segunda-feira, 19 de março de 2012

Estruglei






Ontem, acordei estruglado.
Não pouco... acordei muito estruglado.

Quarta-feira à noite, ao retornar do treino longo de corrida (ainda apenas nos 18 km de volume), percebi que estava estruglando.

E não deu outra!
De madrugada, comecei a me sentir febril e....

Já voltarei ao termo...

Miscigenação idiomática...
Como ando meio metido, comecei a usar um linguajar mais "muderno".

Na empresa, durante uma reunião, em vez de propor uma pausa para tomarmos um café ou uma água, encho a boca para dizer:

- Râmu fazê um cófibreique (coffee break).

E, para dizer que temos conhecimento total em nossa área:

- Têmu nourráu (know-how)

Quando peço para alguém verificar as entradas e saídas de informações, prefiro perguntar:

- Viu os imputis e autiputis? (inputs e outputs)

Já perguntei a um candidato a uma vaga, sobre sua experiência e bagagem de conhecimento:

        - Qüalé teu béquigraundi (background)?

O cara me olhou feio e foi embora...

Outro dia, chamei todo mundo para discutirmos algumas idéias:

- Aê, cambada... râmu fazê um breinstórmi (brainstorm)

Fiquei sozinho na sala, esperando alguém aparecer.

Quando temos algo a fazer, com prazo (sempre), falo:

- Celéra genti, qui a dédilaini (deadline) tá cheganu e
to pricisanu di um fidbéqui (feedback) urgenti.

E o tal "algo" sempre termina fora de prazo...

Noutro dia, falei a um funcionário, sobre uma idéia que tive:

- Ô rapá, tivi uns insaitis (insights).
Essa genti di negóciu usa us termus di Ingrês.
Pricisu arranjá um qui só eu sei.
Pódi dexá qui vô axá algu bão.

Voltando...

Deduzindo e criando
Então, resolvi inovar e criar também algumas expressões.

Nas transmissões do Iron do Hawaii, segundo o comentarista, vários atletas estavam struggling.

Percebi que estavam passando mal.

Logo, deduzi o significado do verbo "estruglar".
Assim, quando eu estiver mal, estarei "estruglado".

[Nota da Editoria: struggling = enfrentando dificuldades, lutando de forma sofrida, debatendo-se, contorcendo-se, fazendo grande esforço...]

O que importa...
Não importa se domino a Língua Portuguesa, ou não.
Importa é parecer dominar os termos "bonitos".
É isto que me parece...

Putz! Estruglei mesmo.

Marco Cyrino


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