É provável que eu as faça.

Abaixo, mais uma vez os melhores resultados da Galera da Baixada Santista (1º ao 10º Pro, e 1º ao 5º Amadores)

Incluí o Fábio Carvalho, mesmo ele não sendo natural de Santos e não morando mais aqui, pois é como se ele fizesse parte da comunidade caiçara.

No Olímpico 25/29 anos, Charles ainda fez uma boa prova (4º lugar), mesmo voltando do Ironman Brasil, onde venceu na sua categoria.

Já, no Short, a molecada da Baixada dominou.

Parabéns a todos!

Listagem dos resultados