Expectativas
Este ano pretendia baixar bastante meu tempo.
Já havia feito meu primeiro Iron, no ano passado, e estava super-confiante.
Já conhecia o percurso, as dificuldades, as necessidades de hidratação e alimentação, durante a prova (embora conhecer não signifique dominar), etc.
Sabia que era capaz de completar a prova, dúvida que me acompanhou até a linha de chegada do Ironman Brasil 2009.
Sempre me falaram que o primeiro Iron é o melhor da nossa vida.
Principalmente por ser tudo novidade, e por não termos cobranças de resultados, até mesmo por não haver parâmetros anteriores.
É verdade.
Quer dizer, uma meia verdade.
Verdade porque, como se nota em minha primeira frase, já existem cobranças em relação a resultados pessoais.
Meia verdade porque, mesmo assim, nada tira o frio na barriga, a adrenalina, a ansiedade, e tudo que nos acompanhou na primeira prova.
Continuam os mesmos sentimentos.
Treinos, alimentação... e dengue
Durante o longo período de treinos (alguém já disse que o Ironman começa no primeiro dia de treino) procurei focar principalmente em me adequar às minhas necessidades de hidratação e alimentação.
Confesso que continuou sendo difícil estabelecer quais alimentos e líquidos deveria ingerir, e em quais quantidades e periodicidades, principalmente durante os longos de ciclismo.
Mas, aos poucos estava me acertando.
Dengue
No começo de abril, quando os treinos corriam bem e aumentando de volume consideravelmente, passei a fazer parte das estatísticas de saúde de Santos.
Depois de 3 dias com febre, fui diagnosticado com dengue.
Foi a maior epidemia de dengue ocorrida na Baixada Santista, inclusive com várias mortes por dengue hemorrágica.
Li e me informei tanto a respeito, com profissionais da saúde, que virei um expert em dengue.
Graças a Deus, me curei sem maiores complicações (entenda-se: sem que desenvolvesse a versão hemorrágica), em mais ou menos duas semanas.
Mas, na verdade, a dengue é uma doença cujos efeitos permanecem por aproximadamente 45 dias.
Durante esse período, “pensamos” que estamos curados.
Para tarefas normais, estamos aptos, mas, basta iniciar um treino longo e logo vem um cansaço enorme. Depois de quase 20 dias sem treino então, aí é que o bicho pega.
Acabei fazendo a base, os longos, específicos e polimento, tudo em pouquíssimas semanas.
Não aconselho ninguém a fazer isso, porque realmente não foi legal... rsrsrs
Resfriado
Para ajudar, contraí um resfriado, na terça-feira, véspera da viagem a Florianópolis.
Viajei rezando para que conseguisse me curar em tempo record, para poder fazer a prova.
Cheguei a Floripa bem melhor, depois de 10 horas dirigindo. Vai saber por quê!
Chegada e preparação
Chegada à excelente Pousada dos Chás, novamente, banho quente, jantar ótimo, e uma boa noite de sono para continuar melhorando.
Quinta-feira
Encontrar galera de Santos na feira, conversar, pegar kits, conversar, comprar o que conseguir, conversar, almoçar, conversar... mesma rotina de 2009.
Por falar em galera de Santos, este ano vieram uns 40 atletas e, com o Vilela botando pilha e correndo atrás, conseguimos confeccionar roupas de prova da OG, com design especial para o Ironman Brasil 2010.
Sexta-feira
Dia de simpósio, todos reunidos e “fardados”... debaixo do maior pé- dágua.
A previsão era de muita chuva para o domingo.
Como ainda era sexta-feira, deu tempo de fazermos a dança-da-chuva, de trás para frente, para que o tempo melhorasse até o dia da prova.
E não é que deu certo?
Na largada pudemos ver um lindo nascer do sol entre muitas nuvens.
Largada - Natação
Desta vez o mar estava muito bom para nadar.
Não fiz a besteira de sair por último, como no ano passado.
Saí na primeira fila, mas totalmente à esquerda, pelo interno do trajeto.
Fiz uma natação limpa e saí bem e feliz do mar, em 1h10m.
T1
Na transição (T1), a mesmíssima demora, para ter certeza de que estava fazendo tudo certo.
Ciclismo
Primeira volta, já achando que ia sentir certa canseira.
Segunda volta, tendo a certeza de que estava sentindo muita canseira.
Não teve jeito.
Sabia que pagaria o preço de insistir em fazer a prova depois da dengue.
Administrei o pedal do jeito que pude, para chegar ao final e ver o que poderia fazer na corrida.
Também tive certeza de que tenho ainda muito a aprender no quesito hidratação/alimentação, inclusive, pela falta de continuidade nos treinos.
Fui aconselhado e aconselho a quem quiser fazer o Iron: treine inclusive esse item.
Sobrevivi ao pedal, em 06h52m.
T2
Na T2, a mesmíssima demora, para me preparar para a corrida.
Já sabia que ia sofrer e só queria conseguir chegar novamente.
Mas não só chegar, como chegar bem de saúde, sem nenhum problema sério.
Não quero ser exemplo desse tipo de “superação” para ninguém.
Já vi atletas chegarem ao limite extremo, e passarem muito tempo, senão o resto da vida com seqüelas.
Corrida e Chegada
Pensando nisso tudo, fui fazendo km a km, sem pressa, conversando com vários atletas, procurando compensar a má alimentação e a má hidratação do ciclismo, em todos os postos de abastecimento.
E assim foi até o retão de chegada.
Cacete! E não é que lá vêm, de roldão, todas as emoções novamente?
Isto é Ironman! Entra na veia, no sangue.
Tempo total de prova 13h50m...e ainda consegui diminuir em alguns minutos meu tempo.
Feliz, muito feliz.
Aproximadamente xxxx atletas participantes, sendo xxxx amadores.
Número de peito 589
Etapa
|
Tempo
|
Ranking
(50-54 anos)
|
Natação
Ciclismo + T1
Corrida + T2
|
01h10m
06h52m
05h28m
|
42
74
52
|
Geral
|
13h50m
|
62
|
©2010-2011 - 3athlon na Veia®, Triathlon na Veia®
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