Fui à loja pra ver uma bike de pista, falei que precisava comprar uma nova road.
Tinha desejo de trocar
minha time trial por uma Shiv, e acabei saindo
com uma MTB.
A bike é simples, mas honesta.
Gostei mais pelo nome
Hardrock (algo com hardcore!) e
grafismo, pois deste tipo de bike sou zerado.
Tenho certeza que a danada
vai me levar por boas trilhas.
Aproveitarei bem o fim do ano, antes de iniciar a temporada de treinos para
o IM-BR 2012, para desintoxicar da
estrada e manter a forma física e mental.
Valeu o investimento.
Conforme informado em
nosso post O Mosquito do Bem, José Renato Borges, o Mosquito, participou do Ironman
de Cozumel, neste domingo, um evento que vale para garantir vaga para Kona
2012.
Parabéns pelo excelente
tempo total de 10h05m18s.
Listagem completa dos Triathletas
Brasileiros que participaram - ordem alfabética (sobrenome, nome)
Neste domingo, 27/11/2011,
o brasileiro Alexandre Ribeiro, considerado o atleta mais resistente do
planeta, sagrou-se pentacampeão Mundial de Ultraman, com um tempo total de
22h09m54s.
Além de vencer 4
campeonatos mundiais (2003, 2005, 2008, 2009), o Triathleta brasileiro, de 46
anos de idade, obteve um 2º lugar em 2007 e um 4º lugar em 2007, totalizando 7 participações.
A prova disputada em Kona
(Big Island), Hawaii, com duração de 3 dias, de sexta-feira a domingo, consiste
de 10 km de natação, 421 km de ciclismo, 84 km de corrida, totalizando 515 km,
ou seja, bem mais do que o dobro das distâncias de um Ironman.
Feminino
A
americana Amber Monforte venceu com o tempo de 24h42m02, e a brasileira Vanuza Maciel obteve o 2º lugar, com o
tempo de 28h30m32s.
Pipeline
- Hawaii, dezembro de1995, final entre o americano Kelly Slater (ainda não
conhecido como o "Careca") e o australiano/americano Rob Machado
(este sim, já conhecido como "Estopa"... bem antes do Gustavo Kuerten).
Grandes
amigos, embora adversários, Kelly já havia obtido uma pontuação 10, em uma onda
para o Backdoor.
Rob
Machado pega um "canudo" para a esquerda.
Ao
ver Kelly se dirigindo ao line up,
não hesita, e dá uma atrasada na onda, passando bem perto de Kelly, para poder
dar uma "batida" em sua mão... (1m49s, no vídeo
abaixo).
Fiquei com a terrível
sensação de não ter dado o devido valor ao adjetivo utilizado para definir Teahupoo.
E foi isto mesmo.
Tratei por "a onda
mais cascuda" do circuito mundial.
Putz! É muito, mas muuuito
mais do que isto!
Pelas suas características
únicas, para surfar nas ondas de Teahupoo, o surfista precisa ter absurda coragem, técnica, perícia, e uma boa
dose de loucura.
Como e por quê...
Para
que seja possível entender um pouco do que é Teahupoo...
Pronuncia-se "tchôpo", como uma onomatopéia para
o som de uma grande onda quebrando...
Há
uma bancada de corais extremamente rasa, que se torna mais rasa ainda, à medida
que a série de ondas entra em sua direção.
Uma
ondulação oceânica que venha em sua direção com apenas 1 metro de altura (ou
menos), se transforma numa parede com uns 3 metros de face, devido à variação
de profundidade.
Quem
é do surf (e muitos que não são) sabe que uma onda quebra quando atinge um
determinado tamanho em relação à profundidade.
Por
este motivo, em “beach breaks”
(bancadas de areia) as ondas são inconstantes, mas sempre quebram onde o local
é mais raso em relação aos demais, adjacentes.
Teahupoo
tem a peculiaridade de ser absurdamente rasa em relação à profundidade de
poucos metros à sua frente.
Cada
ondulação oceânica que vem de encontro a essa bancada, ao encontrá-la, suga o
pouco de água que existe nela.
Assim,
a ondulação com pouco tamanho cresce, e é como se todo o oceano viesse por cima
dessa bancada.
Imaginem
uma tsunami avançando para terra, mas com o agravante de a água à sua frente estar
sendo tragada por baixo dela.
Pois
é assim mesmo...
O fenômeno
Outra
característica marcante, ao redor dessa bancada rasa, a profundidade continua
sendo muito grande.
Isto
faz com que simplesmente a onda acabe por ali, e
os barcos de apoio, jet skis, surfistas, fotógrafos e demais observadores
estejam a salvo da onda nesse local.
Como
é uma onda que só se pode surfar para a esquerda (ponto de vista de quem rema
para entrar na onda), todos ficam no "canal" também à esquerda dessa
bancada (ponto de vista de quem olha para a praia... Praia???)
Resumindo,
a junção destas características gera um notável fenômeno de desnível oceânico entre a região do canal e a região
da bancada, onde quebram as ondas.
Estas imagens alucinantes permitem
avaliar o que é Teahupoo.
[Fotos e desenho
esquemático obtidos da Internet - autores desconhecidos ou não creditados pelos
incontáveis websites de origem.]
Vítimas...
Infelizmente,
Teahupoo já fez algumas vítimas fatais, inclusive surfistas profissionais.
Não
quero falar sobre isso agora...
Fez
também algumas vítimas que sobreviveram para contar a história.
Entre
elas, Neco Padaratz, irmão mais novo de Teco Padaratz que, no auge de sua carreira, após
já ter vencido algumas etapas do WCT, e com totais condições para ser campeão
mundial, levou um caldo nessa onda, durante a etapa do circuito, permanecendo
por alguns minutos preso embaixo dágua, pela sua cordinha enroscada nas cabeças
de corais
Foi
salvo, mas passou a ter verdadeiro trauma dessa onda.
Depois
disso passou anos sem ter coragem de encarar novamente Teahupoo.
Um aparte sobre abutres...
Pra
variar, assim como no Triathlon, existem os
abutres esperando uma escorregada de quem tem talento.
Quando
isso acontece, não perdem a oportunidade de tripudiar.
Neco
comeu o pão que o diabo amassou, com as críticas de que seria "amarelão",
covarde, e daí pra baixo.
É
engraçado (aliás, é trágico) como existem seres que não fazem absolutamente
nada de útil na vida, mas esperam uma fatalidade atingir alguém bom em sua área,
para criticá-lo.
Isto
acontece em todas as atividades, mas principalmente nos esportes.
Imaginem
um sujeito que nunca dropou mais de 1 metro de onda criticar o Neco por seu
trauma de quase morrer afogado em Teahupoo.
Imaginem
um cara que nunca correu mais que 10 km criticar um atleta que "quebrou"
no Iron de Kona.
É
assim que o mundo funciona.
Depois,
para calar a boca dos críticos, 5 anos depois, em 2005, Neco participou
novamente da etapa de Teahupoo e, em uma de suas baterias, com o mar enorme, recebeu
uma nota 10 unânime.
"Quebrou
geral"... e superou seus fantasmas.
Uma
pesquisa no Google mostrará muitos resultados sobre isto, caso duvidem.
Voltando
Teahupoo
também já fez muitos heróis.
Kelly Slater, Bruno Santos,
entre outros.
Mas,
talvez o momento mais casca-grossa deva ter sido este, protagonizado por Laird Hamilton surfando uma ondulação enorme de
town-in.
Não há muito que falar a respeito.
As imagens valem por quaisquer
palavras.
Laird Hamilton takes on
Teahupoo
Vídeo de 27/08/2011.
"Código
vermelho", competição suspensa devido às condições de alto risco do mar.
Sinal verde para os
loucos que quiseram se arriscar.
Depois
de mais de um ano (talvez mais) sem surfar, entretido que estava com os treinos
de Triathlon, hoje finalmente peguei umas ondas.
Nada
de excepcional, 1 metrinho na série, aqui no Canal 1 mesmo.
Mas,
pra quem estava esse tempo todo sem surfar, lavou meu neoprene, minha prancha e
principalmente minha alma.
Não
sei explicar como fiquei esse tempo todo sem surfar.
Cada
onda surfada é sempre diferente.
Como
já cansaram de dizer, não existem 2 ondas iguais, daí...
Outra
coisa que me deixou muito contente foi descobrir que ainda sei surfar... rsrsrs
Um
dos motivos que me tiraram um pouco o tesão de surfar (além do tempo
disponível, é claro) foi o crowd
terrível, principalmente da molecada que se acha profissional e não respeita
ninguém.
Hoje,
percebi que esse mesmo crowd está
mais maneiro.
Ou,
estão respeitando mais os mais velhos...
Divagando e sempre
Aproveitando
que o assunto é surf, quero dizer que estou impressionado com a nova geração de
profissionais brasileiros no Circuito Mundial.
O
Circuito Mundial organizado pela ASP (Association
of Surfing Professionals) é estruturado
em 2 divisões.
A
principal (primeira divisão) que é a WCT (World
Championship Tour), e a de acesso
(segunda divisão) que é o WQS (World Qualifying
Series).
Até
2009, analogamente ao Campeonato Brasileiro de Futebol, caíam os últimos
surfistas da WCT e subiam os primeiros da WQS.
Acho
que caiam e subiam 15 surfistas, de um total de 45, no WCT.
Atualmente,
baseada nas regras do tênis, a ASP faz com que, mais ou menos na metade do
circuito, alguns surfistas da WQS (os 10 primeiros, se não me engano) já possam
participar das outras etapas da WCT.
Como
não tenho acompanhado surf tão de perto quanto antes, se estiver enganado, por
favor, me corrijam.
Bom,
dito isto, já tínhamos uma legião de surfistas super-, hiper-, mega-competitivos
e talentosos, porém nunca tivemos um campeão mundial profissional.
Desde
os tempos de Picuruta Salazar (que continua a surfar e competir), Daniel Friedman,
Pepê e Rico de Souza (minha geração...), passando por Vitor Ribas, Teco
Padaratz e Fábio Gouveia (Fábio Fabuloso), até chegar a Bruno Santos, com uma
vitória inesquecível na etapa de Teahupoo (Tahiti), a onda mais cascuda de todas as
etapas do circuito.
Isto é Teahupoo
Diferenças estruturais
Muito
da dificuldade em não termos conquistado um título mundial profissional (Junior
e Amador já temos alguns) diz respeito à absurda diferença de condições dos
nossos surfistas, quando comparadas às dos americanos e australianos (na
verdade comparadas às dos surfistas do "primeiro mundo").
Diferenças
gritantes na infraestrutura de treinos, patrocínios, etc.
Também no Triathlon...
Aliás,
acontece exatamente o mesmo no Triathlon.
Quem
disse mesmo que o post não tinha nada a ver com o Blog?
Apesar das diferenças
Atualmente,
Adriano de Souza, o Mineirinho, do Guarujá,
tem obtido excelentes resultados no WCT e dando uma dura nos gringos, inclusive
no Kelly Slater (norte-americano que é apenas unodecacampeão – 11 vezes campeão
do Circuito Mundial).
Neste
ano, Mineirinho já venceu 2 etapas do WCT.
Uma
em maio, no Rio de Janeiro, derrotando Taj Burrow (australiano) na final, e
outra recentemente (outubro), em Portugal, derrotando simplesmente o Careca
(Kelly) na final.
Antes
que alguém politicamente correto me corrija, Careca é sim o apelido do Kelly
Slater no circuito.
Agora,
acabou de ficar em 3º lugar, na primeira etapa da Tríplice Coroa Havaiana (Triple Crown of Surfing), ocorrida em Haleiwa Beach.
Qualquer
dia, falarei sobre a Tríplice Coroa Havaiana, uma competição à parte, dentro do
Circuito da ASP, com provas tanto do WQS quanto do WCT.
Para
finalizar com chave de ouro, Gabriel Medina,
de apenas 17 anos, natural de São Sebastião, praia de Maresias, simplesmente
quebrou todas as barreiras e, neste ano, subindo pelo novo ranking, do WQS para
o WCT, também já venceu duas provas da divisão principal.
A
primeira em outubro, na França em Hossegor, derrotando também o “Careca”, na
final. A segunda, há poucos dias, na etapa americana em São Francisco,
derrotando na final o australiano Joel Parkinson.
Vejam
que neste ano vencemos 4 etapas de um total de 11 programadas.
Ainda
falta a 11ª e última, em Pipeline – Hawaii – a onda mais famosa do mundo.
Será?
De
qualquer forma, estão deixando seus nomes gravados na história do Circuito
Mundial e eu, particularmente, tenho muita fé em que logo teremos o primeiro
Campeão Mundial de Surf Profissional Brasileiro.